O elevador começou a descer, mas, de repente, parou abruptamente, o que me fez congelar no lugar. Meu coração começou a acelerar, e uma onda de calor tomou conta de mim. Olhei ao redor, e o pequeno espaço parecia diminuir cada vez mais. As paredes, que antes pareciam tão inofensivas, agora pareciam apertar meu peito, como se quisessem me engolir.
Lá estava eu, no mesmo lugar de tantos pesadelos. Eu ainda podia ouvir o eco da minha respiração ofegante, e as memórias começaram a invadir minha mente como um turbilhão. A infância… o escuro… a sensação de estar sozinha, trancada em um quarto, sem saber o que estava acontecendo, sem ninguém para me ajudar. Eu me lembrava de ser uma criança frágil, perdida, sem uma voz, sem ninguém para me proteger.
O som do meu coração batendo no peito era ensurdecedor. Eu estava naquele elevador, mas, na minha mente, eu estava de volta àquele quarto escuro, trancada, incapaz de sair. As paredes se aproximavam, e o ar parecia ficar mais denso. Eu tentava respirar, mas tudo que eu sentia era o pânico crescendo dentro de mim.
— Ei... você está bem? — A voz masculina veio como uma intervenção no meio do caos, e eu quase não consegui registrar o que estava acontecendo. O homem estava ao meu lado, tentando me ajudar, mas minha visão estava turva, o ar estava denso demais para eu conseguir focar. Ele não entendia o que estava acontecendo comigo, e eu também não conseguia entender. O pânico tomava conta de cada célula do meu corpo.
— Eu... eu não sei... — minha voz tremia, e eu mal conseguia formar palavras. — Eu não consigo respirar... tudo está apertando...
Ele pareceu perceber a gravidade da situação e se aproximou um pouco mais, tentando me passar calma. — Respire devagar. Vai ficar tudo bem. Vamos sair disso, ok?
Eu tentei seguir sua orientação, mas a sensação de estar engolida por aquele espaço pequeno, sem saída, estava me consumindo. Meu corpo estava tenso, e eu só queria sair dali. Eu queria correr, me esconder, mas não sabia para onde ir. Era como se a dor e o medo estivessem em todo lugar, rodeando-me, tomando meu espaço.
— Olha, — ele disse, a voz mais suave, como se tentasse encontrar uma conexão comigo. — Vamos tentar nos distrair um pouco. Pode ser mais fácil se você pensar em outra coisa.
Eu olhei para ele, sem saber o que responder. O pânico ainda me consumia, mas ele continuou.
— O que você gosta de fazer? — perguntou ele, tentando me puxar para um espaço mais tranquilo, como se fosse possível encontrar algum tipo de normalidade naquele elevador preso.
— Eu... eu gosto de ler, — respondi quase sem pensar, minha voz ainda falhando. — Mas não consigo pensar em nada agora...
Ele sorriu levemente, como se tivesse encontrado algo para manter a conversa fluindo. — Eu também gosto de ler. Qual é o seu tipo de livro favorito?
Eu forcei um sorriso, tentando me agarrar ao momento. — Gosto de histórias de mistério. Algo que me faça pensar. Mas... agora não consigo pensar em nada.
— Mistério, hein? Talvez isso seja bom para a gente. O que acha de pensar em um mistério? Algo que poderia resolver agora. Como, por exemplo... o que aconteceu com o elevador? — ele brincou, tentando aliviar o clima.
Eu ri nervosamente, não acreditando que estava conseguindo rir em meio ao pânico, mas ele me fez sentir um pouco mais leve. A conversa não apagou o medo, mas por um momento me tirou daquele espaço apertado que parecia estar me sufocando.
— Você sempre é assim? — perguntei, tentando me distrair. — Sério e, ao mesmo tempo, tão descontraído?
Ele deu uma leve risada. — Acho que tento, pelo menos. A vida é complicada, né? Às vezes, a gente precisa tentar não levar tudo tão a sério. Acha que a gente vai ficar preso aqui muito tempo?
— Eu espero que não... — eu disse, olhando para as portas do elevador, como se desejasse que elas se abrissem naquele momento. O pânico ainda estava lá, mas, pelo menos, eu não estava sozinha.
Ele olhou para mim com mais atenção. — Não se preocupe. Eu sou bom em lidar com essas situações. Já fiquei preso em um elevador antes, só que eu estava sozinho. Eu sabia que ia sair logo, mas... eu estava lá por um tempo.
Eu o olhei, tentando processar suas palavras. — E como conseguiu lidar com isso?
Ele deu de ombros, como se não fosse nada demais. — Fui mais paciente. Respirei fundo. E fiz o que eu pude para manter a calma. Acredite, é melhor passar por isso sem pirar.
Eu respirei fundo, tentando seguir seu exemplo, tentando me manter firme. As memórias de minha infância estavam começando a perder força, mas o medo ainda estava ali, sussurrando no fundo da minha mente.
— Como você consegue ser tão calmo? — perguntei, curiosa, tentando entender sua tranquilidade em meio a toda a tensão.
Ele me olhou, pensando antes de responder. — Eu não sou calmo o tempo todo, sabe? Mas, quando algo assim acontece, não tem muito o que fazer. O melhor é aceitar a situação e esperar a hora certa. Às vezes, a única coisa que podemos controlar é como reagimos.
Suas palavras me ajudaram a focar um pouco mais, e eu tentei seguir seu conselho. Fiquei em silêncio por um tempo, sentindo a calma que ele estava tentando passar para mim. Eu não sabia quanto tempo se passou, mas quando o elevador finalmente se moveu de novo, senti um alívio imenso.
Ele sorriu, vendo minha expressão mudar. — Você está indo bem, Eleonor Muito bem.
Eu olhei para ele, surpresa. — Como sabe meu nome?
Ele sorriu um pouco mais, meio sem jeito. — Ah, eu te vi na recepção uma vez. E, bem, você tem um jeito de... estar sempre tão focada. É fácil de lembrar.
Eu sorri de volta, sentindo uma leveza no ar. — Obrigada, Eu... não sei o que teria feito sem sua ajuda.
Ele deu um aceno de cabeça, como se aquilo fosse natural. — Não tem de quê. Estou feliz de poder ajudar.
—Qual é o seu nome?—ela perguntou
—Dante —ele sorriu
O elevador começou a se mover de novo. As portas se abriram, e eu saí, ainda com o coração acelerado.
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Atualizado até capítulo 105
Comments
Mara Simone
gente.. isso é sério mesmo.
uma vez eu estava em uma agência bancária estavam perto do horário de fechar, então quem está fora não entra, mas quem tá dentro é atendido.
tinha umas 4 pessoas na minha frente, quando a agência ia fechar, entrei em pânico pq eu estava observando o horário com medo.
Assim nem pensei, simplesmente saí da agência.
Perdi meu tempo, mas não iria ficar na agência pq não tinha o controle sobre a saída.
aí me pergunte..e sua casa, vc não tranca. sim eu tranco, mas tenho a chave e o controle sobre abrir quando eu quiser.
2025-04-07
5
Conceição Freire
a história parece ser boa ,mas até a autora se cansar desse Mi mi mi ,de repetir sempre os problemas da protagonista, talvez a gente se canse de ler, basta um capítulo pra falar disso 😡
2025-03-10
2
Marinêz De Moura Pereira Cortes
Sou claustrofóbica, então é inimaginável para mim, ficar presa em qualquer lugar. Entraria em pânico, na hora
2025-04-07
2