— Hyunwoo? Hyunwoo? — a voz soava distante, como se estivesse ecoando no fim de um túnel escuro. Lentamente, ele foi despertando, os sentidos voltando a funcionar como engrenagens enferrujadas. Forçou os olhos a abrir, a visão inicialmente embaçada, até que, aos poucos, as formas começaram a se definir. O rosto de Artur surgiu à sua frente, com uma expressão tensa e preocupada.
— Finalmente acordou — Artur suspirou, aliviado.
Hyunwoo piscou várias vezes, tentando organizar os pensamentos. Tudo estava nebuloso, mas logo as memórias começaram a voltar: a queda, a explosão, as águas frias. Ele tentou se mover, mas uma dor aguda no braço o fez parar de repente. Quando tentou se levantar, sentiu a mão firme de Artur a segurá-lo.
— Não se levante agora — alertou o amigo. — O seu braço está machucado, está com uma fratura.
Hyunwoo olhou para o lado, vendo seu braço enfaixado, imobilizado por uma tala improvisada. O choque da dor e a confusão começaram a dar lugar à preocupação. Seu coração acelerou, e as palavras saíram de sua boca antes que pudesse controlá-las.
— Onde está o capitão Steve Miller?
— perguntou, com desespero evidente na voz.
Artur hesitou por um momento, seu olhar ficando sombrio. Ele deu um suspiro pesado antes de responder.
— Ele está numa cirurgia agora. Levou um tiro durante a confusão... E parece que está muito machucado. Foi atingido gravemente na queda e na explosão, mas os médicos estão fazendo o que podem.
O mundo de Hyunwoo parecia girar. A imagem do capitão ainda estava fresca em sua mente, a última vez que o vira antes de tudo desmoronar. Ele respirou fundo, tentando processar a gravidade da situação. Fechou os olhos, desejando que o resgate tivesse chegado a tempo.
— Aonde estamos?
— No hospital.
— Você é o acompanhante do paciente Steve Miller? — a médica perguntou para Ower que logo levantará.
Hyunwoo olhou para a médica e prestou atenção no que ela iria dizer.
— Estamos fazendo o possível. Devido a situação e também por poucas pessoas na equipe médica, estamos tentando fazer o possível.
Hyunwoo logo percebeu o semblante de preocupação no rosto da médica.
— Qual é o estado dele? E por que tem poucas pessoas na equipe médica? — perguntou Hyunwoo.
— Steve, está bem e acabamos de retirar a bala. No entanto, estamos aguardando o médico cirurgião chegar, pois devido as condições climáticas, o helicóptero que está transferindo o médico pode dar problemas.
— Sou médico cirurgião. — Hyunwoo levantou da maca.
— Mas, Hyunwoo está ferido. — falou Artur.
Hyunwoo sentiu uma pontada de dor ao tentar se levantar, mas a adrenalina e a urgência da situação o empurraram para frente. Ele não podia ficar parado enquanto a vida de Steve estava em jogo.
— Eu sei que estou ferido, mas Steve precisa de ajuda agora — ele insistiu, sua voz firme. — Posso realizar a cirurgia até que o médico chegue.
A médica hesitou por um momento, seus olhos alternando entre o ferimento de Hyunwoo e a expressão decidida em seu rosto.
— Você tem certeza de que pode fazer isso? — Ela perguntou.
Hyunwoo assentiu, ignorando o latejar de dor em seu corpo. — Eu consigo. Não temos tempo a perder.
Ower, que permanecera em silêncio até então, deu um passo à frente. — Deixe-o tentar. Ele é o único aqui que pode ajudar Steve agora.
A médica soltou um suspiro pesado, claramente em conflito, mas por fim assentiu. — Muito bem. Vamos preparar a sala de cirurgia.
Enquanto a equipe se movia para organizar tudo, Hyunwoo começou a mentalmente revisar o procedimento e analisar a condição de Steve.
— Artur, me ajude a preparar. — pediu Hyunwoo, sua voz agora mais suave, mas ainda determinada. Assim como Hyunwoo, Artur era um médico muito habilidoso, apesar de ser de áreas diferentes, a ajuda dele poderia ser crucial.
A tensão na sala era palpável. Artur prontamente se aproximou, lançando um olhar breve e preocupado para Hyunwoo. Sem dizer uma palavra, começou a organizar os instrumentos necessários, seus movimentos rápidos e eficientes. Ele sabia que o tempo era crucial, e cada segundo perdido poderia custar a vida de Steve.
— Você está certo disso? — murmurou Artur, entregando a Hyunwoo uma máscara esterilizada.
Hyunwoo o encarou por um instante, seus olhos revelando um misto de dor e determinação. — Eu tenho que estar. Não há outra opção.
Enquanto os dois se preparavam, o som dos monitores cardíacos preenchia o ambiente, servindo como um lembrete constante da gravidade da situação.
A tensão no ar parecia aumentar a cada segundo. Hyunwoo, agora vestido com a roupa esterilizada, observava os preparativos ao seu redor. A sala de cirurgia estava pronta, mas ele não podia ignorar o peso da responsabilidade que recaía sobre seus ombros. Com Steve inconsciente na mesa, o tempo corria contra eles.
Artur ajustou o monitor de sinais vitais e deu uma última checada nos instrumentos.
— Todos os equipamentos estão prontos, Hyunwoo. O que mais você precisa? — A voz de Artur estava controlada, mas era impossível disfarçar a preocupação em seu tom.
Hyunwoo respirou fundo, tentando acalmar a mente. — Precisarei de precisão máxima com a pinça vascular. Não posso permitir nenhum erro, ou ele não vai sobreviver. Mantenha o controle da pressão arterial estável. Se ela cair...
— Eu sei, — interrompeu Artur, seus olhos focados no monitor. — Estamos prontos para qualquer emergência.
A médica, que estava do outro lado da mesa, olhou diretamente para Hyunwoo.
— Lembre-se, seu corpo ainda está debilitado. Você tem certeza de que consegue fazer isso?
Ele segurou o olhar dela por um momento, depois desviou para Steve. A voz de Hyunwoo soou firme quando respondeu. — Eu preciso tentar. Steve precisa de procedimentos rápidos. Pelo o que analisei da situação, o tempo agora é crucial e Steve precisa da nossa agilidade. Não podemos esperar pelo médico.
A médica apenas assentiu, sem mais questionar. Ela entendia a pressão que todos estavam enfrentando.
Com um aceno para a equipe, Hyunwoo começou o procedimento. Seus movimentos eram precisos, calculados. Cada passo tinha que ser perfeito, cada decisão poderia ser a diferença entre a vida e a morte. A dor em seu corpo latejava, mas ele a bloqueava com foco absoluto. Não havia espaço para distrações agora.
O silêncio na sala de cirurgia era quebrado apenas pelos sons dos aparelhos médicos, o bip constante que monitorava os batimentos de Steve. As mãos de Hyunwoo trabalhavam rapidamente, mas com cuidado extremo, enquanto ele removia a obstrução que colocava a vida de Steve em risco.
— Pressão arterial está caindo. — alertou Artur de repente, os olhos fixos no monitor.
Hyunwoo sentiu o coração acelerar, mas não demonstrou nada além de calma exterior.
— Aumente a infusão de fluido. Mantenha o volume sanguíneo estabilizado.
A sala pareceu mergulhar em uma tensão mais densa quando Artur, com movimentos rápidos e precisos, ajustou a infusão de fluido. O monitor piscou, registrando a resposta do corpo de Steve. Hyunwoo, mesmo com a dor pulsando em cada músculo, não tirou os olhos do campo cirúrgico.
— Ele está estabilizando — murmurou Artur, sua voz uma mistura de alívio e alerta.
Hyunwoo não respondeu, concentrado no delicado trabalho diante dele. A pinça vascular estava firmemente em suas mãos, e ele sabia que qualquer tremor ou hesitação poderia ser fatal. Ele bloqueava tudo ao seu redor, exceto o fluxo exato dos movimentos. Cada pequena manobra era crítica. O som dos batimentos cardíacos de Steve ecoava em seus ouvidos como um metrônomo, marcando o tempo de uma corrida silenciosa contra a morte.
— Está quase… — murmurou Hyunwoo, os olhos fixos no ponto onde precisava finalizar a sutura.
A médica se aproximou ligeiramente, os olhos observando cada movimento de Hyunwoo. Seu silêncio agora era uma mistura de respeito e preocupação. Ela sabia que ele estava em seu limite, e qualquer desatenção poderia desmoronar todo o esforço.
— Cuidado com a hemorragia lateral.
— alertou a médica, observando uma leve alteração no fluxo sanguíneo.
Hyunwoo assentiu, ajustando a pressão de suas mãos. Ele precisava terminar logo, mas sem apressar o processo. Mais alguns movimentos calculados e a obstrução estava removida.
Finalmente, ele se afastou ligeiramente, respirando fundo pela primeira vez em o que pareceu uma eternidade.
— Está feito. — disse ele, a voz baixa, mas firme. — Agora é com o corpo dele.
A equipe médica imediatamente entrou em ação, estabilizando Steve e monitorando suas respostas. O silêncio de antes foi substituído pelo som de movimentos rápidos e conversas baixas.
Hyunwoo se permitiu um momento para relaxar, mas logo sentiu a onda de exaustão o invadir. Ele deu um passo para trás, e por um instante, sentiu a visão embaçar. Artur, notando a súbita mudança, se aproximou rapidamente e segurou seu braço.
— Hyunwoo, você precisa descansar. Vamos cuidar do resto.
Mas antes que Hyunwoo pudesse responder, a médica se aproximou. — Você fez mais do que o suficiente. Agora deixe-nos cuidar de você.
Hyunwoo olhou uma última vez para Steve, ainda inconsciente, antes de finalmente ceder. Seu corpo não aguentaria mais. Ele fez um aceno breve para Artur, que o guiou para fora da sala, enquanto a equipe continuava a estabilizar Steve.
A batalha de Hyunwoo havia terminado, mas a de Steve estava apenas começando.
Hyunwoo sentiu as pernas cederem assim que cruzou a porta da sala de cirurgia. Artur, atento, segurou-o antes que ele caísse completamente.
— Calma, amigo. Você fez o que precisava ser feito, agora é hora de descansar.
Hyunwoo tentou protestar, mas as palavras morreram em sua garganta. A exaustão era implacável, seu corpo finalmente respondendo ao trauma e ao esforço contínuo. Artur o ajudou a se sentar em uma cadeira do lado de fora, enquanto uma enfermeira se aproximava rapidamente com uma garrafa de água e um kit de primeiros socorros.
— Você devia estar na mesa de operações, não operando — comentou Artur, tentando esconder a preocupação com uma leve brincadeira.
Hyunwoo deu um sorriso cansado, mas não respondeu. Seus olhos estavam fixos na porta fechada da sala de cirurgia, sua mente ainda com Steve. Ele sabia que o procedimento havia sido bem-sucedido, mas o verdadeiro teste começaria agora. Steve precisaria lutar, e Hyunwoo só podia esperar que ele tivesse força suficiente para isso.
A enfermeira começou a tratar os ferimentos de Hyunwoo, que havia ignorado por tanto tempo. Ele não se opôs, mas sua mente estava longe, repassando cada detalhe da cirurgia, cada decisão, cada movimento.
— Ele vai sobreviver — disse Artur, sentando-se ao lado de Hyunwoo. — Você fez tudo o que podia. Agora é com ele.
Hyunwoo assentiu lentamente, ainda encarando a porta. Ele queria acreditar nas palavras de Artur, mas a incerteza era um fardo pesado.
Alguns minutos depois, a médica saiu da sala de cirurgia. Seu rosto estava sério, mas havia uma leveza em seu olhar.
— Ele está estável por enquanto, — disse ela, cruzando os braços. — A cirurgia foi um sucesso, mas as próximas horas serão críticas. Vamos monitorá-lo de perto.
Hyunwoo soltou um suspiro profundo, sentindo o peso da tensão se aliviar, pelo menos um pouco.
— Obrigado! — falou em voz fraca.
A médica olhou para ele por um instante, depois para os ferimentos ainda visíveis em seu corpo.
— Agora você precisa de cuidados. Não pode continuar assim, Dr. Hyunwoo. Você já fez mais do que o suficiente.
Ele sabia que ela estava certa. Sua resistência estava no limite, mas algo o impedia de se render completamente.
— Eu só preciso de um pouco mais de tempo. — respondeu ele, com a mesma determinação de antes, mesmo que seu corpo já estivesse quebrado.
Artur suspirou, mas não insistiu. Sabia que Hyunwoo não descansaria até ter a certeza de que Steve estava fora de perigo.
— Vamos levá-lo para a sala de recuperação, — disse a médica, voltando-se para a equipe que aguardava. — E você, Hyunwoo, descanse. Você vai precisar estar em boas condições se quiser ver Steve acordado.
Hyunwoo assentiu silenciosamente, embora soubesse que descansar seria difícil. A médica se afastou, deixando-o com Artur e a enfermeira, que ainda cuidava dos curativos.
Artur colocou uma mão firme em seu ombro.
— Hyunwoo, você precisa desligar um pouco. Eu vou te atualizar assim que algo mudar com Steve.
Mesmo sem forças para discutir, Hyunwoo ainda hesitava. Ele sentia que, se se afastasse, de alguma forma estaria abandonando Steve, como se sua presença pudesse fazer diferença. Mas ele sabia, no fundo, que não havia mais nada que pudesse fazer agora, além de confiar nos outros e deixar seu corpo se recuperar.
— Tudo bem, — respondeu ele, com um suspiro pesado. — Mas você me avisa assim que houver qualquer mudança.
— Prometo, — disse Artur, sério.
Com a ajuda de Artur, Hyunwoo se levantou lentamente. O simples ato de andar parecia um esforço monumental, mas ele se forçou a continuar, seus passos pesados e arrastados. Artur o guiou até uma pequena sala de repouso, onde um sofá estava à sua espera. O ambiente era simples, mas a calma e o silêncio ofereciam um contraste necessário à intensidade da sala de cirurgia.
— Senta aí, pelo menos por algumas horas, — disse Artur, enquanto ajeitava uma coberta sobre Hyunwoo. — Eu cuido do resto.
Hyunwoo se deixou cair no sofá, os músculos tensos finalmente cedendo. A dor em seu corpo era intensa, mas nada comparado ao peso mental que carregava. Seus olhos começaram a se fechar involuntariamente, e, antes que pudesse protestar, o cansaço o dominou.
Artur olhou para ele por um instante, satisfeito que, ao menos por enquanto, Hyunwoo estava descansando. Sabia que o amigo havia ultrapassado seus limites para salvar Steve e que, agora, merecia um descanso que deveria ter vindo muito antes.
Algumas horas depois, quando Hyunwoo finalmente acordou, o ambiente estava quieto. Ele piscou, tentando se localizar. O corpo doía, mas a exaustão parecia ter dado lugar a uma leve recuperação. Ele se levantou devagar, a mente imediatamente voltando a Steve.
Antes que pudesse se mover, a porta se abriu e Artur entrou. Havia um sorriso discreto em seu rosto.
— Steve acordou. — disse ele suavemente. — Ele está fraco, mas está consciente. E está perguntando por você.
Hyunwoo sentiu uma onda de alívio tão intensa que quase o fez perder o equilíbrio. — Ele está bem?
— Está fora de perigo, pelo menos por enquanto.
— respondeu Artur. — Mas ele quer te ver.
Sem hesitar, Hyunwoo se levantou e seguiu Artur até o quarto de recuperação. Lá, ele encontrou Steve, deitado na cama, pálido e visivelmente cansado, mas com os olhos abertos. Hyunwoo se aproximou, um sorriso cansado, mas sincero, no rosto.
— Fico contente que a cirurgia foi bem, Sr. Steve. Como está se sentindo?
— Estou bem, já havia passado por uma situação semelhante. Irei melhorar rápido.
— Irei chamar o Ower, acredito que esteja preocupado. Desejo uma ótima recuperação. — Hyunwoo mal conseguiu dar dois passos em direção à porta antes de sentir o mundo ao seu redor girar. A tontura piorou em segundos, suas pernas fraquejaram, e antes que pudesse reagir, ele desabou no chão, inconsciente.
— Dr. Hyunwoo! — Steve tentou se erguer, mas seu corpo ainda estava fraco demais para responder. A voz dele saiu em um grito fraco, que ecoou pelo quarto.
Artur, que aguardava do lado de fora, ouviu o som da queda e entrou correndo no quarto de recuperação. Seus olhos se arregalaram ao ver Hyunwoo no chão, imóvel. Sem hesitar, ele correu para ajudá-lo.
— Chame a médica! — gritou Artur para uma enfermeira que passava pelo corredor, ajoelhando-se ao lado de Hyunwoo para verificar seus sinais vitais. Ele ainda respirava, mas seu pulso estava fraco.
A médica chegou em questão de segundos, já trazendo consigo uma equipe para ajudar. Com rapidez e eficiência, eles colocaram Hyunwoo em uma maca e começaram a levá-lo para a enfermaria. A médica lançou um olhar rápido para Steve, que assistia a tudo com uma expressão de impotência.
— Vamos cuidar dele. — disse ela com firmeza.
— Ele vai ficar bem.
Na enfermaria, a equipe rapidamente estabilizou Hyunwoo, que estava desidratado, exausto e com sinais de infecção nos ferimentos. A médica, enquanto monitorava seu estado, olhou para Artur.
— Ele estava se forçando além do que o corpo dele podia aguentar, e não nos deixou cuidar dele. Isso não pode continuar. Vamos precisar mantê-lo sob observação por um tempo.
Artur assentiu, o alívio finalmente começando a surgir enquanto via que Hyunwoo estava recebendo o cuidado de que tanto precisava.
— Eu vou ficar de olho nele. — disse Artur. — Ele nunca sabe quando parar, mesmo quando é ele quem precisa de ajuda.
Mais tarde, Ower entrou no quarto em que Steve estava se recuperando.
— Que bom que já se movimentando. — falou Ower enquanto se sentava em uma cadeira próximo a cama.
— Estou me recuperando. — falou Steve, ajustando-se na cama. Depois olhou para Ower de forma diferente. O amigo logo interpretará o sinal.
— Nossa, lhe conheço a tanto tempo que até sei o significado desse olhar. Investiguei as pessoas e concluir que fazia parte da equipe do Mateo. Com toda certeza, aquela perseguição foi para dar um sinal de algo que irá vim ou apenas queria dar um susto. Talvez, ele não se recuperou da humilhação.
Steve respirou fundo ao ouvir as palavras de Ower, sentindo o peso de tudo o que havia acontecido recentemente. Mateo. A simples menção do nome trouxe de volta lembranças desagradáveis. Ele já suspeitava que a perseguição tinha algo a ver com aquele passado, mas ouvir a confirmação de Ower só reforçou sua preocupação.
— Então é isso... Mateo ainda não desistiu.
— murmurou Steve, olhando para o teto, perdido em pensamentos. — Eu sabia que ele voltaria em algum momento, mas não esperava que fosse tão cedo. Ou tão direto.
Ower cruzou os braços, mantendo os olhos atentos em Steve. — Exato. Não sei se ele está mais ousado ou mais desesperado, mas ele certamente quer deixar claro que não foi esquecido. O ataque foi calculado, mas não letal. Isso é o que mais me preocupa.
Steve assentiu lentamente, processando as informações. Mateo era uma ameaça que já haviam enfrentado antes. A humilhação que sofreu nas mãos deles, especialmente nas de Steve, foi o tipo de golpe que alguém como Mateo nunca perdoaria. Agora, parecia que ele estava pronto para acertar as contas, seja com vingança ou com outro plano em mente.
— Ele está jogando com nossa cabeça.
— disse Steve, mais para si mesmo. — Quer que fiquemos alertas, que pensemos duas vezes antes de agir. Talvez esteja preparando algo maior, ou apenas nos testando.
Ower concordou, o olhar sério. — Exatamente. Ele sabe como mexer com o psicológico. Mas não podemos subestimá-lo. Mateo é perigoso, e você sabe disso melhor do que ninguém.
Steve fechou os olhos, sentindo uma leve pontada de dor no corpo ainda se recuperando. — Sei que não posso relaxar, mas... Ower, temos que pensar nisso de maneira fria. Ele quer que entremos em pânico, que comecemos a procurar ameaças em cada esquina. Não podemos jogar o jogo dele.
Ower observou Steve por um momento antes de falar. — E o que sugere, então? Porque ele deixou um rastro, e você sabe o que isso significa. Ele está nos convidando a segui-lo.
Steve abriu os olhos, o olhar focado e determinado. — Vamos seguir o rastro, mas não do jeito que ele espera. Vamos nos preparar, fortalecer nossas defesas. E quando ele menos esperar, nós vamos virar o jogo. Se Mateo quer um confronto, vamos fazer isso em nossos termos.
Ower sorriu cheio de aprovação. — Esse é o Steve que eu conheço. Calmo, mas letal. Porém, por outro lado estou preocupado. Você me deu um grande susto. Não conseguir o seu retorno no comunicador, ainda bem que o GPS ajudou bastante lhe encontrar.
Quando Mateo estivesse pronto, não seria uma simples provocação. Algo grande estava por vir, e ele precisava estar preparado.
— Não tive muitas opções, Ower. Eles agiram muito rápido e não poderia deixar o Dr. Hyunwoo em risco. Estavam armados, atiravam e cada vez mais fechavam o carro na estrada. Depois que ele pulou no mar, dirigir mais alguns quilômetros, lancei uma bomba e pulei. Estava em desvantagem.
Depois de Ower ouvir, chegou em uma conclusão. — Não podemos mais ficar sozinhos. Fica nítido que o Matheo está nos perseguindo e sabe muito bem onde estamos. — suspirou. — Mudando de assunto, o Dr. Hyunwoo foi muito bondoso com você.
— Por que? — perguntou referente a última frase dita por Ower.
— Devido ao acidente, tinha fraturado o braço. Enquanto você estava na cirurgia, a médica informou que o médico cirurgião demoraria para chegar devido as condições climáticas e não dava para o helicóptero passar. O Dr. Hyunwoo se candidatou e fez a cirurgia em você mesmo ferido. Fui informado que desmaiou por está desidratado, infecção nos ferimentos e cansaço.
Steve ficou um tempo em silêncio adquirindo as informações.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Da Silva Lopes Clinger
sem saber mas salvou o amor da sua vida amooo medicina
2024-11-19
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