capítulo 16

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Capítulo 16 – Entre o Desejo e a Razão

O toque de Eduardo foi breve, mas o suficiente para fazer Helena prender a respiração. Ele afastou a mecha de cabelo com delicadeza, seus dedos roçando de leve a pele dela.

Helena não soube dizer se o frio na barriga era nervosismo ou expectativa.

A proximidade entre eles parecia intensa demais para ser casual. O silêncio ao redor apenas tornava o momento mais carregado de significados não ditos.

Eduardo manteve o olhar fixo nela.

— Você não precisa ter medo de mim, Helena.

Ela piscou, surpresa.

— Eu não tenho medo.

Ele inclinou levemente a cabeça, como se estudasse sua reação.

— Tem certeza?

Helena não respondeu de imediato. Não era medo o que sentia, mas algo muito mais complexo.

— Eu só… ainda estou tentando entender o que estamos nos tornando — admitiu.

Eduardo sorriu de leve.

— Justo.

O vento soprou suavemente, fazendo com que Helena cruzasse os braços em um reflexo automático para se proteger do frio.

Sem hesitar, Eduardo tirou o paletó e colocou sobre os ombros dela.

— Obrigada — ela murmurou, sentindo o calor do tecido e o perfume dele impregnado ali.

— Vamos entrar — ele sugeriu. — Já está tarde.

Helena assentiu e seguiu ao lado dele de volta à mansão.

Noite em claro

Deitada em sua cama, Helena virou de um lado para o outro, incapaz de dormir.

O toque dele, a maneira como seus olhos pareciam sondar sua alma… tudo aquilo a inquietava.

Não havia mais dúvida: o que estava crescendo entre eles ia além de um simples acordo ou conveniência.

Mas o que fazer com isso?

Ela nunca imaginou que um casamento arranjado pudesse levá-la a sentir algo tão confuso e intenso.

Manhã de descobertas

Na manhã seguinte, Helena desceu para o café da manhã decidida a agir com naturalidade. Mas assim que viu Eduardo sentado à mesa, lendo o jornal, seu coração falhou uma batida.

Ele ergueu os olhos ao perceber sua presença.

— Bom dia — ele disse, fechando o jornal.

— Bom dia.

Helena sentou-se, e uma criada logo serviu seu café.

Por alguns instantes, o silêncio se instalou.

— Dormiu bem? — Eduardo perguntou, quebrando a tensão.

Helena hesitou antes de responder.

— Um pouco. Acho que minha mente estava agitada.

Ele sorriu de canto.

— Imagino.

O jeito como ele a olhava… era como se soubesse exatamente o motivo da agitação dela.

E talvez soubesse.

— Hoje quero que você conheça mais do setor financeiro da empresa — ele disse, mudando de assunto.

Helena agradeceu mentalmente pela distração.

— Certo. Acho que estou pronta para aprender mais.

Eduardo assentiu, satisfeito.

Mas antes que a conversa seguisse, a criada se aproximou.

— Senhor Vasconcellos, há uma ligação urgente para o senhor no escritório.

Ele suspirou e se levantou.

— Vou resolver isso. Nos encontramos no carro em vinte minutos.

Helena assentiu, observando-o sair.

O casamento arranjado já não parecia um fardo.

Mas a questão que mais a perturbava agora era: até onde estava disposta a ir com isso?

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