capítulo 7

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Capítulo 7 – A Nova Rotina

Na manhã seguinte, Helena acordou com a luz do sol atravessando as cortinas do quarto. Por um breve momento, esqueceu-se de onde estava. O colchão macio, os lençóis impecáveis e o silêncio ao seu redor eram tão diferentes de sua antiga casa que ela sentiu um pequeno aperto no peito.

Mas então, a lembrança veio. O casamento, a conversa com Eduardo na noite anterior, a promessa de tempo e respeito.

Suspirou, levantando-se da cama e caminhando até a janela. O jardim da mansão Montenegro era enorme, com flores bem cuidadas e uma piscina refletindo o céu azul. Parecia um lugar bonito de se viver, mas a beleza não significava pertencimento.

Ela vestiu um robe de seda e abriu a porta do quarto. O corredor estava silencioso, e por um instante, Helena se perguntou se Eduardo já havia saído para o trabalho.

Desceu as escadas devagar, sentindo a imensidão da casa. Ao chegar à sala de jantar, encontrou uma mesa posta com frutas, pães, café e sucos. Eduardo estava sentado à cabeceira, lendo um jornal, vestido impecavelmente em um terno escuro.

Ele levantou os olhos ao notar sua presença.

— Bom dia, Helena.

Ela hesitou antes de responder.

— Bom dia.

Um empregado se aproximou, puxando uma cadeira para ela. Helena agradeceu com um aceno e sentou-se à mesa.

— Dormiu bem? — Eduardo perguntou, fechando o jornal.

— Sim, obrigada — respondeu, pegando uma xícara de café. — E você?

— Sempre durmo bem — ele respondeu com um meio sorriso.

O silêncio que se seguiu não era desconfortável, mas carregado de expectativas. Helena sabia que precisava se acostumar à presença dele em sua vida, mas tudo ainda parecia estranho.

— Quais são seus planos para hoje? — Eduardo perguntou, tomando um gole de café.

Helena mexeu a colher na xícara, pensativa.

— Não sei. Ainda estou tentando me adaptar a tudo isso.

Eduardo assentiu, como se esperasse essa resposta.

— Você pode fazer o que quiser, Helena. A casa agora é sua também. Se quiser sair, eu posso disponibilizar um motorista. Se quiser redecorar algo, fique à vontade.

Ela ergueu uma sobrancelha, surpresa com a liberdade oferecida.

— Então, posso reformar a casa inteira?

Ele soltou um pequeno riso.

— Desde que me avise antes, sim.

Helena sorriu pela primeira vez naquela manhã. Eduardo parecia menos rígido do que de costume, e isso a fez relaxar um pouco.

— E você? Vai para o trabalho agora?

— Sim — ele confirmou. — Tenho algumas reuniões importantes hoje. Mas estarei de volta para o jantar.

Helena assentiu, observando-o com curiosidade.

— Você trabalha demais, não é?

— Trabalho faz parte da minha vida — Eduardo disse, sem hesitar. — Mas isso não significa que seja a única coisa importante.

Helena ficou em silêncio, ponderando sobre aquela resposta.

Eduardo terminou seu café e se levantou.

— Se precisar de algo, peça a Rosa. Ela cuida da casa há anos e pode ajudá-la no que for necessário.

— Tudo bem — Helena respondeu, observando-o pegar o paletó e se preparar para sair.

Antes de ir, ele parou ao lado dela, inclinando-se levemente.

— Tenha um bom dia, Helena.

Ela olhou para ele, sentindo o coração acelerar um pouco com a proximidade.

— Você também.

Eduardo saiu, deixando Helena sozinha com seus pensamentos.

Aos poucos, ela percebia que, mesmo sendo um casamento arranjado, Eduardo Montenegro não era um homem que a trataria como uma simples obrigação.

E isso tornava tudo ainda mais complicado

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