Capítulo 15

Lena suspirou, ela sabia que ia ter problemas com Cora depois.

— Não se preocupe, mamãe é assim mesmo, precisa ter controle de tudo e de todos. Natalie fala levando a boca uma taça de vinho branco ao qual ela gostava de beber nas refeições, Lena sorriu sem graça e voltou a comer.

— Querida, tenho que ir a empresa, se precisar de algo peça a Júlia e ela lhe ajudará. Gael falou e beijou os cabelos de Lena que ficou parada.

— Sério isso filho, trabalho e trabalho, você se casou hoje deveria ter ido de viagem a sua lua de mel, na cidade Z, praia, diversão, descansar um pouco e parceira sua bela esposa.

Gael sorriu.

— Teremos tempo papai, tempo suficiente para isso, mas por enquanto Guster e eu temos que ir, tenho informações de que o senhor X está avançando suas compras de terras na cidade e temos que ficar de olho, sabemos como ele é.

Oliver que estava brincalhão ficou em silêncio, seu rosto ficou sério e suas narinas dilatadas mostravam o quanto ele estava irritado.

— Maldito seja esse homem, todos os lot a de terras que nós interessa ele entra na frente, eu ainda quero a cabeça dele em uma bandeja na minha frente.

Oliver bateu na mesa com força fazendo as crianças assustarem, Nuno começou a chorar.

— Papai... Natalie disse, Lurdes olhou para a direção da cozinha e logo uma mulher entrou correndo.

— Faça o calar...

— Sim senhora. Era Nara babá das crianças, Lurdes tinha pavor de choro de criança.

Ela praticamente arrastou as duas crianças enquanto Lurdes comia tranquilamente.

— Vão, o que estão esperando, se X está atrás de nossas terras temos que ser mais rápidos.

Guster assustou e se levantou resmungando.

— Espero que tenha razão Gael, sabe que detesto não fazer minha sesta após o almoço, tenho problemas no estômago e preciso de uma boa digestão.

Resmungando se levantou, Gael passou por Lena sem lhe dar mais nenhuma palavra.

— Com licença, senhor mas já acabei minha refeição.

Com Oliver aceitando Lena saiu apressada para o quarto, essa família era louca de pedra, quem vê nas revistas acha que são pessoas incríveis, mas são loucos isso sim.

Ela mais que depressa saiu da sala de jantar, mas ao virar o corredor deu de frente com James que estava indo chamar ela.

— Senhorita Marques, madame King a espera no escritório.

Lena fechou os olhos e suspirou pesadamente, acompanhando James ela segui em direção ao escritório de Cora.

— Madame... James falou e abriu a porta, Cora estava sentada em seu trono real, fumando um cigarro em sua piteira de ouro com brilhantes.

— Não está nessa família a menos de doze horas e já dar má respostas na minha nora, petulante e idiota senhorita Marques.

Ela disse e Lena que ia se sentar ficou parada.

— Me perdoe senhora, mas apenas respondi quando me foi perguntada.

Cora abaixou o braço e olhou para ela de cima a baixo.

— Você quer que seu avô receba o tratamento?

Lena olhou para ela, não era esse o objetivo do casamento.

— Sim senhora.

— Pois bem, de agora em diante quero que seja idiota e ignorante, não responda, não dê uma de esperta, não se vista bem, quero que Gael seja ridicularizado, quero que todos riem dele, zombem dele, seja a chacota da cidade, estamos entendidas senhorita Marques.

A boca de Lena se abriu com tal choque, ela não imaginava que vendendo sua alma para o diabo fosse tão difícil assim.

— Mas senhora, eu não...

— Cale-se, você me entendeu, não é tão burra como pensei que era, então coloque na sua cabeça, ou faça isso ou seu avô morre, quando vai ser?

Lena engoliu as lágrimas que se formavam em seus olhos.

— Farei o que a senhora desejar.

Cora sorriu.

— Muito bem, boa menina, aqui uma compensação agora o pagamento da dívida com o hospital, daqui a uma semana irei transferir seu avô para a ala vip do hospital e por consideração começaremos o tratamento, mas só se você cooperar comigo.

— Sim senhora, eu farei.

Cora balançou a mão e Lena pegou o cheque o valor era a quantia exata para pagar o hospital, ela saiu após James abrir a porta e praticamente a jogar para fora do escritório, na porta Lena deixou as lágrimas caírem.

Ela olhou de um lado para o outro e correu para seu quarto chorando.

Assim que chegou ela desabou ao chão chorando e olhando o cheque na sua mão, de um lado seu avô o homem que deu tudo para ela, do outro um homem que ela acabou de conhecer, sua beleza a cegou, algumas atitudes a deixava confusa, mas ela não poderia usar dois pesos e duas medidas, seu avô sempre viria em primeiro lugar.

Ela se levantou do chão e foi até sua bolsa, pegou seu telefone e ligou para o diretor do hospital.

— Alô, meu nome é Lena Marques e quero falar com o diretor Sandrini.

Alguns minutos e ela foi transferida.

— Oi diretor, sou então de João Marques, quero avisar que tenho o dinheiro em mãos para o pagamento atrasado do hospital, posso me encontrar com o senhor amanhã de manhã?

Ouvindo a resposta do diretor ela se alegrou, algumas coisas estão começando a melhorar, Lena desligou e foi até o closet guardar sua bolsa e o cheque, antes de entrar batidas na porta foram ouvidas.

— Um momento... Lena correu e guardou o cheque retornando para abrir a porta, deu de cada com Julia, a governanta da casa que a maltratou hoje de manhã.

— Senhora, Madame King mandou lhe entregar isso.

Era um balde, um esfregão e um avental.

— O que é isso? Lena perguntou fazendo Julia rir.

— O que vê senhora, Madame King disse que para lhe punir por sua petulância, irá limpar a área da piscina, sem ajuda e ela quer brilhando pois amanhã terá um encontro com suas amigas na piscina.

Lena olhou para a mulher que estava eufórica com isso, estava um sol de usar quarenta graus lá fora e ela tinha certeza que nunca mais essa mulherzinha iria achar ser maior que uma King.

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