capítulo 8

Capítulo 8 – Entre Descobertas e Dúvidas

Após o café da manhã, Helena decidiu explorar a mansão. Desde pequena, visitava a casa de Eduardo como amiga de Laura, mas nunca prestou atenção aos detalhes como fazia agora. Antes, aquele lugar era apenas a casa do pai de sua amiga. Agora, era seu novo lar.

Caminhou pelos corredores longos, observando os quadros antigos nas paredes, os móveis imponentes e os tapetes caros. Tudo ali exalava tradição e poder. Helena se perguntou se algum dia se sentiria verdadeiramente parte daquele ambiente.

Ao chegar ao jardim, inspirou profundamente o ar fresco da manhã. O canto dos pássaros e o perfume das flores traziam uma sensação de paz que ela não esperava encontrar. Caminhou até um banco de madeira próximo à fonte e sentou-se, aproveitando a tranquilidade.

— A senhora deseja algo?

A voz suave a fez se sobressaltar. Olhou para o lado e viu uma mulher de meia-idade, de olhos gentis e postura respeitosa.

— Você é a Rosa, certo?

A governanta sorriu.

— Sim, senhora.

Helena ainda não estava acostumada a ser chamada assim.

— Pode me chamar apenas de Helena.

Rosa hesitou, mas assentiu.

— Claro, Helena.

A jovem sorriu, sentindo-se um pouco mais confortável.

— Eu queria conhecer melhor a casa. Você trabalha aqui há muito tempo?

— Há quase vinte anos — Rosa respondeu. — Eu vi Laura crescer… e também vi o senhor Eduardo mudar muito ao longo dos anos.

Helena franziu a testa.

— Mudar como?

A governanta hesitou por um instante, como se estivesse decidindo se deveria falar.

— Antes, ele era mais leve. Depois do divórcio, se tornou um homem mais fechado.

Helena já imaginava que o casamento anterior de Eduardo tivesse deixado marcas, mas ouvir aquilo de alguém que convivia com ele há tanto tempo tornava tudo mais real.

— E como era a esposa dele?

Rosa respirou fundo antes de responder.

— Bonita e sofisticada. Mas nunca pareceu feliz aqui.

Helena processou aquela informação. Será que Eduardo também não tinha sido feliz?

— Você acha que ele mudou para sempre?

A governanta sorriu de leve.

— Acho que ele pode mudar de novo… se encontrar um motivo.

Helena ficou em silêncio, olhando para a fonte à sua frente. Será que ela seria esse motivo?

Antes que pudesse continuar a conversa, uma voz familiar interrompeu seus pensamentos.

— E então? Como está sua nova vida de casada?

Helena se virou e viu Laura se aproximando com um sorriso divertido no rosto.

— Laura! — Helena levantou-se e foi abraçá-la.

A amiga a analisou dos pés à cabeça.

— Você parece bem. Isso significa que Eduardo não é um marido cruel?

Helena riu.

— Não. Ele está sendo… respeitoso.

Laura ergueu uma sobrancelha.

— E você quer que ele seja só isso?

Helena sentiu o rosto esquentar.

— Laura!

— O quê? Eu estou curiosa!

As duas se sentaram no banco, e Helena suspirou.

— É estranho. Ele me dá espaço, não me pressiona, mas ao mesmo tempo, sinto que ele me observa. Como se estivesse esperando algo de mim, mas sem dizer o que.

Laura sorriu.

— Isso porque meu pai não é um homem que se precipita. Ele analisa, estuda a situação. E, pelo jeito, ele quer entender você antes de dar qualquer passo.

Helena mordeu o lábio, refletindo.

— E eu não sei o que fazer com isso.

Laura segurou sua mão.

— Apenas siga seu coração. Mas, se quer um conselho… não tenha medo de se aproximar dele.

Helena assentiu, mas a verdade era que essa ideia a deixava mais nervosa do que deveria.

E se Eduardo estivesse esperando que ela tomasse a iniciativa?

E se ele quisesse que esse casamento se tornasse algo real?

Essa possibilidade era mais assustadora do que qualquer outra

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