Invejável

No fim do dia Eugênio, Larah e Eu acabamos decidimos colocar a conversa em dia e fomos para o refeitório jantar.

O que não esperávamos é que Alfonso estivesse lá, com Izabel e toda a “gangue” em si, em plena serenata.

- E que essa escola seja testemunha do meu amor por você, está noite. Que tal? – gritou ele para Izabel que sorrindo revirou os olhos sentando em uma mesa com seus fantoches em volta. – Espero que Goste Bell’s.

- Patético! – bufou Eugênio cruzando os braços e se encostando na cadeira  também analisando a cena a frente.

Soltei um suspiro apoiando os braços na mesa e a mão em meu queixo. Não pensaria que Alfonso Herrera fosse um cara de serenatas a final.

Onde estava aquela pose de cara malvado agora?

E com um sorriso  ele pegou o violão e começou a cantar:

“Suba a bordo

Vamos devagar e rápido

Luz e escuridão

Me segure forte e calmamente

Estou vendo a dor, estou vendo o prazer

Ninguém além de você, além de mim, além de nós

Corpos juntos

Adoraria te abraçar perto de mim, esta noite e sempre

Adoraria acordar ao seu lado

Adoraria te abraçar perto de mim, esta noite e sempre

Adoraria acordar ao seu lado

Então vamos deixar os vizinhos bravos

No lugar que sentimos as lágrimas

No lugar para se perder os medos

Yeah, comportamento imprudente

Um lugar que é tão puro, tão sujo, tão bruto

Ficar na cama o dia todo, cama o dia todo, cama o dia todo

Transando e brigando

É nosso paraíso e nossa zona de guerra

É nosso paraíso e nossa zona de guerra

Conversa de travesseiro

Meu inimigo, meu aliado

Prisioneiros

Então estamos livres, é excitante

Estou vendo a dor, estou vendo o prazer

Ninguém além de você, além de mim, além de nós

Corpos juntos

Adoraria te abraçar perto de mim, esta noite e sempre

Adoraria acordar ao seu lado

Então vamos deixar os vizinhos bravos

No lugar que sentimos as lágrimas

No lugar para se perder os medos

Yeah, comportamento descuidado

Um lugar que é tão puro, tão sujo, tão bruto

Ficar na cama o dia todo, cama o dia todo, cama o dia todo

Transando e brigando

É nosso paraíso e nossa zona de guerra

É nosso paraíso e nossa zona de guerra

Paraíso, paraíso, paraíso, paraíso

Zona de guerra, zona de guerra, zona de guerra, zona de guerra

Paraíso, paraíso, paraíso, paraíso

Zona de guerra, zona de guerra, zona de guerra, zona de guerra

Então vamos deixar os vizinhos bravos

No lugar que sentimos as lágrimas

No lugar para se perder os medos

Yeah, comportamento descuidado

Um lugar que é tão puro, tão sujo, tão bruto

Ficar na cama o dia todo, cama o dia todo, cama o dia todo

Transando e brigando

É nosso paraíso e nossa zona de guerra

É nosso paraíso e nossa zona de guerra”

Todos que estavam ali presente aplaudiram, até mesmo eu e Larah acabamos nós deixando levar, ele era incrível cantando. Eu certamente estaria em lágrimas se aquilo fosse para mim, o que ao contrário de mim, não rolou com Izabel. E com um sorriso convencido e uma piscada ela se retirou do refeitório no final da canção.

E ele continuou lá, apenas tocando acordes sem sentido com os amigos. Rindo e eu já não entendia nada do que Eugênio e Larah discutiam ao meu lado. Eu nem ao menos me importava se minha janta iria ou não esfriar na minha frente, meu foco era Alfonso.

O sorriso e o corpo relaxados e descontraído. O modo como seus dedos tocavam o violão, a leve ruga que formava em sua testa cada vez que ele olhava para baixo, um sorriso que eu queria muito que fosse para mim.

A verdade é que naquele momento, naquele pequeno momento, eu invejei muito Izabel.

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