Adam - Meu Mafioso.
Me chamo Aysha, eu vou contar a minha história de como a minha vida mudou, depois da morte dos meus pais e como continuei depois de tudo o que aconteceu. Aos 12 anos, eu tive que amadurecer precocemente, quando meus pais faleceram em um acidente de barco, ocasionando uma explosão e fatalmente matando a todos.
A polícia diz que foi vazamento de combustível, eu chamo de assassinato e nada vai mudar este meu pensamento. Meus pais tinham uma vida reservada, morávamos de frente ao Lago de Garda, situado entre a Lombardia, Veneto e Trentino-Alto Ádige. Meu pai era cientista e TI, minha mãe era neurocirurgião e trabalhava no Treviglio Caravaggio Hospital.
Aos oito anos, fui diagnosticada hiperativa e precisa colocar a minha concentração em alguma coisa, então, a minha mãe matriculou-me no balé no intuito de chamar a minha atenção e criar responsabilidade em algo. No começo até deu certo, mas, como eu era uma criança que não tinha limites, as coisas começaram a sair dos trilhos e nisso, a minha mãe teve a primeira conversa séria comigo e tudo mudou.
Comecei a amar a dança e aos espetáculos, cada movimento ou giro, me deixava mais encantada e cada vez fui tomando gosto pela arte do balé clássico. Aos 10 anos participei do meu primeiro concerto internacional, meus pais ficaram tão orgulhosos e eu pude ver isso nos olhos deles. Com 11 anos já tinha pleno domínio e fazia aquilo com uma desenvoltura e delicadeza.
- Aysha, melhore seu "Plié"...
- Sim, Sra. Margot...
- Perfeito! "Jeté e fondue" senhorita...
Aos poucos, fui destacando-me e algumas alunas começaram a ficar com ciúmes, pois, os elogios eram sempre dados a mim pela minha dedicação. No entanto, na escola as coisas eram diferentes, sempre chegava em casa com algum hematoma ocasionado por uma das minhas rivais do balé e isso estava me deixando com ódio.
- Eu lhe proíbo mocinha, de brigar com alguma coleguinha de classe. Amanhã, irei até a escola e conversarei com a diretora...
- Mas, mãe...A senhora já fez isso, há dois meses atrás e não adiantou!!
- Eu irei amanhã e você vá para o seu quarto!!
A minha insatisfação seria menos, se a minha mãe visse o quanto essas meninas, são horrorosas e mal educadas. Toda a semana retorno para casa machucada, desta vez o empurrão da Luize acabou criando um corte em minha coxa e está sangrando. Eu odeio essas garotas...
Até que um dia, chegou uma menina nova de outra cidade, ela tinha a mesma faixa etária que a minha, porém, alguns centímetros mais alta do que eu e de todas as garotas. O nome dela era Ana, no primeiro dia de aula a professora colocou ela sentada a minha frente, e então, toquei seu ombro e me apresentei. Ela olhou para trás e não esboçou nenhum sorriso e assim continuamos nossa comunicação. Todos os dias, tocava em seu ombro e tentava uma aproximação sem sucesso. As outras garotas, logo começaram a zombar dela, pelo fato dela ser grande e sempre séria nos intervalos das aulas. Até que um dia, o grupinho da Luize me encurralou contra a parede, para dar-me a surra diária.
- Aysha, a sua mãe esteve novamente na escola, por nossa causa?! Isso merece um castigo dobrado...
- Luize fique longe de mim...
- Infelizmente não, sua bobinha!!
De repente, surge puxando cada uma da rodinha e empurrando para longe, a Ana com a mão fechada e olhos observadores. Ela amarra os cabelos em um elástico e diz:
- Qual de vocês é a primeira?!
Eu atrás dela digo:
- Ana, deixa essas garotas e vamos embora!!
- Hoje não, Aysha!! Hoje vamos acertar as nossas contas...
Ela olhou para frente e na sequência, a própria Luize veio para dar - lhe um soco, porém, sem sucesso. Ana, com uma mão só derruba ela ao chão e bate em seu rosto duas vezes. Pega ela pelos os cabelos e grita em seus ouvidos:
- Escute bem, se você não quer perder os seus dentes!! E vocês também, suas fracotes... - Ela aponta o dedo para as amigas de Luize gritando.
- Agora você vai apanhar, pelo fato de bater em meninas menores que você. E vai lembrar deste dia para sempre...E detalhe, se eu ver você ou qualquer amiguinha sua, ameaçando alguém...eu vou te pegar de novo e de novo.
Ana da uma surra em Luize, no meio da escola e todos vendo ela pedir socorro, neste instante aparece a diretora tentando separar as duas e na sequência que ela consegui apartar a briga, leva as duas para direção e Ana passa por mim sorrindo como se tivesse feito algo heróico.
Bom, as duas levaram suspensão e retornaram na semana seguinte com os seus pais. Luize não me incomodou mais e nenhuma outra criança da escola, Ana e eu viramos melhores amigas. Visitamos uma a outra até hoje, no dia fatídico da morte dos meus pais ela estava comigo e acalmou meu coração.
Quando completei 12 anos, meus pais fizeram uma pequena festa de aniversário, com meus tios mais próximos que eu amo muito, a Tia Dália e Tio Giuseppe. A minha melhor amiga Ana e a professora do balé, alguns primos mais próximos e os meus avós que vieram de Roma.
Tudo estava incrível e me diverti tanto, meu pai estava tão feliz e brincamos juntos de pescaria. A minha mãe estava tão linda e só elogios por eu ser uma aluna dedica tanto na escola como no balé, como também uma filha amorosa e doce.
Porém, um mês depois em um sábado ensolarado fomos até o mar velejar com alguns amigos do papai, porém, por alguma coisa estranha ele disse para mim ficar na orla brincando com as outras crianças e eu fiz sem questionar. Minutos depois, com o barco em alto mar ouve-se uma explosão e meus olhos virão o que todos ficaram chocados e incrédulos com os destroços sendo estilhaçados pelo impacto do estouro.
Eu fiquei gritando para eles, enquanto, meus tios me seguravam para não me atirar na água e ir de encontro a eles. Tudo foi muito rápido, logo a polícia, os bombeiros e as ambulâncias chegaram para socorro, porém, não houve sobreviventes.
Dias depois, os corpos foram liberados para o velório, meus tios fizeram todos os trâmites legais e a Ana esteve comigo desde o início. E no dia do enterro, uma chuva fina caía, enquanto, o padre dizia as últimas palavras de conforto e quando tudo terminou, atirei duas rosas junto aos caixões e chorei como nunca havia chorado antes, uma dor imensa invadiu o meu peito e quando abri meus olhos aos céus naquele dia cinza, acabei desmaiando e batendo a cabeça levemente ao chão.
Quando acordei, já estava na casa dos meus tios, eu levantei, fui até a cozinha e lá estavam eles preparando o jantar. A minha tia Dália me abraçou e disse:
- Montamos um quarto para você e vai morar conosco por o tempo que for necessário. Amanhã seu tio, vai buscar o resto das coisas e vamos resolver sobre a casa e demais coisas importantes pertinentes a você Aysha.
- Tudo bem!!
- Sente-se, vamos jantar e falamos sobre tudo o que vai mudar.
Naquela mesa de jantar, senti um turbilhão de emoções, eu era imatura e recém completos 12 anos. Estava sem entender muita coisa e a única certeza, era que meus pais foram assassinados e um dia iria provar tudo aquilo. Os dias foram se passando e voltei a rotina normal. Me acostumei com a ausência deles e quando visitava o lago, chorava até cessar e depois voltava para casa de bicicleta.
Em fim, os anos se passaram e estava já cursando o colegial, me via com 17 anos e agora uma garota cheia de sonhos e desejos. O balé transformou a minha vida e queria continuar até a faculdade, continuei viajando junto a companhia e tudo estava indo bem, porém, mais uma vez o destino fez com que eu chorasse compulsoriamente e o que estava por vir mudou mais uma vez meus planos.
Ao chegar em casa, recebo a notícia que teria que ir embora para o lado sul da Itália com um estranho, o qual, um documento chega em mãos dos meus tios informando a situação.
- Eu não vou, tia Dália!! Eu não posso largar o balé, eu tenho vestibular daqui uns meses e tem meus amigos...
- É para sua segurança, minha menina!! Você tem alguns dias para arrumar tudo e um carro passará no sábado para lhe pegar.
- Minha segurança é vocês!! Por que isso agora?!
- Apenas obedeça, Aysha...
Minha tia simplesmente, explica a informação que acabará de receber e eu tenho menos de dois dias para arrumar tudo e ir embora, com uma pessoa que não conheço e segundo eles vai me proteger. Mas, de quê?!
No outro dia, na escola e conversando com Ana, sobre tudo o que está acontecendo, ela me questiona e faz a proposta de morar na sua casa. E, eu lhe digo:
- Amiga, já foi decidido!! Viajo no sábado e terei que deixar tudo para trás...
- Aysha, está tudo estranho isto!! Por que precisa de proteção?!
- Eu não sei Ana!! Só sei que irei sentir a sua falta e tudo aqui...
- Minha amiga, estarei aqui esperando o seu retorno!!
Ana e eu nos abraçamos e nos despedimos, para onde vamos não posso carregar meu celular e a única comunicação será o telefone da casa aonde estarei morando. Os dois dias se passaram, chegou o sábado e um carro preto para em frente a casa dos meus tios, nos despedimos e eu chorei, a minha tia prometeu me ligar todos os dias e que logo estaríamos juntos de novo. Abraço meu tio e ele coloca as minhas coisas no carro, eu entro e o motorista dá a partida seguindo viagem.
Duas horas depois, chegamos em uma mansão muito bonita, sinto o gosto salgado do mar na boca, trazido pelo vento do mar e pergunto ao motorista aonde estamos? E ele me responde, que estamos na praia Arcomagno em Calábria. Eu achei estranho, pois, é um lugar isolado e reservado muito longe da cidade. Aquilo começou a me deixar desconfortável, no entanto, entramos no lugar e tudo era perfeitamente organizado e claro. Um lustre enorme na entrada, uma escada imensa a minha frente, vasos e quadros decorando o ambiente, a minha esquerda a empregada me aguarda e carrega a minha mala para o meu quarto.
Entramos e ela deixa as minhas coisas na cama, ela me avisa se precisar de algo é só chama-la pelo interfone. Eu agradeço e ela sai pela porta, automaticamente vou explorar aquele imenso lugar, o banheiro tem uma banheira e toda decorada com folhagens e tem um quadro de uma bailarina em posição de dança. Em meus pensamentos, seja lá quem for tentou deixar o quarto um pouco mais amistoso por assim dizer. Ao olhar pela janela, consigo ver a pequena praia e não há ninguém nela, exceto um barco parado e um pequeno quiosque quase imperceptível.
- Por que eu estou aqui?! Por que eu estou sendo protegida?! E quem é que está por trás de tudo isso?! Sinto a falta de vocês mãe e pai, preciso de vocês aqui comigo...
Meus olhos enchem de lágrimas, por não saber o que esta por vir, apenas respiro fundo e fico pensativa com tudo e espero ter respostas o mais rápido possível.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 86
Comments
Maria Socorro Netos
comecei ler agora parece boa
2024-10-19
2