As horas passam rapidamente logo é hora do almoço
Eu pego minha marmita congelada, a embalagem um pouco amassada de tanto que a carrego, e caminho até a área dos funcionários para esquentar. O ambiente está tranquilo, quase vazio, como de costume nesse horário, e o cheiro de café ainda paira no ar.
— Acabou o chá? — Pergunto, sem esperar muito, mas querendo apenas um pouco de conversa.
— Não temos chá... Quer café? — A atendente responde com um sorriso simpático.
— Ah, não obrigada. — Eu respondo rapidamente, com um sorriso forçado. A última coisa que eu preciso agora é café. O que eu queria mesmo era algo mais quente para acalmar a ansiedade que começa a me consumir.
Enquanto o micro-ondas começa a esquentar a minha comida, sinto uma presença familiar se aproximando. Quando olho, vejo Ethan vindo em minha direção, com o seu semblante sério, mas ao mesmo tempo, um pouco mais suave do que o normal. Isso me desconcerta por um instante.
— Tudo bem? — Ele pergunta, sua voz baixa.
Eu respiro fundo, tentando disfarçar a tensão que sinto em cada músculo do meu corpo.
— Ah... Sim, senhor. — Respondo de forma automática, mais por educação do que por real convicção. Algo na sua presença ainda me deixa desconfortável.
Ele olha para o micro-ondas, aparentemente pensando por um momento, e então diz:
— Vou fazer um pouco de chá..
— Também queria, mas... Não temos chá. — Eu digo, forçando um sorriso. Sinto que ele está tentando ser gentil, mas não sei o que fazer com isso.
O micro-ondas apita e eu pego minha comida, aliviada por finalmente poder me afastar um pouco daquela tensão.
— Licença, senhor... — Digo rapidamente, me afastando para sentar em uma mesa no canto. Tento não pensar muito na situação pego a minha comida nas mãos, coloco meus fones de ouvido e olho pela janela. Lá fora, o céu está cinza, mas a visão da cidade me faz sentir um pouco de calma, uma sensação que eu quase esqueci de como era.
Fecho os olhos por um momento, e a música começa a tocar suavemente nos meus fones. A melodia é familiar, quase como um abraço que me envolve. Uma canção que sempre me acalmava desde que me entendo por gente. Eu me deixo levar pelas notas e, por alguns instantes, o barulho do mundo lá fora desaparece, ficando apenas eu e a música, me trazendo de volta para uma sensação de paz que eu raramente encontro.
Sarah Homer
Ao voltar para a mesa sinto uma tensão crescente. Como sempre, o ritmo de trabalho continua, mas algo parece estar no ar. Camily, que está sentada ao meu lado, me observa com um olhar que mistura curiosidade e um certo sorriso travesso.
— Ele vai se divertir um pouco... — Ela diz baixinho, o que me faz virar os olhos.
Eu não sei bem o que ela quer dizer, mas a sensação no ar não é das melhores. O escritório de Ethan tem aquele vidro fosco que permite ver apenas as sombras das pessoas lá dentro, sem detalhes. Mesmo assim, a presença de Sara é um tanto… suspeita.
— Ele não faria isso aqui, né? — Pergunto, sentindo um desconforto crescente. Não quero nem imaginar o que poderia acontecer entre eles, mas não consigo evitar. logo no local de trabalho me dá um nó na garganta
Camily solta um suspiro, dando de ombros.
— Doce Elle, ele sempre faz... Com praticamente todas as funcionárias. — Ela ri com um tom que parece saber demais, como se já tivesse visto isso antes.
Isso me deixa desconfortável. Não é o tipo de situação que eu queria imaginar. Só de pensar nisso já sinto nojo.
— Que horror... — Respondo, a minha voz um tanto baixa e distante. O que está acontecendo ali é algo que eu não consigo controlar, e esse pensamento é um pouco demais para mim.
— Já almoçou? — Camily muda de assunto, tentando aliviar o ambiente, mas eu ainda fico perdida em meus próprios pensamentos.
— Sim... — Respondo distraída, mas meu olhar se perde um pouco. Como Ethan pode ser tão difícil de entender? Talvez eu esteja apenas sendo paranoica
Camily, percebendo que eu não estou totalmente ali, dá um sorriso maroto e oferece algo que normalmente me faz sorrir.
— Tenho balas azedas, vamos dividir? — Ela segura o pacote na frente de mim, e não resisto.
— Claro! — Respondo, com um sorriso leve, finalmente tirando a mente dos assuntos complicados. Balas azedas são uma dessas pequenas alegrias da vida que conseguem me tirar do estado de espírito ruim.
Depois de alguns minutos, enquanto mastigávamos e ríamos das piadas bobas, Ethan aparece na nossa área de funcionários. Seu olhar está sério, e sua postura é tensa. Ele claramente tem algo importante a dizer, e todos na sala sabem que, quando ele se apresenta assim, não é para algo trivial.
— Preciso informar a todos... — Ele começa, pausando antes de olhar para nós. A voz dele soa pesada, como se tivesse um peso sobre os ombros. — Sara foi nomeada para ser a responsável pelo nosso setor daqui para frente.
A notícia me pega de surpresa. Eu sabia que havia algo estranho no ar, mas não esperava isso.
— Ela vai ser nossa chefe? — Pergunto, incapaz de esconder a confusão.
Ethan faz uma pausa e olha diretamente para mim, seu olhar firme, mas distante. Ele não parece querer discutir a decisão, mas eu não consigo entender.
— Não, não exatamente. Eu ainda estou coordenando o trabalho, mas Sara foi nomeada para ser uma das responsáveis pelos processos. Ela vai ajudar no que for preciso. — Ele explica, sem demonstrar muito entusiasmo, como se estivesse apenas transmitindo a informação.
Eu respiro fundo, mas a frustração começa a crescer.
— A decisão foi tomada pela diretoria. Vamos precisar trabalhar com isso. — Ele diz, com um tom que não deixa espaço para questionamentos.
Eu fico quieta, processando a informação. Como isso vai afetar nosso trabalho? Não posso evitar a sensação de que estamos sendo jogados em uma situação que vai nos prejudicar.
Camily, percebendo meu desconforto, solta uma risada nervosa.
— Parece que teremos uma nova chefe... mesmo sem saber nada do que fazemos. — Ela diz, com um toque de ironia.
Eu a olho e, por um segundo, nossos olhares se encontram. Sabemos que, por mais que tentemos, não podemos mudar o que aconteceu. Só nos resta esperar e ver como tudo vai se desenrolar.
Ethan se afasta, mas eu ainda fico ali, refletindo sobre o que isso significa para o nosso setor e para o trabalho que fazemos. Algo me diz que teremos que nos adaptar a mais mudanças, odeio mudanças.
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Atualizado até capítulo 105
Comments
silviahelenaspu@hotmail.com
eitaaa... será q cai pegar no pé dela!certeza, sinta mais por ter enfrentado ela no elevador, espeto q o senhorzinho seja algum parente do Etham.
2025-04-02
5
Anilda Alves da Cruz
É melhor arrumar outro emprego.
2025-03-15
1
Elizangela Cristina Ferreira Rosa
sinto cheiro de ciúmes no ar
2025-04-01
1