Cumplicidade

Domingo é de fato o melhor dia da semana.

Sem aulas, sem compromissos, sem Izabel. 

Aos fins de semana é quando ela vai para casa dos pais, dando a cara apenas na segunda de manhã e deixando meus dias mais bonitos e ensolarados.

E é claro que eu não iria para casa em pleno Domingo também, não quando papai está lá.

Sem chance,

nem que me paguem.

Então me encontro deitada, como pretendo ficar pelo resto do dia,  lendo um dos meus livros prediletos: o pequeno príncipe.

E é incrível como a cada página, independente das vezes que já o li, consigo absorver mais e mais aprendizados.

Ou pelo menos era isso que eu planejava, até Maite entrar seguida de Alfonso no quarto.

- Any, tudo bem se conversarmos aqui? Prometo que não falaremos alto para não atrapalhar você. - pediu Maite me olhando, fazendo com que ele me olhasse também, e eu desejei muito não estar de pijama naquele momento.

- Ahñ... tudo bem. Eu acho. Mas se pegarem ele aqui....?

- Não será problema seu. Eu garanto. - rebateu Alfonso me fazendo corar, e após uma breve afirmação de Maite ambos se sentaram na cama.

- Ok desembucha - jogou Maite e eu fingi voltar a dar atenção ao livro.

- É sobre Izabel... - revirei os olhos, é claro que é sobre ela - ela anda estranha, de todas as formas possíveis. Tem algo errado May, preciso saber se ela te disse algo? Ou se você suspeita de algo?

- Alfonso, eu já disse para você que não iria me envolver entre vocês dois. E não entendo, sinceramente, o porquê você vem me pedir conselhos se não segue nenhum deles. Eu sinto muito, eu já tentei, e você não acreditou. Então dessa vez, vai ter que abrir os olhos sozinho.

Alfonso Bufa e se levanta abrindo a porta, viro a página ainda fingindo estar prestando atenção.

- Tudo bem, então. Obrigada por absolutamente nada, Maite.

Ouço May suspirar

- Sem fingimento Anahí, abaixa o livro e me diz se eu fiz a coisa certa, por favor! Alguém que odeia mais Izabel do que eu só pode ser você.

Opa.

- Não sei Maite, sinceramente prefiro não opinar. Não foi para mim que ele pediu conselhos. - respondo - e por que você odiaria ela? Ela é sua melhor amiga.

Maite ri se levantando de sua cama e se sentando na minha aos meus pés

- É bem mais complicado do que você pode imaginar. Eu não odeio ela, mas não gosto também.  Eu apenas tolero. Entende? - ela respira fundo - Você sabe Any, todos sabem do caso dela com o James. Só Alfonso, sempre ele, que prefere não ver para não ter que aceitar que ela não presta! Você viu ontem, é sempre assim.

- Ele ama ela. Não é fácil entender que alguém que amamos  machuca a gente... ele vai acabar percebendo e vai precisar de você quando isso acontecer. - respondo e Maite sorri

- Sabe eu acho que ele seria muito feliz, se ao invés de Izabel fosse você Any. 

Olhei para ela, Analisando o que ela queria com aquelas palavras, ela sorriu e saiu em seguida.

- É Maite, eu também acho.

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