Meide tentando me levar com ele

Meide tentou de novo.

-Vamos comigo para a Turquia.

-Eu não me adaptaria lá, sou livre demais, vivemos uma aventura, é só isso.

-Não acredito em você, foi mais que uma aventura, quero você na minha vida.

-Você sabia que íamos nos separar hoje.

-Achei que depois de tudo o que fizemos ontem, você mudaria de ideia.

-Tenho uma vida aqui e não pretendo abrir mão dela.

-Já entendi, o tal bebê é mais importante que eu, não é?

Resolvi usar isso para que ele vá embora e me esqueça mesmo estando me doendo muito.

-Sim, o bebê está comigo faz três anos e não será uma aventura de um dia que mudará isso.

A campainha tocou, já são os rapazes que vieram buscar as malas de Meide, e nossa limosine já está esperando na frente do hotel.

Ele não falou mais comigo, voltou a ser o cara distante de antes, mas sei o que ele é na realidade.

Como das outras vezes ele foi no banco de trás com os seguranças e eu na frente com o Rick, resolvi mostrar para ele que já ficou no passado mesmo isso sendo uma grande mentira, fui conversando com Rick o caminho todo, e quando estávamos chegando no aeroporto dei a entender que ia sair com Rick.

-Rick, você tem compromisso para a noite?

-Não Can, quer ir comigo naquela pizzaria que te falei.

 -Vamos, sim, hoje ainda estarei aqui na cidade e uma pizza cairia muito bem.

 -Amo pizza de quatro queijos, e você?

-Gosto também, mas a de frango Catupiry será que não é melhor?

-Podemos pedir meio a meio, você prova a minha e eu a sua.

-Combinado então, depois que despacharmos os turcos, combinamos o horário.

-Perfeito!

“Meide”

Ela me descartou como se fosse um tapete velho, não estou acreditando que só fui mais um, na cama dela.

O que o tal do bebê tem de diferente?

Faz três anos, que estão juntos acho que deve ser porque ele aceita as escapadas dela, agora está combinando de sair com o motorista, vão comer pizza, sei bem qual tipo de pizza eles vão comer, não quero nem pensar estou com vontade de pegar ele pelo pescoço só de imaginar onde ele porá a boca, mas como ela deixou bem claro não sou nada para ela, fui só uma aventura, não tenho direito nenhum sobre os atos dela.

“Can” 

Chegamos ao aeroporto e o voo dele está atrasado, sentei no banco com os seguranças enquanto vejo ele andando de um lado para o outro sem paciência, um dos seguranças me fala:

-Não sei como você conseguiu conviver com Meide todos esses dias, ele é muito chato.

Perguntei:

-Ele é sempre assim tão ranzinza?

-Quase sempre, só está bem quando está cantando ou atuando.

-E a namorada, como ela reage a tanta chatice.

-Nunca vi Meide com mulher nenhuma, você foi a que vimos mais perto dele em todos esses anos. Ele é sempre muito discreto com sua vida particular, e tem aquela história de ser fiel às tradições de só namorar com a moça com quem ele for se casar.

-Nossa, que coisa esquisita.

-Ele é fiel às tradições e só vai casar com uma moça que também siga as tradições com ele, acho que é isso.

Nisso ouvimos chamar no auto falante do aeroporto. Me despeço dos seguranças e espero, para ver se Meide vem se despedir de mim, e lá vem ele, chega bem perto me dá um beijo no rosto e fala:

-Esse beijo é para você lembrar os momentos que vivemos e quando estiver nos braços do seu bebê, tenta não gritar meu nome.

Vira as costas e vai embora. Mal sabe ele que bebê é um gato e que o nome dele eu vou gritar em meus sonhos mais loucos.

Vi ele ir e atravessar a área de embarque, sai dali e o motorista me levou de volta para o hotel, porque tenho mais um dia aqui no Rio.

Desmarquei a pizza com o Rick, porque fiz aquilo só para afastar mais ainda o Meide de mim.

 -Can, não precisa desmarcar, proponho sairmos como amigos, vi que você está chateada, deixa eu te ajudar.

-Rick, não preciso de ajuda, preciso ficar sozinha e muito obrigado por tentar me ajudar.

Dei um beijo no rosto de Rick e fui para o quarto, usarei o resto do dia para traduzir os próximos capítulos, porque vou para São Paulo, pegarei meu bebê e partirei para o interior, visitarei minha família.

Trabalhei o dia todo, traduzi três capítulos, enviei para Melissa e liguei para confirmar que amanhã voltarei para São Paulo e vou para o interior.

-Boa noite! Can, tudo bem.

 -Boa noite! Melissa, eu fiz a tradução de três capítulos e já te enviei, e amanhã voltarei para São Paulo, pegarei meu gato e passarei uma semana no interior, como combinamos.

-Tudo bem, então terei que me virar sem você durante uma semana.

-Nem sentirá minha falta, já adiantei meu serviço.

-Lógico que sentirei sua falta, minha amiga, mas descansa e nos falamos semana que vem.

Fui para o quarto, mas não consegui deitar naquela cama, ainda sinto o cheiro do meu turco, peguei uma coberta e deitei no sofá da sala, resolvi ligar a TV para distrair, quando abre a imagem tem um casal transando na tela, a nossa esqueci que Meide estava assistindo isso.

Desliguei, mas comecei a lembrar das mãos dele no meu corpo, e fui me tocando e gritando o nome dele até que gozei, que decadência agora estou namorando uma sombra, dei uma risada amarga e fiquei ali, não sei quanto tempo demorei para dormir, mas acordei mais cansada que antes, tomei um banho porque meu voo é as 09:00, então será o tempo de me trocar, tomar um café e ir até o aeroporto, agora não tenho mais motorista, pegarei um táxi. 

Desci para fazer checkout e pedir um táxi, mas Rick estava me esperando no saguão, fui de encontro.

-Oi! Rick, você veio buscar algum cliente?

-Vim buscar você, Can, não ia deixar você aqui sem carona, já está pronta?

-Farei o checkout, e já vamos.

-Te espero.

Fui encerrei minha estadia e fomos para o aeroporto, Rick tem uma ótima conversa, e assim o caminho até o aeroporto foi tranquilo, nos despedimos e embarquei para São Paulo, volto para a minha vidinha tranquila.

Cheguei em casa, era hora do almoço, meu bebê veio correndo me receber, peguei ele no colo e fiz um carinho.

-Meide mandou te dizer que ele agora é meu dono e você não tem vez, mas não fique preocupado, eu sou só sua,ele já foi embora.

Abracei meu gato e me deu vontade de chorar, não sei se é saudade ou tristeza por não poder viver esse sentimento.

Almocei e descansei até a parte da tarde, porque gosto de viajar a noite é mais fresco, peguei as minhas coisas, coloquei o meu bebê na caixinha e desci pegar o meu carro na garagem, eu tenho um, fusca azul diamante, ano 72, não vou de avião acho que meu bebê não gosta.

Meus amigos tiram sarro de mim porque eu poderia ter um HB20, mas gosto do meu Fusca e a manutenção é barata, e para onde vai o HB20 vai meu Fusca também.

 -Vamos lá meu bebê, visitaremos a sua mamãe, dá outra vez você brigou com ela vê se dessa vez você se comporta, senão dá próxima eu te deixo em casa de castigo.

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