Os dias passaram de forma serena, mas com a intensidade dos sentimentos crescendo silenciosamente. Paula e Laura estavam mais em sintonia do que nunca, mas com isso, também surgiram novas questões e reflexões. As conversas que antes pareciam naturais agora tomavam outra dimensão, mais profundas, mais intensas.
Você e Laura continuavam a compartilhar momentos únicos, mas havia uma leve tensão no ar. Laura parecia estar descobrindo mais sobre si mesma, e talvez, pela primeira vez, estivesse permitindo-se ser vulnerável de uma maneira que nunca havia feito antes. O que começou como um simples apoio de amiga estava se transformando em algo mais complexo, algo que não podia mais ser ignorado.
Uma noite, enquanto todos estavam na sala assistindo a um filme, você e Laura se encontraram no sofá, um pouco mais afastadas do que o normal, mas ainda assim com a conexão palpável entre vocês. O clima estava confortável, mas algo em que Laura parecia diferente. Ela estava quieta, observando a tela, mas com o olhar distante.
Você a observou por um momento antes de falar, sua voz suave, mas cheia de curiosidade.
— Está tudo bem, Laura? — você perguntou, sem pressa. Sabia que, às vezes, ela precisava de tempo para se abrir, mas você sempre estava disposta a esperar.
Laura virou lentamente a cabeça para você, seus olhos azuis profundos, como se estivessem tentando encontrar as palavras certas.
— Eu... acho que estou começando a entender algo importante — ela começou, sua voz um pouco hesitante, mas carregada de algo novo. — Eu e Paula, estamos começando algo, mas tem uma parte de mim que ainda está confusa sobre o que realmente sinto. Não sobre ela, mas sobre o que isso significa para mim. Nunca imaginei que estaria tão perdida nas minhas próprias emoções.
Você sorriu, a compreensão aparece instantaneamente em seu rosto.
— Eu entendo. Às vezes, o mais difícil é entender o que realmente queremos e precisamos. Não se preocupe em ter todas as respostas agora, Laura. O importante é que você esteja sendo honesta consigo mesma. Seja o que for que você sinta, você não está sozinha.
Laura olhou para você com um sorriso tímido, mas sincero. Era como se, pela primeira vez, ela tivesse encontrado uma paz interna ao ouvir suas palavras. O peso que ela carregava parecia um pouco mais leve, só por ter alguém com quem compartilhar seus sentimentos mais confusos.
Enquanto isso, na outra extremidade da sala, Paula estava em uma conversa privada com Natacha. Elas falavam baixinho, mas você podia sentir a intensidade das palavras, mesmo sem ouvi-las completamente. Natacha tinha sempre uma maneira tranquila de lidar com as inseguranças de Paula, e ambas estavam tão em sintonia que parecia que a distância entre elas era mínima.
Você se levantou e caminhou até onde Natacha e Paula estavam. Ao se aproximar, ouviu Natacha dizer algo em um tom suave, mas que parecia tão verdadeiro:
— O mais importante é que você seja honesta com a Paula. Não importa o quanto leve para entender, o que importa é que você não esconda o que sente. Eu sei que você tem medo, mas ela vai entender, Paula. Ela entende mais do que você pensa.
Paula suspirou, um leve sorriso nos lábios.
— Eu sei... é só que... às vezes, parece que eu estou pedindo demais dela. Como se eu fosse pedir para ela entender algo que eu mesma não entendo ainda.
Você se aproximou delas, sentando-se ao lado de Natacha e olhando para Paula com compreensão.
— Paula, ninguém aqui está pedindo que você tenha todas as respostas. O que importa é que você seja verdadeira consigo mesma e com a Laura. Ela vai te entender, eu tenho certeza disso.
Paula olhou para você, os olhos ainda um pouco ansiosos, mas com um alívio visível.
— Eu sei... mas e se, no fim, ela não entender? E se... tudo isso for confuso demais?
Natacha colocou uma mão no ombro de Paula, com a firmeza e gentileza que só ela sabia transmitir.
— Não podemos controlar como os outros vão reagir, Paula. O que podemos controlar é a maneira como agimos. Se você for verdadeira com seus sentimentos, Laura vai perceber isso. Às vezes, a sinceridade é tudo o que precisamos para criar um espaço seguro, onde ambos podem se entender.
Paula assentiu, e a conversa seguiu por um tempo, mais tranquila. No fundo, ela sabia que estava em uma fase de crescimento, e talvez fosse esse o verdadeiro desafio. Aprender a ser vulnerável, a deixar-se levar pelas emoções sem ter medo do que o futuro traria.
Naquela noite, todos se retiraram para seus quartos. Mas, antes disso, Laura veio até você, como se a atração pela sua presença fosse algo inevitável.
— Aline, obrigada por tudo. Por ouvir. Por estar aqui, sem pressa, sem julgamentos. Eu acho que finalmente entendi algo hoje, não só sobre Paula, mas sobre mim mesma — ela disse, sua voz suavizando com o cansaço, mas também com um sorriso genuíno.
Você sorriu de volta, tocando levemente seu braço.
— Eu agradeço por confiar em mim, Laura. Lembre-se, o que importa é que você está indo no seu próprio tempo. Não precisa ter todas as respostas agora. O que importa é que você está se permitindo sentir e entender seus sentimentos.
Laura assentiu, e antes de se afastar, ela deu um abraço apertado em você, um gesto que falava mais do que palavras poderiam expressar. Era como se, por um instante, o mundo tivesse ficado em pausa e apenas aquela conexão entre vocês importasse.
Na manhã seguinte, quando todos estavam reunidos na cozinha, o clima estava mais leve. Não havia pressa, não havia cobranças. O cheiro de café invadia o ambiente, e as conversas fluíam de maneira natural. Paula estava ao lado de Laura, seus olhares mais confiantes, mais tranquilos, e a compreensão mútua parecia mais forte do que nunca.
Natacha e Pedro estavam, como sempre, em sintonia, e você sentiu que as coisas estavam, finalmente, tomando a forma que todos precisavam. Não havia perfeição, mas havia um amor genuíno e um respeito pelo processo de cada um.
Enquanto o café era servido e o dia começava, todos estavam conscientes de que o futuro ainda estava aberto, mas que, juntos, poderiam enfrentar o que queriam. O mais importante, naquela manhã, era saber que ninguém estava sozinho. Todos estavam aprendendo, crescendo, e se permitindo viver o presente com a certeza de que, no final, as respostas viriam, quando fossem necessárias.
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Atualizado até capítulo 63
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