“Guilherme”
Três meses e eu não consigo uma aproximação, já tentei de tudo, trouxe lanche, com suco de caju, que o pai dela me disse que ela ama. Nem olhou, passou direto e ainda disse que eu estava sendo um ótimo amigo, que era para os meninos me agradecerem pelo lanche.
Na academia, ou ela trocou de horário, ou não está indo mais, eu não consegui encontrar com ela dia nenhum, tentei descobrir com o dono que parece amigo dela, mas não me contou nada, me mandou perguntar para ela.
Mandei flores, ela deu o buquê para o Marcos e falou para ele fazer um bom proveito, dar para a esposa, por exemplo.
Eu não sei mais o que fazer, já tentei ver com o Marcos, mas ele me disse que fui eu quem fez a merda, eu que de um jeito de consertar.
“Gi”
Todos sabem que Guilherme está tentando conquistar minha amizade de novo, mas eu me mantenho firme.
O dia em que cheguei da academia morrendo de fome e ele havia trazido os lanches e suco de caju, eu quase desisti de mostrar para ele que tem que saber tratar uma mulher. Falei para os meninos, agradeceram ao detetive porque estava sendo um bom amigo para eles e fui para minha sala.
Marcos é esperto, guardou dois lanches para mim e um copo de suco. Quando Guilherme saiu para verificar um chamado, Marcos veio em minha sala e me deu os lanches.
— Você deveria dar uma chance ao rapaz, ele está se esforçando.
— Vamos deixar como está, ele faz o trabalho dele e eu faço o meu.
No dia em que cheguei, vi o buquê lindo de girassóis que ele havia comprado para mim, quase me derreti.
Nossa, quem será que contou para ele que gosto de girassóis? Falei com dor no coração para Marcos levar para a esposa dele.
A academia, eu estou usando a do prédio, assim fica difícil para ele descobrir. Espero dar o horário dele ir para o trabalho e depois desço para me exercitar, são poucas pessoas que usam, então fico praticamente sozinha.
Hoje foram presos dois rapazes que disseram terem matado o homem que matou Bárbara, mandei trazer eles aqui na delegacia para interrogatório, vou ter que chamar Mendonça porque o caso é dele.
Vi, quando chegaram da visita, Guilherme apoiando uma mulher e Lucas com um homem algemado.
Saí da sala e a mulher chorava copiosamente e não largava Guilherme, conheço bem a figura.
Lucas me deu uma olhada de lado com um sorriso e foi levar Malagueta para a cela. Falei com a mulher.
— Julieta, se você não quiser fazer companhia para seu marido, é melhor largar o detetive.
Ela soltou, Mendonça arrumou a roupa e me encarou.
— Ele é tão gostoso e macio, só estava tirando uma lasquinha. Você também deveria fazer isso, ia melhorar muito seu humor.
— Olha o respeito comigo! Sente-se no lugar de sempre que o detetive Martins virá pegar seu depoimento, você resolveu largar seu marido?
— Não, delegada, eu amo meu marido, a senhora sabe disso.
— E por que nos chama então?
— Porque quando ele fica agressivo, só chamando vocês para que se acalme.
— Mendonça, pode deixar que o Martins pega o depoimento da Julieta, tenho outro assunto para falar com você.
— O que foi delegada? Algo grave?
— Apareceram dois rapazes que estão confessando que mataram o assassino da Bárbara, vamos falar com eles, como o caso é seu, achei que você ia querer ir também.
— Eles estão aqui, delegada?
— Estou esperando notícias, pedi para que trouxessem para cá.
Vi Melissa chegando sem os rapazes.
— Cadê os rapazes? Detetive?
— O delegado Júlio não me deixou trazê-los.
— Ok, logo no território do Júlio? Vamos lá, Mendonça, hoje você vai conhecer a delegacia comandada por Júlio. Como vamos para o mesmo lugar, é melhor o senhor ir comigo.
— Sim, senhora.
Entramos no carro e Gi não fala comigo, nem sei como me comportar.
Se puxo conversa ou fico mudo, o cheiro do perfume dela toma conta do carro. Pensei em abrir a janela para ver se meu cérebro não inventa besteira. Se eu disser que estou apaixonado por ela, será que me larga na estrada?
Chegamos, descemos e entramos. O delegado veio nos cumprimentar.
— Como vai o casalzinho? As fofocas que chegaram aqui dizem que vocês estão brigados.
— Estou aqui a trabalho, delegado e só vou falar sobre o caso.
— Nossa, o que você fez para ela, Mendonça? Fazia muito tempo que eu não via a mulher de gelo, você tem que ter feito uma coisa muito grave, já sei que quis transar com ela? Avançou o sinal? Vamos, me contem, eu sou curioso.
Gi meio sem paciência, fala.
— Delegado, onde estão os acusados?
— Estão na sala de interrogatório.
Entramos na sala e dois rapazes de mais ou menos 18 anos estavam sentados lado a lado na mesa. Fui e sentei na frente deles e me apresentei.
— Sou a delegada Gi Floriano, vocês estão falando que mataram um homem que eu estava procurando, quero saber por quê.
— Porque ele nos devia dinheiro, aí nos trouxe uma caminhonete toda suja de sangue como pagamento, ele queria nos incriminar, então terminamos com ele, menos um, porcaria na face da terra.
— Vocês sabiam que ele havia matado a namorada?
— Então, delegada! Aí nos traz a caminhonete com o sangue dela! Achou que nós era burro e ia cair na armadilha dele, mas ele que caiu na nossa.
E soltou uma risada.
— Detetive, o senhor quer perguntar algo?
— Bárbara tinha um crucifixo no pescoço, por um acaso vocês estão com ele?
“Gi”
Guilherme consegue ser muito fofo quando quer, lembrou da filha da Bárbara falando do apreço que tinha pelo crucifixo que foi da avó dela.
— Dei para minha mina, mas te dou o endereço e o senhor busca.
— Não! Você liga para sua mina e manda que leve até a delegacia da mulher ainda hoje.
— Tudo bem, detetive, vou falar, só porque cê tá sendo camarada com nois, delegada a senhora vai abrandar nossa pena porque matamos seu assassino?
— Vocês são presos do delegado Júlio, eu só vim fechar meu caso, não posso fazer nada por vocês.
Acabamos e íamos saindo. Júlio veio e quis começar de novo com as piadas, eu arrisquei, peguei na cintura dela e falei para Júlio.
— Já que você já se cansou desse soldadinho, quer sair com um homem de verdade?
— Seus informantes falam demais, eu e Gi estamos bem.
— Ela já te contou o segredo que ela esconde?
— Já me contou e o senhor, como delegado, deveria parar de tentar intimidar uma mulher que o senhor diz ser amigo.
Apertei a minha mão na cintura dela e disse:
— Vamos, querida, o nosso serviço aqui já acabou.
— Tchau! Delegado, tenha um bom dia!
-Tchau, casalzinho, mas eu ainda estou em dúvida se acredito em vocês ou não.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Maria Silva
mais que delegado de merda é esse chantageando outra delegada e porque ela não abre um processo contra ele só assim ele parava de mexer com ela
2025-04-14
3
Eva Soares
Uau é isso aí Mendonça/Kiss//Kiss//Kiss//Kiss//Kiss//Kiss//Kiss/
2025-02-26
3
Luciana Santos
nossa autora que livro maravilhoso!!!
2025-03-26
1