— Não chore Lena, me corta o coração ver você chorando. Ele disse preocupado, Daniel Johansen odiava ser portador de maus notícias, ainda mais para Lena, uma mulher que pouco a pouco entrou em seu coração, Lena era diferente das outras mulheres por onde ele já passou, ela era meiga, dedicada, honesta, quem não queria uma mulher assim.
— Eu estou bem, vou ficar bem doutor, me diga o que fazer para que meu avô viva. Lena disse e o médico virou para ela.
— Olha, eu não poderia te dizer isso mas.... O médico olhou de um lado para o outro, Lena sentou e deu total atenção ao médico. — Há um remédio experimental, ele poderá ser mais eficaz para o tratamento do seu avô, mas...
Lena ouviu o que ele disse.
— Mas...
— Ele é muito caro Lena, e você está devendo o hospital, não tem como pagar pelo tratamento completo.
Lena enxugou o rosto.
— Caro quanto?
— Seiscentos mil por ampola aplicada.
Lena abriu a boca chocada, seiscentos mil.
— Um absurdo!
— Que pode salvar a vida do seu avô, eu tenho certeza que vai funcionar, estamos vendo muitos pacientes respondendo a esse tratamento com oitenta por cento de chance de sobrevivência.
O médico estava contando com os olhos brilhantes, Lena viu a importância desses estudos e dos experimentos.
— Se eu conseguir o dinheiro, digamos assim quantas ampolas serão aplicadas no meu avô?
O médico olhou para ela, sorriu, ele sabia que Lena não conseguiria o dinheiro.
— Lena, às vezes, temos que deixar as pessoas irem, para você seria muito caro...
Lena levantou do banco em que estava sentada.
— Eu perguntei quantas ampolas serão necessárias para meu avô sobreviver e não perguntei sua opinião.
Lena estava com raiva o médico suspirou e se levantou batendo as mãos na calça para tirar a poeira.
— Se a primeira ampola fizer seu avô acordar, serão necessárias mais cinco, totalizando seis ampolas de medicação.
Lena parou fazendo as contas.
Seis vezes seis, trinta e seis, três milhões e seiscentos mil seria o tratamento, fora os trezentos mil que ela já estava devendo no hospital, Lena segurou no banco, uma vertigem passou pelo seu corpo a enfraquecendo.
— Lena.. O médico ajudou a se segurar, ele a sentou novamente aferindo sua pressão.
— Eu estou bem doutor, eu estou bem.
— Lena, você está abatida, emagreceu nesses últimos meses, não a vejo comer ou dormir direito.
Johansen disse preocupado com ela.
— Vou ficar bem doutor, apenas faça o tratamento irei atrás do dinheiro.
Ele olhou para ela.
— Como? você já deve ao hospital, escutei o direito falando que se até o mês que vem não pagar seu avô será proibido de fazer o tratamento, ele não pode ficar sem a medicação, acordar ele de forma errada será o fim de sua vida.
Lena sentiu as lágrimas molhar seu rosto mais uma vez, ela tinha poucas opções.
— Não se preocupe doutor, apenas faça o que eu disse.
Johansen olhou para ela, Lena estava branca, sem ânimo e bem desnutrida, como ela conseguiria três milhões?
— Lena... Ele sentou ao lado dela. — Eu estive pensando, talvez não seja muito, mas meu seguro social cobriria um pouco as contas do hospital, eu ainda sou médico, posso conseguir um bônus se... Se você se casar comigo.... Ele disse e Lena olhou para ele.
Johansen coçou a cabeça envergonhado, ele se interessou por Lena desde o primeiro momento que a viu, ele não viu ganância, não viu ambição, ele viu o amor que ela tem pelo seu avô e isso o fez se apaixonar por ela perdidamente.
Lena olhou para ele sem expressão no rosto.
" Porque as pessoas insistem nessa história de casamento"..
Ela pensou.
— Obrigada doutor, o senhor é muito gentil, mas não estou preparada para me casar nesse momento, como eu posso arrastar o senhor para esse mundo conturbado que vivo.
Lena se levantou.
— Boa noite doutor.
E partiu deixando Johansen sentado no banco da praça.
Lena subiu quase que depressa para o quarto de seu avô, assim que chegou havia duas enfermeiras conversando no quarto.
— Pobre coitado, você sabia que ele será expulso do hospital. Uma enfermeira falou e a outra que estava aferindo a pressão do homem balançou a cabeça em afirmativo.
— Pois é, estou ouvindo essa história, essa gente pobre que tenta pagar tratamento exclusivo dos ricos são assim, dizem que a neta dele deve trezentos mil ao hospital, aqui é um hospital particular não uma instituição de caridade.
Lena escondeu quando elas se viraram para sair.
Assim que as duas deixaram o quarto Lena entrou, ela foi até seu avô o observando.
— Vovô, eu estou tentando... Ela disse e abaixou para abraçar o avô.
— Me perdoa vovô, eu não estou conseguindo.... Ela chorou, soluços foram ouvidos pelo quarto, seu eco chegava ao ouvido de Lena a fazendo se tornar ainda mais miserável, ela chorou quase que a noite toda, seu corpo estava dolorido de tanto que ela ficou na mesma posição, ela enxugou as lágrimas e foi até a cadeira pegou sua bolsa, nela havia um remédio para dor de cabeça, quando pegou o remédio, caiu o cartão que Cora havia lhe dado de manhã, Lena abaixou pegando o cartão e examinando.
— Céus... Ela suspirou, pegou seu celular e digitou o número que estava no cartão, a voz de James ecoou pelo outro lado.
— James Wilson falando...
— James, sou eu Lena Marques, avise a senhora King que aceito me casar com Gael, mas com uma condição, meu avô agora precisa de um novo tratamento e quero que esse esteja incluído no acordo.
James ficou em silêncio por alguns minutos e logo foi ouvida a voz de Cora do outro lado.
— Gananciosa senhorita Marques, esteja no escritório às sete, se apresente como Lena Robinson, vista uma roupa apresentável, uma King sempre anda impecável.
O telefone ficou mudo logo em seguida.
— Lena Robinson, porque isso.
Ela guardou o telefone em sua bolsa novamente e foi até o banheiro, Lena lavou o rosto e se olhou no espelho, será complicado para ela amanhã parecer pelo menos um pouco melhor, mas ela sabia o que fazer, saiu do banheiro e foi para a cadeira costurar, havia um vestido que ela estava fazendo a mão durante todas essas noites, ele só precisaria de alguns ajustes para seu corpo magro, Lena trabalhou nele durante o resto de noite que lhe sobrou, apertou, pregou botões e modificou o zíper, tudo a mão, na manhã seguinte seu celular tocou indicando que estava na hora de se arrumar.
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Atualizado até capítulo 117
Comments
Rosilene Narciso Lourenco Lourenco
coitada de Lena como se já não bastasse a doença do avô ainda tem a invejosa da secretária e agora esse casamento.
2025-03-12
0
Maria Saldanha
Os livros ficam melhor com ilustrações
2025-03-11
0
Erlete Rodrigues
ainda bem Lena que existe uma luz no fim do túnel para você e muitos que nem isso tem
2024-12-06
2