capítulo 15

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Capítulo 15 – Aproximação Inevitável

O carro deslizou suavemente pelas ruas iluminadas da cidade enquanto Helena olhava pela janela, perdida em pensamentos. O dia ao lado de Eduardo havia sido diferente de tudo o que já experimentara. Pela primeira vez desde o casamento, sentia que poderia pertencer àquele mundo.

Quando chegaram à mansão, o motorista abriu a porta para ela. Eduardo saiu logo em seguida, seus passos firmes ecoando na calçada de mármore.

— Foi um bom dia — ele disse enquanto caminhavam para dentro.

Helena assentiu.

— Sim. Gostei mais do que imaginei.

Eduardo parou no meio do hall, olhando para ela com intensidade.

— Isso significa que pretende continuar?

Ela segurou o olhar dele por um instante antes de responder.

— Sim. Quero aprender mais.

O canto da boca dele se ergueu em um meio sorriso satisfeito.

— Então, amanhã começamos de verdade.

O olhar que trocaram foi carregado de um entendimento silencioso. Algo estava mudando entre eles, e ambos sabiam disso.

Helena subiu para seu quarto, tentando ignorar o turbilhão de emoções dentro de si.

O Jantar

Mais tarde, durante o jantar, o clima entre eles estava diferente. Não era desconfortável, mas havia uma tensão no ar que antes não existia.

— Você sempre soube que queria trabalhar com negócios? — Helena perguntou, tentando quebrar o silêncio.

Eduardo pousou os talheres e a observou.

— Nem sempre. No início, era uma obrigação familiar. Mas depois percebi que tinha talento para isso.

— Então, no começo, não foi sua escolha?

— Não — ele admitiu. — Mas às vezes a vida nos leva por caminhos inesperados.

Helena abaixou o olhar para o prato, refletindo sobre suas palavras.

— Acho que estou começando a entender isso.

Eduardo se recostou na cadeira, observando-a com atenção.

— Você está diferente.

Ela ergueu os olhos, surpresa.

— Diferente como?

— Mais confiante. Mais certa do que quer.

Helena desviou o olhar, sentindo o coração acelerar.

— Talvez eu esteja apenas me adaptando.

— Talvez — ele disse, com um sorriso enigmático.

Eles terminaram o jantar em silêncio, mas era um silêncio carregado de algo que não precisavam dizer em voz alta.

No Jardim

Depois do jantar, Helena decidiu caminhar um pouco pelo jardim. O ar fresco da noite ajudaria a clarear seus pensamentos.

Mas ela não estava sozinha por muito tempo.

— Não consegue dormir? — A voz de Eduardo soou atrás dela.

Ela se virou e o encontrou parado ali, as mãos nos bolsos da calça social, a expressão calma, mas atenta.

— Apenas queria um pouco de ar.

Ele caminhou até ela, parando ao seu lado.

— Pensando em algo específico?

Helena suspirou, olhando para o céu estrelado.

— Acho que só estou tentando entender tudo o que mudou em tão pouco tempo.

Eduardo ficou em silêncio por um momento antes de dizer:

— Mudanças podem ser assustadoras. Mas também podem ser libertadoras.

Helena virou-se para ele, encontrando seus olhos escuros.

— E para você? Essa mudança também foi difícil?

Ele a observou por um instante antes de responder.

— No início, sim. Mas agora… não me parece mais tão ruim.

O coração de Helena disparou.

Eles estavam perto, mais do que deveriam.

Eduardo ergueu uma mão, afastando uma mecha de cabelo que caíra sobre o rosto dela.

Dessa vez, Helena não recuou.

Ela apenas sustentou o olhar dele, sentindo que algo inevitável estava prestes a acontecer.

E, pela primeira vez, não sentia vontade de fugir.

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