Em fim chegamos ao vilarejo de Rocca San Giovanni – Abruzzo, eu estou bem longe de casa e da praia, porém, me sinto bem em estar aqui e com estas pessoas. Ao descer do carro, o Sr. Giuseppe e sua esposa, convidam-me para passar a noite e amanhã com calma, posso procurar um lugar para ficar aqui na região e em meus pensamentos ficar escondida.
- Eu, não vou atrapalhar vocês?! Não quero causar transtornos...
- Não se preocupe com isso!! Entre e fique conosco está noite e acredito que deva estar com dor no ombro, por estar usando está tipóia e acho que temos algo em casa para aliviar. O que aconteceu?!
- Eu caí de mal jeito, Sr. Giuseppe...
Meu sorriso com um toque de tristeza nas palavras, fazem com que eu minta sobre o ocorrido do meu ombro ser deslocado e eu fique pensativa por alguns segundos. A esposa do Sr. Giuseppe, pega em meu braço delicadamente e me leva para dentro da sua casa. É uma moradia simples, porém, tão graciosa e quentinha.
- Me chamo Carmen, minha querida! Eu vou preparar o seu quarto e logo lhe chamo para jantar!!
Eu a olho e agradeço, fico um tempo observando as fotos na parede e relembro que meu pai fazia a mesma coisa. Os guardanapos devidamente alinhados com a mobília e aquele cheirinho gostoso de tempero vindo da cozinha. De repente, a D. Carmem me chama para colocar as minhas coisas e diz:
- Não é um quarto luxuoso, mas, acredito que você consiga descansar até amanhã...
- Obrigada!! Esse quarto é a melhor coisa que eu precisava neste momento...
- Fique a vontade!!
Sentada naquela cama macia, meus pensamentos voam a milhões, lembro da briga com o Adam e ele me empurrando a ponto de me machucar. Por mais que estivesse sem memória, ele sabia que não pode agredir uma mulher e mesmo assim o fez. E, por causa, de outra messalina!! A dor da queda, não se compara a dor do que ele me fez sentir emocionalmente.
Ouço passos no corredor, D. Carmem vem me chamar para jantar e desço em seguida. A mesa está devidamente arrumada e ela preparou uma sopa com muitos legumes.
- Peço desculpas, nosso jantar hoje é um caldo com batata, cenoura, pedaços de frango e espero que goste!
- D. Carmem, está perfeito!! E, obrigada por deixarem eu dormir está noite, prometo que amanhã cedo vou procurar algum lugar para ficar...
- Não tenha pressa, fique o tempo que for necessário!! Diga-nos, como foi parar naquela estrada movimentada?
Ao ouvir a pergunta, eu respiro fundo e tenho o cuidado de dizer apenas o necessário, não quero levantar suspeitas e nem julgamentos, mas, eu conto o que eles precisam saber.
- Meu dinheiro acabou e eu estou retornando para casa, quero ver se consigo chegar antes do natal para os meus tios e eles moram longe.
- Ah sim!! Que coisa boa, com certeza, vai conseguir retornar e passar as festas de fim de ano com a sua família.
Nós jantamos e eu ajudo a secar louça, em seguida, me recolho para dormir e ao deitar sinto um pouco de dor no ombro, a lembrança do episódio onde sou empurrada não sai da cabeça e por mais que eu sinta vontade de chorar permaneço forte.
Ao amanhecer me despeço, daquelas pessoas que me acolheram e vou a procura de algum lugar para ficar. Eu percebo que estou com pouco dinheiro e então, vou até um hotel pedir por uma estadia em troca de trabalho, mas, a recepcionista não aceita e me manda embora. Eu caminho pelas ruas e encontro uma loja, tem uma placa oferecendo emprego e moradia. Entro no local e percebo que tem várias coisas relacionadas a artefatos chineses ou coreanos. Começo a investigar o lugar e atrás do balcão um senhor, com aparência de uns 70 anos vem ao meu encontro e pergunta:
- O que posso lhe ajudar?!
- Eu vê a placa lá fora e fiquei interessada. Eu quero trabalhar e preciso de um lugar para ficar...
- Certo!! Eu preciso de ajuda aqui na loja, limpeza e atendimento, horário de segunda a sexta e a moradia é o quarto dos fundos.
- Perfeito!! Eu me chamo Aysha e o senhor...?
- Pode me chamar de Hoon!!
- Eu estou contrada?!
- Sim, você começa amanhã e aqui esta a chave da loja. Abre as 7:30 da manhã e comece a limpar os vasos...
Aquele senhor me entrega a chave da loja e eu fecho em seguida, estava feliz por achar um trabalho e um lugar para ficar. E ao abrir meu quarto, vejo que precisa de um toque feminino, mas, prefiro estar aqui em paz do que fugindo o tempo todo.
No outro dia, eu abro cedo a loja e começo a limpar o que o Sr. Hoon havia me falado e vagueando os meus pensamentos, acabo tomando uns susto com um rapaz atrás de mim e me pergunta:
- Bom dia, meu pai não chegou ainda?!
Eu me deparo com um homem, de mais ou menos 1.90 de altura e braços largos, fortes e feições asiáticas indagando sobre o Sr. Hoon
- Bom dia! O seu pai é o dono da loja?
- Sim, ele sempre chega cedo e hoje não veio?
- Ele me contratou ontem, então, acho que vai vir mais tarde...
- A propósito, me chamo Lee Min-ho, mas, pode chamar só de Lee!!
- Me chamo Aysha!!
- Bom dia e bom trabalho Srta Aysha!!
- Obrigada...
Meus olhos naquele momento vêem aquele homem sair e por alguns segundos fico estática, fico hipnotizada pela beleza dele e de repente, volto as minhas funções normais e tento acabar antes que o Sr. Hoon chegue.
Depois de duas horas, o meu chefe chega a loja e eu estou tentando limpar o balcão com dificuldade e dor. Ele se aproxima e pergunta:
- Dor no ombro?
- Sim, Sr. Hoon!! E hoje parece que está pior...
- Venha!! Sente neste banco...
Eu saio de traz do balcão e me sento observando os seus movimentos, ele pede para tirar a tipóia e começa a esfregar as mãos rapidamente e falando algumas coisas que eu não entendo. Em seguida, o Sr Hoon pressiona o local da dor e no ponto exato, pressiona com três dedos e a dor some de imediato.
Eu o olho incrédula e questiono:
- Como fez isso?
- Segredo de família, senhorita!!
- Sr. Hoon, a dor sumiu e consigo mexer!! Por favor, me explique como fez...
- Você termine limpeza. Eu, fazer chá...
No meio da loja, eu coloco a mão no meu ombro e não sinto nada. E, ao olhar para trás, vejo aquele senhor indo em direção a cozinha fazer o que havia falado e por um instante tive um breve momento feliz nos meus pensamentos.
A tarde eu escuto o sino da porta tocar da entrada da loja e vejo entrar o filho do Sr. Hoon. Ele passa por mim, dando um sorriso e vai ao escritório do seu pai, eu escuto a conversa deles não entendo nada do idioma e de repente ouço uma discussão, onde Lee sai pela porta e coloca as duas mãos na cabeça e suspira profundamente.
- Eu espero que você tenha paciência com meu pai, porque a minha está se esgotando...
- Ele tem 70 anos, precisa de paciência com ele Lee!!
- Como veio parar aqui?!
- É uma longa história, levaria muito tempo para falar!!
- Então, eu lhe convido para almoçar em minha casa amanhã, pode ser...? E, você conta a sua história!!
- Claro!!...Sim, eu aceito...
- Combinado e até amanhã!!
Meus olhos acompanham aquele homem saindo e por alguns segundos, fico impressionada pelo seu tamanho e beleza. Mas, eu volto para minha realidade, penso que tenho que ficar longe de qualquer problema e ter atenção dobrada. Não quero ser descoberta aqui e não quero que ninguém me ache também.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Rejane Maria
vai virar uma salada essa história, não acredito que ela vai se envolver com outro se acontecer PARO DE LER.
2025-01-20
0
Eliane Vitorino
não acredito que ela não vai voltar com o adam
2024-11-18
1
Cida Archangelo
eu também paro
2025-01-26
0