Cap. 20 - Fugindo mais uma vez...

Dentro escritório da empresa, observo Júlio se aproximar e ele fecha a porta. Em seguida abaixa abruptamente as cortinas, a última vez que ele fez isso foi quando descobriu que estava com Aysha morando comigo e ele me repreendeu pela minha atitude.

- Diga que você a encontrou, Júlio...

- Não!! Mas, tem uma situação pior a caminho e acho que você não vai gostar!! - Júlio, olha entre as persianas, enquanto, fala o que descobriu.

- Fala homem, o que você sabe...!!

- Seu pai também está atrás de Aysha, porém, quer encontra-la primeiro e vende-la para família Brunner.

- Esse filho da putaaa... - Eu jogo uma caneta contra a parede e fico com raiva com que acabo de escutar.

- Cala boca, Adam!! Ele não pode ouvir o que estou te falando!!

- Eu vou matar este velho desgraçado!!

Neste instante, Júlio me impede de sair com a pistola em punhos, a raiva subiu a cabeça e meus olhos estava mudando de cor e ele sabia o que viria depois.

- Sente-se aí!! Você não vai a lugar algum...

- Ele vai pegar Aysha e tenho que fazer alguma coisa Júlio, você não entende, porraaa!!

- Adam, não adianta você ficar irritado, lembre-se que foi você que trouxe este problema para a sua vida!! Agora temos que ter cautela e mais sorte do que seu pai. Carlos e Henrique foram a um vilarejo investigar, eles encontram algumas pistas que talvez, Aysha esteja escondida por lá!!

- Então, vamos agora atrás dela!! Arrume suas coisas, Júlio...

- Você não me escutou, seu imbecil!! Precisamos de mais tempo, se ela realmente está lá não podemos deixar Aysha mais assustada e fugir para mais longe. Acalma-se...!! Carlos e Henrique vão continuar no vilarejo escondido até encontrá-la. E aí, vamos pegá-la e trazer até você...

No final do dia retorno para a mansão, nada aqui é a mesma coisa sem a minha pequena, o que foi que eu fiz?! Como eu pude machuca-lá?! Será que ela está bem?! Aysha deve estar com medo e sozinha, fugindo do meu pai e agora de mim, achando que vou fazer algo com ela e provavelmente deve estar em algum lugar insalubre para sobreviver. Eu prometo te encontra e lhe pedir perdão meu amor...

No vilarejo, a porta se abre e o Sr. Hoon traz o meu café da manhã no escritório e novamente aquele ensopado com os palitinhos.

- Será que poderia ser somente café e um pãozinho com manteiga!! - Meu semblante ao ver o pote, não é nada agradável!

- Não!! Isso é mais nutritivo, coma!! - Ele faz reverência e sai novamente para o balcão.

Com o passar dos tempos, eu aprende a comer com o hashi, os almoços de fim de semana eram divertidos na fazenda e até que um dia observei o Sr. Hoon praticando alguns movimentos no campo. O que me impressionou foi a sua agilidade, apesar da sua idade, fui até ele e fiz uma pergunta tão idiota que ficou alguns segundos me olhando.

- Sr. Hoon, isso é karatê ou é tai chi...? Eu quero aprender!! - Naquele momento, ele interrompe o que está fazendo e fica sério me olhando.

Logo atrás de mim, Lee aparece e explica o que o pai dele está fazendo e rindo de mim.

- Não é nenhuma das duas coisas!! É Taekwondo...

- Ah, peço desculpas pela minha ignorância!! É que eu acho tudo parecido...

- Veja essa duas pedras Aysha, elas são parecidas?

- Não...

- Mas, são duas pequenas rochas, certo?!

- Aonde você quer chegar Lee...

- Você precisa ter certeza do que fala, antes de julgar algo que é parecido, semelhante e pesquisar aquilo que não sabe.

Observo o Sr. Hoon em seus movimentos, são diretos e precisos, minucioso e cauteloso. Já havia olhado em alguma academia no centro da cidade, aquele tipo de esporte, porém, o que me deixava admirada era que um senhor tão idoso poderia ser tão ágil.

- Lee que horas vai me levar para loja?! Está tarde e quero dormir...

- Hoje você vai dormir aqui, meu pai acha mais seguro do que a loja!!

- Está bem e onde vai ser o meu quarto?!

- Você vai dormir comigo moça!! - Ele toca meu nariz com dedo e pisca para mim.

- Não acho certo Lee!! Me coloca para dormir no sofá, não tem problema algum...

Ele dá uma gargalhada ao ouvir eu dizer aquilo, se aproxima de mim e diz:

- Aysha, meu pai gosta de você, inclusive ele disse que prefere você dormindo aqui durante a semana e o nosso quarto já está arrumado. Agora vamos...!!

Passamos pela sala e o Sr. Hoon estava mexendo em alguma coisa, que eu não consegui identificar o que era e ao longe escutamos ele dizer:

- Se comportem essa noite, aqui não é a loja!!

De imediato meu rosto fica corado e Lee me puxa para o quarto dele, tranca a porta e eu fico encantada com tudo organizado, é grande e espaçoso. Pela janela da para ver a noite no campo e os cavalos pastando mais ao norte na colina, Lee para atrás de mim abraçando pela cintura e pergunta:

- O que está pensando?

- Eu estou com medo!! Conheço Carlos e Henrique, não vão descansar enquanto não me encontrarem.

- Então, nós dois fugimos daqui Aysha!! Se for necessário, podemos ir para alguns parentes em Seul e lá ninguém vai nos achar.

- Era isso que eu não queria, envolver outras pessoas, você e seu pai não deveriam ter me ajudado. Agora, eu trouxe o perigo até vocês!!

- Não se preocupe com isso!! Eu quero te pedir uma coisa...

- E o que seria?!

- Poderia dançar para mim?! Eu nunca vê uma bailarina dançar de perto e agora tenho você!!

- Eu estou sem as minhas sapatilhas aqui...

Lee se levanta e vai até o guarda roupas, traz até a mim uma caixa e eu abro, nele há um lindo par de sapatilhas rosas. Rapidamente, eu as coloco e serve perfeitamente, Lee vai até o aparelho de som e coloca uma música clássica. Em seguida, começo a me apresentar a ele, com passos firmes e postura delicada. Todo o tempo ele fica admirado vendo cada movimento e ao final da música ele diz:

- Você parece um anjo dançando...! Sente falta das apresentações?

- Lee, eu amo a dança e ficar longe dos palcos está sendo bem triste para mim, eu era uma das melhores e até cogitava ir embora com uma companhia de dança para os EUA.

- E ainda bem que você não foi, porque nunca nos conheceríamos...

- Na verdade, eu estou fugindo e parei neste vilarejo por acaso. Eu não sei o que vou fazer, se um dia tiver que ir embora...

- Aysha, nós dois vamos ficar juntos, entendeu?!

Lee me abraça como se sentisse que eu fosse ir embora para sempre, em meus pensamentos a atitude de fazer isto estava próxima, mas, deixar meu pequeno paraíso para trás estava me quebrando por dentro. Este homem, está me fazendo feliz em um momento turbulento da minha vida e eu seria desonesta com ele se fosse embora para longe.

Amanhece e ao acordar me viro para a janela, vejo Lee apenas de cueca box, seus músculos desenhados perfeitamente e seu porte alto as vezes me deixava desconfortável, mas, ele amolecia as minhas pernas todas as vezes que me beijava. Eu levanto, vou até ele o abraçando por trás e pergunto:

- O que houve que não quis ficar na cama comigo?! Está tudo bem?

- Eu acordei com você sonhando com seu ex-noivo, falando alto e parecia que estava tendo um orgasmo...

- Lee, eu não tenho controle sobre os meus sonhos e você sabe de toda história, afinal de contas foi tudo recente...!!

- Para mim, você estava gostando e muito!! Será que não sente falta do Adam?

- Agora chega, eu vou embora!!

Começo arrumar as minhas coisas e coloco uma roupa mais quente, Lee vê que eu fiquei chateada com o que ele disse e tenta reverter a situação.

- Desculpa Aysha, eu estou inseguro!! Me desculpe...

- Me largue e leve-me para loja!!

- O papai saiu com o carro e volta só a noite!!

- Então, eu vou a pé...

Sem fazer minha higiene e com ódio, coloco meus tênis e saio pela porta da frente, Lee sai atrás de mim só de cueca e manda eu voltar.

- Aysha, volte!! Ok, eu fui idiota em falar aquilo e tenho medo de ti perder, desculpa...

- Lee, você está na estrada de cueca!! - Eu o olho horrorizada e verifico para ver se não há carros vindo.

- Eu só retorno para dentro se você voltar comigo...

- Venha de uma vez, entre logo homem!!

Eu puxo ele para dentro de casa e o levo para o quarto, ando de um lado para o outro furiosa, Lee se aproxima e eu digo:

- Não se aproxime, pois, eu estou brava com você!!

- Hey, calma!! Venha cá e deixa eu te mostrar uma coisa...

- Ja te falei para ficar longe...

Lee me puxa em seus braços e fica encarando-me, beija meus lábios suavemente e me prende até eu me acalmar. Com a sua voz grossa, pede desculpas pela infantilidade e eu aceito. Eu sinto a sua mão deslizar para dentro da minha calça, colocando dois dedos entre a minha vagina molhada e massageia delicadamente. Eu o olho e digo:

- Isso é golpe baixo!!

Aos poucos, ele me leva para cama e nos beijamos tirando a roupa, ele olha para mim e diz:

- Eu quero saborear você devagar e na minha cama.

Meus olhos brilharam ao ouvir aquilo e fizemos amor em todos os lugares possíveis, Lee pega em minha cintura e coloca sentado em frente a ele, posso sentir seu membro pulsar a cada movimento do meu quadril enquanto ele suga meus peitos e mordendo delicadamente.

E antes que o pai dele chegue, nós gozamos mais uma vez na sua cama e ele urra, desaba sobre mim e os nossos corpos suados acusam o que fizemos o dia todo. Lee sorri como um adolescente e diz:

- Vamos tomar um banho e preparar o jantar!!

Após nosso banho, vamos a cozinha e eu corto os vegetais e ao longe escutamos o carro chegar. A porta da frente se abre, os passos do Sr. Hoon pelo corredor vindo até nós são audíveis e ele aparece na cozinha assustado. O Sr. Hoon me olha e diz:

- Você precisa sair daqui agora!!

Eu o olho assustada e em seguida vejo o semblante de Lee que fica preocupado de imediato, ele larga a faca na pia e pergunta:

- Eles estiveram na loja?

- Sim!! E querem ela...Disse que não sabia de nada e que não a conhecia!!

A discussão de ambos começa, porém, não entendo nada pois estão falando em coreano, Lee se exalta e o Sr. Hoon também. Ao ver e ouvir tudo aquilo, eu grito diante deles:

- Parem!! Falem a minha língua, o que está acontecendo...

- Meu amor, precisamos ir agora!! Carlos e Henrique sabem que você está aqui e temos que partir!!

Mais uma vez, fugindo pela estrada e eu estou exausta disto. Arrumamos tudo muito rápido, Lee faz uma ligação e em seguida partimos para o aeroporto. Eu não me despeço do Sr. Hoon e a sensação que tenho é que não vou vê-lo tão cedo. Cada vez mais, eu estou longe de casa e meu ódio só aumenta por estar impotente e dependendo de outras pessoas. Quando tudo isso vai acabar...?!

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