Detetive Marcos chega e vem falar comigo.
— Achou algo incriminador na casa?
— Não, Delegada, tudo limpo. O detetive conseguiu a confissão?
— Não, mas vamos continuar lutando com as armas que temos.
— Delegada, tem um pessoal querendo falar com a senhora.
— Pede para eles esperarem que já vou.
— Você atende as pessoas pessoalmente?
— Quando pedem para falar comigo sim e não sou você, sou “delegada”. É meu último aviso.
Saí de perto dele e fui ver quem queria falar comigo, tinha uma moça e um rapaz me esperando.
— Pois não? Sou delegada Gislaine, vocês queriam falar comigo?
— Sim, eu preciso da sua ajuda.
— Vamos entrar, sente-se e me conte o que aconteceu.
— Sou Márcia Valentim, minha mãe foi sua amiga de escola, por isso que vim.
— Quem é sua mãe?
— Bárbara Valentim.
— Claro, me lembro dela, o que aconteceu?
— Ela está desaparecida.
— Só um minuto, vou chamar um detetive para ouvir você comigo.
“Gi”
Saí na porta para chamar o Marcos, mas quem estava na minha frente era Guilherme, fiz sinal e ele veio.
— Pois não, delegada?
— Vem comigo ouvir o que a moça tem a dizer.
Guilherme entrou na sala, cumprimentou o casal e eu o apresentei formalmente.
— Este é o detetive Mendonça, ele está à paisana porque é o primeiro dia dele, mas vamos te escutar e tentar resolver o que fazer.
— Minha mãe está desaparecida desde ontem à noite.
Guilherme perguntou:
— Ela tem um namorado?
— Tem, mas já falei com ele e não sabe dela.
— Qual foi o último lugar onde viram sua mãe?
— Doutora, ela continua frequentando as cavalgadas e ontem tinha uma em Cedral, foi a última foto que ela postou.
“Gi”
Bárbara engravidou quando estava estudando comigo. Ela era um ano mais velha, tinha 16 anos.
Sempre foi meio doida, mas não estou aqui para julgar a vida de ninguém, vamos procurar minha amiga louca e tomara que não tenha acontecido nada grave com ela.
Márcia me mostra a foto da mãe dela sorrindo abraçada com o namorado.
— Marcia, preciso do contato do namorado dela e do endereço dele e dela.
— A senhora vai começar a investigação já?
— Você deu parte, agora abro a investigação e começamos a procurar e investigar. O investigador Mendonça vai fazer várias perguntas. Você responde todas e assim começaremos a procurar sua mãe.
Olhei para Guilherme e disse:
— Investigador, leve Márcia e o marido em sua mesa e faça o BO detalhado.
— Sim, senhora.
Guilherme está se comportando tão bem que estou até admirada, acho que quer me mostrar que é bom policial.
Vejo Melissa vindo apressada, o que será agora? Ela bate na porta e entra.
— Delegada, temos uma gravação do possível abuso.
— Pede para o rapaz do vídeo assistir e ver se podemos usar contra o acusado. A psicóloga chegou?
— Sim, já está com a menina, que disse não ter acontecido nada, que o avô só fica bravo porque ela não quer ir dormir.
— Vamos ver o vídeo que a mãe filmou, assim que tiver o resultado me traz.
Olhei no relógio e me assustei, já são 13:00.
Nossa, a manhã passou voando, já é hora do almoço.
Peguei minha bolsa e fui avisar Melissa que vou almoçar. Guilherme vem correndo.
— Gi, desculpa, “delegada”, posso falar com a senhora minuto?
Senti o tom de ironia quando falou comigo, vou tentar me livrar, não quero atrapalhar meu almoço.
— É muito importante? Porque se não for, eu vou almoçar e depois nos falamos.
— Quer almoçar comigo?
Fiquei olhando para ele e dei um suspiro. Se eu não tomar uma atitude, ele não vai entender que não pode falar comigo como se eu fosse qualquer amiga dele.
— Não.
— Por que Gi? Podemos almoçar como amigos.
Eu bem que tentei não fazer isso com ele no primeiro dia, mas não me dá escolha. Virei e tem dois detetives olhando esperando minha reação. Calmamente chamei ambos.
— Detetives Paulo e Carla, por favor venham até aqui.
— Sim, delegada.
— Prendam o detetive Mendonça até segunda ordem.
Guilherme ergueu o tom de voz e, revoltado, perguntou.
— O quê? Por que você vai me prender?
— Por insubordinação, por não respeitar sua superior.
— Você não pode fazer isso!
— Posso, sim, e por esse “você” vai ficar mais algumas horas. Estou indo almoçar até mais tarde.
“Guilherme”
Não estou acreditando, que mulher irritante, ela mandou me prender, deve ser brincadeira, eles não vão fazer isso com um amigo de profissão.
— Por favor, Guilherme, nos acompanhe até a cela.
— Vocês vão mesmo me prender?
— A delegada mandou, você vai ficar preso até segunda ordem e, se fosse, você levava um laptop com você porque a delegada não aceita atrasos e seu relatório vai ter que sair.
— Mas vou estar preso.
— Se não quiser pernoitar aí na cadeia, faça seu relatório.
Peguei o laptop e fui xingando mentalmente, a delegada irritante, o que tem de bonita tem de mala, mas se acha que vai me dobrar, está errada. Quanto mais tentar me dobrar, mais vou retaliar, espera só para ver.
“Gi”
Vi na cara dele que ficou indignado com a prisão, o que será que vai fazer? Ele não gosta de autoridade, vai tentar retaliar, vou deixá-lo preso a tarde toda, sem água. Quero ver o que ele vai fazer, como ele sabe ser gostoso, aqueles olhos castanhos são tão expressivos que consigo ler cada sentimento.
Almocei, voltei e me controlei para não perguntar como ele estava. Melissa veio em minha sala com o rapaz do vídeo.
— Delegada, o vídeo mostra o avô colocando a menina para dormir e depois de um tempo ele entra, toca punheta em cima da menina e saí do quarto.
— Ele não encostou na menina?
— Não, Delegada, e ela estava dormindo e não viu o que ele fez.
— Então não temos como acusar o homem? No máximo, por atitude impropria, chamem a mãe da menina aqui. Quero falar pessoalmente com ela.
A mulher veio e entrou na sala.
— Sente-se e vocês podem ir trabalhar.
Comecei a falar e sei que é difícil ouvir que ele não vai ser punido, mas eu não posso fazer muita coisa, só deixar o processo aberto em caso de segunda autuação.
— Senhora, o seu sogro é um homem nojento, mas como ele não encostou na sua filha, eu não posso acusá-lo de nada que o mantenha preso.
— A senhora viu o vídeo?
— Meu técnico assistiu e não podemos avisá-lo com um vídeo que mostra ele tocando punheta e sua filha dormindo.
— Ele poderia ter feito pior, ter machucado minha menina.
— Mas a senhora descobriu em tempo e salvou sua filha, meu conselho é que não deixe ele sozinho com as crianças.
— Não quero ele dentro da minha casa, minha filha é minha prioridade. Se meu marido quiser apoiar, o pai dele vai fazer isso lá na rua.
— Se a senhora perceber qualquer coisa pior, nos avise e buscaremos ele para averiguação.
— Muito obrigada, delegada, por sua atenção e cuidado.
— Vá com Deus e se cuidem.
Vi Melissa agitada e sei que quer me perguntar se vou soltar Guilherme.
— Pode entrar, detetive, o que foi?
— Delegada, posso soltar Guilherme?
— Pode soltá-lo, pede para ele me mandar o BO do caso Bárbara que quero ler.
— Mas, delegada, ele estava preso.
— O relatório deve ser entregue no prazo ou você acha que devo abrir uma exceção para ele?
-Não Delegada, a senhora está certa.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Salomé Silva
Nada de carrasca, ela está agindo certo no seu lugar de trabalho, ela tem que se impor como autoridade que é, mesmo se impondo já quer confundir as coisas imagina não se impondo aí que não a respeitaria mesmo 👏
2025-03-24
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Jocilene Santos
gostei dela tem q ter marra mesmo já ele todo cheio de si, mau conhece a mulher já pensa q ela vai se derreter mas tá muito patricinho kkk
2025-04-08
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Lilian Santos Ribeiro
só acho que ela não precisa dessa marra toda,vc pode ter respeito dos seus subordinados, sem precisar agir feito um carrasco
2025-03-29
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