Meide voltou, o que eu faço?

“Paulo Henrique”

Dei um suspiro e falei:

-Vamos, não adianta, você não me leva a sério.

Liguei o carro e levei o cordeiro para o lobo, mesmo sabendo que queria muito ser o lobo.

Chegamos ao hotel, vi ela ficando nervosa, resolvi perguntar:

-Você me parece nervosa, tem alguma coisa errada?

-Esse hotel me traz algumas lembranças fortes.

-Ruins ou boas?

-Pode-se dizer que boas, mas se tornou meu pesadelo depois. Esse homem é muito exclusivo, seu amigo deve ser muito rico.

Chegamos na recepção e ouço meu amigo avisar na portaria que estamos sendo esperados, sexto andar, quarto 320.

Senhor Meide Yilmaz.

“Camila”

Comecei a respirar sem controle, fui na direção dos sofás e sentei. Vi Paulo vindo preocupado na minha direção.

-O que aconteceu? Você está pálida.

-Paulo, você não me disse que seu amigo é italiano?

-Não, eu disse que ele estava vindo da Itália.

-Você conhece o Meide há quanto tempo?

Tive que mentir, para não desconfiar de mim.

-Faz dois meses, comecei a conversar com ele sobre o novo trabalho que ele está fazendo e acabamos combinando de se encontrar quando ele viesse ao Brasil.

-O que ele está fazendo no Brasil?

-Ele está cantando, tem três shows agendados no país.

-Meu Deus, isso é brincadeira, eu não acredito em coincidência, ele deve saber quem é você, foi ele que pediu para me trazer?

-Pediu para eu trazer uma amiga que falasse turco, porque ele tem dificuldade para entender nossa língua.

-Ele usou isso de novo, proponho subirmos.

-Você vai me contar por que você está tão abalada?

-Ele é meu pior pesadelo, mas fica tranquilo que lidei com Meide antes e faço de novo.

Subimos ao andar e Camila estava cada vez mais agitada.

-Camila, se você quiser ir embora daqui, vamos, eu resolvo com ele depois.

-Não resolverá, você não conhece o Meide como conheço. Ele vai atrás de mim, não importa o quanto eu fuja, é melhor enfrentar agora do que ficar fugindo dele.

Chegamos à porta do quarto e ela tocou a campainha. Meide abriu a porta e ficou olhando Camila desde os pés até quando o olhar dele se encontrou com o dela. Levou a mão e tocou seus cabelos curtos. Eu tive impetos para tirar a mão dele do rosto dela, mas agora já é tarde, eu trouxe ela aqui e não tem volta

-Você cortou? 

-Sim, cortei e o que você tem com isso?

-Eu adorava sentir seus cabelos encostando em meu corpo quando estávamos fazendo amor.

-Isso foi há muito tempo, Meide.

Meide vira para meu amigo e diz:

-Pode ir embora, eu tenho um assunto particular para conversar com Camila.

-Não vou a lugar nenhum sem minha amiga.

“Camila” 

Vi o olhar assassino de Meide para Paulo e resolvi salvá-lo de uma surra.

-Pode ir, Paulo, eu conversarei com Meide.

-Mas Camila, não posso deixar você aqui com ele.

-Não sei ainda se você já sabia quem ele é, mas você já me trouxe aqui, agora deixa que converso com ele.

Paulo levou a mão e me segurou no braço. Meide perdeu o controle e afastou Paulo, que continuou falando.

-Vamos comigo. Camila.

-Vai embora daqui e não põe essa sua mão na minha mulher, saia daqui agora.

Camila se posicionou entre nós dois, primeiro de frente com Meide.

-Não sou sua mulher.

Depois, se virou e me beijou na boca, e falou toda manhosa.

-Vai, Paulo, eu resolverei os meus problemas com Meide e logo estarei com você.

“Paulo”

Fiquei sem ação com ela me beijando e falando comigo tão mansinha, passei a mão no rosto dela e fui embora.

“Camila”

Vi Paulo indo embora e entrei no quarto sabendo que tinha um vulcão logo atrás de mim, pronto para explodir.

Virei para falar com ele, mas nada me preparou para o que Meide fez.

Me abraçou e ergueu do chão. No começo, o susto foi tanto que fiquei parada, mas recobrei o sentido e tentei me afastar, mas Meide sabe onde me tocar e vai me beijando até que me entreguei totalmente ao beijo dele.

— Que saudades que eu estava desse seu calor, morena, você está tão gostosa que quase não aguentei e te beijei na frente daquele seu amiguinho.

-Ele é um homem ótimo, me respeita.Aceita minhas escolhas.

— Tenho certeza de que não consegue te fazer derreter na mão dele, como eu faço.

— Me solta, Meide, o que você quer aqui?

— Você achou mesmo que eu não ia vir atrás de você, só demorei porque tive que resolver alguns problemas, agora tenho todo o tempo do mundo para fazer você ver que nosso amor não pode ser esquecido, que você é minha.

— Volta para seu país, eu não cairei nessa de novo.

— Aqui, eu não tenho as travas do meu país, posso te tocar e te mostrar que sou seu homem e mais ninguém.

Me segurou no colo, me levou até a cama, me deitou e segurou minhas mãos para trás, começou a me beijar no pescoço, foi descendo até meu decote e voltou me beijou na boca, quando senti a língua dele dentro da minha boca brincando com a minha fiquei louca de tesão, que saudades que eu estava desse beijo.

— Como você está gostosa, morena.

Desceu a mão e enfiou pelo meu vestido e achou minha intimidade, começou a massagear meu clitóris, me escutei gemendo.

— Geme para mim, morena, quero ouvir você gemer para mim.

— Meide, não para, você aprendeu muito, vai preciso de você.

— Fala para mim, quem é seu homem.

— Nunca, você nunca vai me ouvir falar isso.

Ele simplesmente parou e me disse:

— Se você não me reconhecer como o seu homem, eu não acabarei.

— Você começou agora, tem que acabar com esse fogo que está me queimando.

-Você sabe o que quero ouvir, senão vai lá se satisfazer com aquele seu amigo.

— É isso mesmo que farei, pelo menos o Paulo me respeita.

Em poucos passos, ele estava a centímetros de mim.

-Pode até ser que ele te respeite, mas não é respeito que você gosta, nós dois sabemos bem do que você gosta, mas eu só terminarei se você me reconhecer como seu namorado.

“Camila”

Ele é gostoso, teimoso, eu fiquei louca com o toque dele em mim, nossa, eu ensinei direitinho para ele, mas não direi que sou namorada dele, não vou.

Ele que fique aí, que vou me virar na rua mesmo sabendo que ninguém consegue me fazer sentir o que ele faz só com um beijo.

Saí do apartamento e fui para o saguão e Paulo estava lá me esperando, veio até mim e perguntou se estava tudo bem, eu cheguei perto e queria tirar o gosto do Meide da minha boca, beijei o Paulo, mas o efeito foi horrível Paulo ficou empolgado me abraçou e aprofundou o beijo contudo eu só queria sair dele.

Me deu nojo do toque dele, como se eu estivesse errada, sai do abraço dele e fui embora sem nem tentar explicar, quando sai na frente do hotel vinha chegando um táxi entrei sem nem ver se tinha mais alguém.

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