O bar estava lotado, a música animada preenchia o ambiente com batidas vibrantes, e as luzes coloridas piscavam, dando um ar descontraído à noite. Eleanor e Camily entraram juntas, a energia do lugar fazendo com que até mesmo Eleanor se sentisse um pouco mais à vontade.
— Viu só? Não é tão ruim — Camily disse, sorrindo, enquanto puxava Eleanor para o meio da pista de dança.
Eleanor riu, sacudindo a cabeça.
— Ainda não tenho certeza disso.
— Você vai se divertir, confia em mim! — Camily insistiu, já começando a se movimentar no ritmo da música.
Enquanto as duas riam e dançavam, alguns caras começaram a se aproximar. Um deles, alto e com um sorriso presunçoso, se aproximou de Eleanor.
— Quer uma bebida? — ele perguntou, inclinando-se para perto demais.
Eleanor deu um passo para trás, desconfortável.
— Não, obrigada. Estou bem.
O homem insistiu, tentando puxar conversa, mas ela foi firme.
— Eu realmente não quero, ok?
Camily, percebendo a situação, rapidamente pegou a mão de Eleanor e puxou-a para longe.
— Vem, Elle, vamos dançar!
E assim fizeram. Elas riram, se divertiram e aproveitaram a noite juntas. Eleanor sentiu-se leve, como há muito tempo não se sentia. A música, a energia de Camily e o ambiente fizeram com que, por um momento, suas preocupações desaparecessem.
Enquanto dançavam, Camily acabou chamando a atenção de um cara que parecia interessado nela. Ele se aproximou, começando uma conversa, e logo os dois estavam entretidos um com o outro.
Eleanor sorriu, feliz pela amiga, mas, ao olhar para o relógio, percebeu que já era tarde. Ela decidiu ir embora mais cedo, antes que o bar ficasse ainda mais cheio.
— Vou indo, Cam, se cuida, tá?
Camily, ainda conversando com o rapaz, acenou para ela.
— Tá bom, me manda mensagem quando chegar em casa!
Eleanor sorriu e saiu do bar, A noite estava fresca, e o vento noturno soprava suavemente, fazendo o tecido do vestido de Eleanor esvoaçar contra suas pernas. Ela caminhava pela calçada iluminada pelos postes, sentindo o cansaço do dia pesar sobre seus ombros. Seus pés, desacostumados aos saltos, começavam a doer, e tudo o que queria era chegar logo em casa.
Ela suspirou, olhando para os lados em busca de um táxi, mas a rua estava quase deserta. Um silêncio incômodo pairava no ar, interrompido apenas pelo som distante da música vindo do bar.
Foi então que seus olhos captaram uma figura mais adiante, um homem cambaleando na calçada, a passos inseguros.
Seu primeiro instinto foi seguir em frente. Pessoas bêbadas eram comuns naquela área, e ela não queria se envolver em nenhuma situação estranha. No entanto, algo na forma como ele se movia chamou sua atenção. Ele não parecia apenas embriagado… havia algo mais.
O peito de Eleanor apertou com um incômodo estranho. Seu lado racional gritava para seguir seu caminho, mas seu coração hesitou.
Com passos cuidadosos, ela se aproximou, estreitando os olhos para enxergar melhor na penumbra. Então, seu estômago se revirou ao reconhecer quem era.
O estranho do elevador.
Seu corpo reagiu antes que sua mente pudesse processar qualquer coisa. O calor do pânico daquela noite no elevador ainda estava gravado em sua pele, e vê-lo ali, vulnerável, trouxe de volta a memória vívida da forma como ele a ajudou naquele momento.
Ela parou ao seu lado, incerta sobre o que fazer. Ele parecia… destruído. Seu rosto estava marcado pelo cansaço, os olhos vidrados, e o cheiro de álcool misturado ao perfume amadeirado ainda persistia em sua roupa.
— oi? — Sua voz saiu hesitante, quase inaudível.
Ele parou de andar, piscando algumas vezes, tentando focar nela. Um sorriso torto se formou em seus lábios, mas era um sorriso sem vida, carregado de algo que ela não conseguia identificar.
— Eleanor... — Ele murmurou, sua voz rouca e arrastada.
Seu nome na boca dele fez algo estranho se revirar dentro dela.
— O que aconteceu com você? — Ela perguntou, tentando esconder a preocupação.
Ele soltou uma risada curta, sem humor, passando a mão pelos cabelos desgrenhados.
— Boa pergunta… — Ele balançou a cabeça e tropeçou levemente para o lado.
Eleanor, num reflexo, segurou seu braço para impedi-lo de cair, sentindo o calor da pele dele sob seus dedos.
— Você bebeu demais — constatou, franzindo a testa.
— Parece que sim… — Ele piscou devagar, inclinando a cabeça. — Mas acredite, foi por uma boa causa.
— Alguma causa autodestrutiva, imagino — ela retrucou, cruzando os braços.
Ele riu novamente, dessa vez com mais ironia, e abaixou os olhos, como se estivesse envergonhado.
— Talvez.
Eleanor observou-o por um momento, tentando decidir o que fazer. Não podia simplesmente deixá-lo ali, naquele estado.
— Você tem para onde ir?
ele levantou o olhar para ela, estudando-a por um momento, antes de dar de ombros.
— Provavelmente. Mas nesse momento, não tenho certeza se me importo.
O tom sombrio de suas palavras fez um arrepio percorrer a espinha de Eleanor. Algo estava muito errado com ele.
Ela soltou um suspiro pesado, percebendo que não conseguiria simplesmente ignorá-lo e ir embora.
— Vem, vou te ajudar a pegar um táxi.
Ele ergueu uma sobrancelha, surpreso.
— Por que está fazendo isso?
Eleanor abriu a boca para responder, mas se pegou sem palavras. Por que, afinal? Ela não devia nada a ele.
Mas então, lembrou-se do elevador. Lembrou-se de como ele ficou ali, a ajudando, mesmo sem conhecê-la. Lembrou-se das palavras dele, da forma como ele a fez focar em sua voz para não afundar no pânico.
Ela suspirou e desviou o olhar.
— Porque ninguém merece ficar sozinho quando está assim.
ele a observou por um longo momento, e algo em seu olhar mudou. Por um instante, ele não parecia mais o homem arrogante e confiante que ela viu na empresa. Ele parecia… perdido.
— Tudo bem, Eleanor — ele disse baixinho. — Eu aceito sua ajuda.
E, com isso, ela segurou seu braço mais firme e começou a guiá-lo pela calçada, chamou um táxi.
Eleanor abriu a porta do táxi com cuidado e o ajudou a entrar, segurando-o pelo braço para garantir que ele não caísse no processo. Ele se acomodou no banco traseiro com um suspiro pesado, recostando a cabeça contra o vidro.
Ela fechou a porta e se inclinou pela janela aberta, encarando-o com um olhar firme.
— Onde você mora?
Ele piscou lentamente, como se precisasse de um momento para processar a pergunta. Então, murmurou um endereço quase inaudível.
Eleanor se virou para o taxista, entregando-lhe uma nota.
— Leve-o em segurança, por favor.
O homem assentiu, ajeitando-se no banco enquanto olhava pelo retrovisor.
Antes do táxi partir, ela discretamente pegou o celular e tirou uma foto da placa do carro. Só para garantir.
ele parecia mais alerta do que deixava transparecer, ergueu uma sobrancelha ao notar seu gesto.
— Está me rastreando, Eleanor?
Ela cruzou os braços e revirou os olhos.
— Só estou me certificando de que você vai chegar bem.
Um pequeno sorriso brincou nos lábios dele, mas seus olhos carregavam um cansaço profundo.
— Você é mais preocupada do que aparenta.
Eleanor suspirou, recuando um passo.
— Boa noite.
— Boa noite, Eleanor... e obrigada.
Ela não respondeu. Apenas observou o táxi partir, desaparecendo na esquina, antes de finalmente chamar outro para si.
Quando se acomodou no banco, soltou um suspiro cansado e fechou os olhos por um momento.
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Atualizado até capítulo 105
Comments
Marcia Cristina Carneiro
Eu estou aqui A pensar que ele tava fingindo ele tava vigiando ela com certeza tem alguma coisa acontecendo aí 28/02/25/
2025-02-28
31
Rut Arving
Quando a encontrou no elevador mesmo ela não o conhecendo ele sabia seu nome.Agora mesmo bebêdo a reconheceu.Há mistério envolvendo Eleanor e Dante.
2025-04-08
2
Evyy🎀🎀🎀🎀🧸
N sei se pararia pra ajudar ou saia correndo
2025-04-11
2