Capítulo 11 – Laços em Construção
A noite estava agradável, com o vento suave trazendo o aroma das flores do jardim. Helena caminhava ao lado de Eduardo, sentindo a presença dele de forma mais intensa do que gostaria de admitir. Era estranho como, em poucos dias, sua visão sobre aquele casamento estava mudando.
Antes, tudo parecia uma imposição. Agora, parecia… uma possibilidade.
Eduardo estava silencioso, mas não de uma forma desconfortável. Ele parecia estar aproveitando o momento tanto quanto ela.
— Você sempre anda pelo jardim à noite? — Helena perguntou, quebrando o silêncio.
— Às vezes — ele respondeu, com um olhar pensativo. — Quando preciso organizar meus pensamentos.
Ela sorriu levemente.
— E hoje? Está tentando organizar algo?
Eduardo virou o rosto para ela, seus olhos escuros refletindo a luz da lua.
— Sim.
Helena esperou que ele continuasse, mas Eduardo apenas sustentou seu olhar, como se esperasse que ela entendesse sem que precisasse dizer mais nada.
E, de certa forma, ela entendeu.
A relação entre eles era um mistério, um território desconhecido para os dois. Eduardo não era um homem que tomava decisões impulsivas, e Helena começava a perceber que ele estava dando a ela o tempo e o espaço para decidir como queria lidar com aquilo.
Eles chegaram até um pequeno banco de pedra, cercado por roseiras brancas. Eduardo parou e fez um gesto para que Helena se sentasse. Ela obedeceu, e ele sentou-se ao lado dela, sem pressa.
— Como se sente aqui? — Eduardo perguntou.
Helena pensou por um momento antes de responder.
— Ainda não sei. Não me sinto desconfortável, mas também não me sinto completamente à vontade.
Ele assentiu, parecendo compreender.
— Leva tempo para se acostumar com mudanças.
Ela soltou um pequeno riso.
— Você sempre fala com tanta certeza.
— Porque eu aprendi que a vida exige paciência.
Helena o olhou de lado.
— E você sempre foi paciente?
Eduardo sorriu de leve.
— Não. Já fui impulsivo, já tomei decisões erradas. Mas aprendi que a pressa pode custar caro.
Ela percebeu que ele não era um homem que se arrependia facilmente, mas também não ignorava seus erros. Isso o tornava diferente de qualquer pessoa que ela já conhecera.
O vento soprou suavemente, bagunçando uma mecha de cabelo de Helena. Antes que ela pudesse ajeitá-la, Eduardo ergueu a mão e afastou o fio do rosto dela com um toque inesperadamente suave.
Ela prendeu a respiração.
Os dedos dele roçaram sua pele por um breve instante, e algo dentro dela se agitou. Eduardo não era um homem de gestos descuidados. Se ele fazia algo, era porque queria.
Os olhos de Helena encontraram os dele, e por um momento, o tempo pareceu parar.
— Helena… — ele murmurou, sua voz mais baixa do que o normal.
Ela engoliu em seco.
— Sim?
Eduardo inclinou-se ligeiramente para frente, como se estivesse testando os próprios limites.
— Quero que saiba que não espero nada de você que não esteja pronta para dar.
O coração dela bateu acelerado.
Ele estava dando a ela o poder de escolha.
Era raro encontrar um homem como Eduardo. Ele poderia simplesmente exigir que ela cumprisse seu papel como esposa, mas, em vez disso, estava esperando.
Helena não sabia o que responder. Tudo o que sabia era que, naquele instante, a ideia de se afastar dele parecia errada.
Então, em um gesto hesitante, mas sincero, ela ergueu sua mão e a colocou sobre a dele.
Eduardo não se moveu, mas sua respiração pareceu mudar sutilmente.
Não disseram mais nada. Não precisavam.
Naquele momento, algo entre eles mudou.
E Helena sabia que, independentemente do que acontecesse a partir dali, não poderia mais ignorar o que estava sentindo.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
maria salete
Nossa! É muito raro vermos um homem másculo tão sensível, obrigada autora por mostrar esse início do convívio deles tão suave.
2025-02-18
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