As estrelas que ouvem

Any!

Olhei para trás com a testa franzida. Já havia percebido Alfonso me encarando quase que o dia inteiro, o que não foi uma surpresa quando ele de supetão me chamou por fim.

O que eu realmente não entendia, era o que de tudo aquilo.

- Poncho! - comprimento sorrindo - tá tudo bem?

- Sim... Eu só pensei ... a gente pode conversar? Na biblioteca talvez?

- Hãn. Claro. -concordei e me deixei ser conduzida por ele.

___

5 minutos.

Alfonso apenas me encarava, como se eu fosse desaparecer dali. Suspirei e admirei a biblioteca. Um dos meus lugares preferidos da escola, sem dúvidas. Era imensa, Exatamente cinco colunas grandes de frente e verso recheadas de livros. Ao seu lado esquerdo haviam mesas, onde eu e Alfonso estávamos, pequenas e redondas com duas cadeiras cada. É. Do outro lado haviam sofás, onde eu não arriscaria ir se não quisesse ver um casal se engolindo em plena luz do dia. A nossa frente tinha Selma a bibliotecaria. Uma bela mulher beirando seus 40 anos. Ela ficava atras de seu balcao, em completo silêncio, sempre folheando algum documento.

E Alfonso nem ao menos se mexia.

Meia hora e eu até mesmo estava bisbilhotando um livro esquecido na mesa por ali. Aquilo estava ficando completamente constrangedor.

- Ok, Alfonso você está me assustando. - disse enquanto fechava o livro e o colocava de volta a mesa - você me trouxe aqui apenas pra me encarar?

- Any. - disse por fim me fazendo suspirar aliviada - Anahi, você tem algum sentimento ir mim? - senti a cor fugir do meu rosto, eu vou MATAR Maite e sua grande boca fofoqueira.

Era isso? Ele estava puto. Sem dúvidas. Por isso não falava nada. Por isso me chamou aqui. Senti meus olhos marejarem enquanto abaixava a cabeça, Anahi Giovanna você não deveria mostrará fraqueza. Mas que se dane, Eu estou prestes a ser humilhada, não estou?

- Alfonso, Porque está me perguntando isso?

Tentei, ainda encarando minhas mãos torcidas em meu colo.

Por favor, não seja tão duro comigo. Implorei mentalmente.

- Porque eu não consigo passar a droga de um dia sem pensar em você. É por isso. E se, você sentir algo, se não for apenas eu, Eu gostaria de ficar com você, Anahi.

- Não.

Minha boca foi bem mas rápida do que minha mente. O encarei e a cara de surpresa em seu rosto me faria rir se fosse em outra ocasião. Mas o aqui e agora era simplesmente assustador e confuso o suficiente para me fazer sair correndo.

- Não? Isso significa que você não gosta de mim? - pude ver seu ego ferido, pelo olhar em que me encarava, E então revirei os olhos.

- Não Alfonso, eu gosto de você. Isso não é óbvio? - o encarei vendo o atento a mim - É porque eu não fico com ninguém. Eu não sou uma qualquer, Eu também tenho minha dignidade a zelar.

Ele suspirou e sorrindo em seguida, para então voltar a me encarar.

- Acho que coloquei da forma errada. -suspirou novamente - Eu quero conhecer mais de você. Anahi, eu quero ver até em que ponto podemos chegar. Juntos. - pontuou

Olhei para o lado, isso estava realmente acontecendo?

Não que eu não estivesse gostando, eu já havia imaginado isso muitas e muitas vezes. Não nego. Mas ver isso se passar diante dos meus olhos, estava me deixando tonta. Eu queria dizer que sim, gritar sim, mas algo me dizia que isso era realmente estranho.

Sentimentos e razão brigando ferozmente dentro de mim.

E então o encarei, Eu queria isso não queria? Estávamos um pouco mais próximos, talvez ele tenha gostado da minha companhia. Talvez ele esteja sendo sincero. Se eu não arriscar como poderei saber?

Me dando por vencida suspirei.

- Você e eu? - perguntei para ter certeza, nada daquilo era um sonho, certo?

E então Alfonso agarrou minha mão que agora estava nervosamente batucando em cima da mesa, E então entrelaçou nossos dedos acariciando de leve meu polegar.

- Você e eu.

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