Meide me sequestrou

Aquele cretino saiu e fechou a porta, não facilitarei a vida dele, quem ele pensa que é, que pode me trazer na marra e agora namorarei ele como se nosso amor fosse tudo.

Nossa, quando ele me pegou no colo, senti os músculos no meu braço, como ele está gostoso, um cretino gostoso, mas mostrarei para ele como uma brasileira pode ser turrona.

A casa ficou um silêncio, será que ele saiu e me deixou aqui fechada, sem comer? Estou faminta, não comi nada no avião, achei que ia dar tempo de tomar café da manhã no hotel, não imaginei que ia ser sequestrada e trancada em um quarto.

Fui ao banheiro, lavei o rosto e voltei ao quarto. Até queria tomar um banho, mas meu sequestrador não trouxe minhas malas, então não tenho roupa limpa para vestir, para onde será que ele foi?

Já que não tem solução por agora, resolvi me deitar assim como estou mesmo, logo senti meu corpo relaxando e dormi.

“Meide”

 Entrei com Camila, e tranquei ela no quarto, minha intenção era fazer um café da manhã, e ir lá buscá-la para que se alimente, mas meu celular tocou e era minha emissora me chamando para assinar o contrato da próxima série, não posso me negar a ir, virão atrás de mim e eu ainda não casei com ela, não posso arriscar que alguém descubra que Camila está aqui contra a vontade, senão vão me fazer solta-lá.

Fechei a casa e saí, sei que ninguém virá aqui, não dei a chave para ninguém e ela não morrerá de fome, só ficará mais brava do que já está, mas enfrento a fera depois, assino o contrato pego o texto para começar estudar e volto, e não vou deixá-la mais, tenho três meses de férias e esse tempo para convence-la que não pode viver sem mim.

Cheguei ao estúdio e Yaman, o único que sabe a loucura que estou fazendo, vem falar comigo.

-Oi! Está tudo bem?

-Sim, está tudo dentro do previsto.

-A cachorrinha está se adaptando com o novo ambiente?

-Ela é agressiva, mas tenho paciência, vou acalmá-la.

-Tomara!  Uma mordida de um cão pode infeccionar, tome cuidado.

-Tomarei, mas ela é tão bonita que levarei umas mordidas sem reclamar.

Uma atriz conhecida nossa ouve a conversa e resolve se meter.

_ Nossa, Meide você adotou uma cachorrinha?

-Pode-se dizer que sim, Cila.

Yaman se mete na conversa:

-Falei para ele adotar uma mais mansa, mas ele quis essa brava, agora sofrerá para amansar.

Cila fala:

-O melhor jeito de amansar uma criatura brava é pelo estômago, e com muito carinho, mas cuidado se ela estiver com fome, vai te morder com certeza.

-Obrigado pela dica. Cila, preciso ir para casa, larguei ela fechada e tenho medo de que se machuque.

-Você deixou uma cachorra fechada e sozinha, ela destruirá tudo o que conseguir para te chamar a atenção.

-Por isso, preciso voltar logo, assinarei o contrato e já vou, tchau para vocês.

Olhei para meu amigo que está sorrindo e faço uma careta. Cila ainda diz:

-Se você precisar de ajuda para amansar sua cachorrinha, me liga que te ajudo.

-Pode deixar Cila, se precisar te ligo.

Meu amigo quase não se aguenta, vi ele virando de costas para conseguir controlar o riso, vou saindo nervoso e com pressa porque não quero falar com mais ninguém.

Acabei me enrolando até a hora do almoço, já estou surtando pensando se minha morena morreu de fome ou se conseguiu fugir.

Cheguei em casa e fui direto ao quarto, a porta continua trancada, abri com cuidado e Camila está dormindo com a mesma roupa porque esqueci as malas dela no carro. Nossa, não dou uma dentro, deixei ela passar fome e não trouxe as roupas dela para que pudesse se cuidar, ela vai me matar.

Saí do quarto, fechei a porta e fui buscar as malas, entrei sorrateiro e coloquei as malas no chão e saí de novo para preparar algo para ela comer.

“Can”

Vi ele entrando no quarto com aquela cara deslavada de arrependido, me largou aqui de qualquer jeito e agora acha que vai se desculpar. Continuei fingindo dormir, ele saiu de novo e voltou com minhas malas, anda no quarto como se fosse um gato, deixou minhas malas e saiu de novo.

Resolvi ir tomar um banho, mas estou me sentindo fraca, fiquei sentada um pouco para passar a tontura, me levantei, fui na mala, peguei uma troca de roupa e fui ao banheiro tomar um banho.

Quando voltei ao quarto, Meide está lá com as mãos nos bolsos da calça, passei por ele e fui pegar minha escova para pentear meus cabelos, sinto ele me acompanhando com o olhar.

-Se você já olhou bastante, pode sair agora.

-Camila preparei nossa refeição, vem comigo.

Menti descaradamente.

-Não tenho fome, pode comer toda a sua comida, não quero nada que venha de você.

-Camila, estou perdendo a paciência, vem comer agora, senão…

-Senão, o quê? Você vai me trancar no quarto de castigo. Espera!!! Já estou trancada no quarto.

-Terei que te obrigar a comer.

-Quero ver você dar conta, vamos, estou esperando.

Ele avança para cima de mim, me pega no colo, me leva até o andar de baixo e a mesa, me coloca sentada.

O cheiro está tão bom que meu estômago começa a roncar de fome, mas continuo parada teimosa.

- Vamos, Camila, para de ser teimosa, voce precisa comer minha comida é ótima, meus amigos dizem que sou ótimo na cozinha.

Olhei para ele e fechei os olhos, senti-o sentado ao meu lado, abri os olhos e estava tão perto que quase mergulhei em seus olhos pretos como a noite.

-Morena, você é linda e muito cheirosa.

Passou a mão no meu cabelo, pondo a mecha atrás da minha orelha, se aproximou e me beijou. Fiquei ali parada, hipnotizada por aquele homem.

-Come, como você jogará as coisas em mim se estiver fraca?

Olhei para ele e resolvi comer, não devido ao que ele falou, mas para ter forças para fugir assim que tiver uma chance.

Ele fez uma omelete, tem pão fresco, vários tipos de queijo e suco de laranja.

Estava uma delícia, ele além de bonito, sabe cozinhar, fora o que ensinei no Brasil, agora ele é o cara perfeito, bom de cama, cozinha e muito bonito, só tem um defeito é um turco mandão, acha que pode me convencer a ficar com ele na marra, quero minha liberdade, meu direito de escolha.

pode até ser que eu escolha ficar com ele, mas isso quem tem que resolver sou eu.

Levantei-me da mesa e fui em direção ao quarto. Meide me alcançou e segurou meu braço.

-Fica aqui comigo, vamos conversar um pouco. Faz muito tempo que não nos vemos, vem me contar como está sua vida.

-Quando você voltar à razão e me libertar, a gente conversa, por favor, me solte, eu voltarei para minha prisão.

-Você sabe ser teimosa, eu vou me casar com você, será minha esposa, não tem como fugir.

-Se você acha!!!! Eu vou te dizer só mais uma vez: não me caso com você nem morta. Se eu morrer e você me levar para o altar, eu ressuscito e digo não, não! Entendeu?

-Você mudará de ideia, mostrarei meu amor por você todo dia.

 Dei um olhar feio para ele e fui para o quarto. Que homem teimoso, ele acha que só porque diz que me ama tudo vai se resolver.

“Meide”

Ela vai me deixar louco, como convencer minha morena a se casar? Ela tem que dizer sim, como farei isso? É teimosa, mas sou mais, tenho até o fim de semana para fazer com que ela veja que eu sou o homem da vida dela, senão tudo acaba, ela voltará para o Brasil e eu ficarei sem minha morena e ainda arrisco perder meu direito de atuar.

Resolvi ir ao quarto conversar, ser gentil, quem sabe assim consigo apaziguar, minha morena.

Tentei abrir a porta e ela havia fechado por dentro. Fiquei irritado, como ela pode me fechar para fora? Quem ela pensa que é?

-Camila, abre a porta, quero falar com você.

-Não quero falar, nem ver sua cara, só me dirija a palavra quando for para me deixar ir embora.

— Isso não acontecerá, começarei a preparar a cerimônia de casamento, achei que talvez você quisesse pelo menos escolher o seu vestido.

Pensei em dar uma má resposta e mandar ele socar o vestido em algum lugar, mas pensando bem vai ter mais pessoas pela casa, talvez eu consiga engana-los e fugir.

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