— Se passares por essa porta, entregarei aos policiais essas provas e vamos ver o julgamento que lhe darão.
Lena parou os passos que dava em direção a porta.
— A senhora disse quê, sabia sobre minha inocência.
— Sim eu sei, mas os policiais não, então volta a sentar e me escutar, será sua última oportunidade senhorita Marques, se penar bem, não é James, já dei a essa pessoa muitas oportunidades hoje, e ela não aproveitou nenhuma.
Cora disse e James balançou a cabeça em negação, seu rosto mostrava o desgosto por Lena não ouvir sua mestra.
Lena olhou para a mulher que estava sentada como se estivesse em um trono real, sua elegância e beleza era o mesmo que sua prepotência e arrogância.
— Sou toda ouvidos senhora King. Disse e sentou, ela não era burra, sabia que estava em uma encruzilhada e que se saísse seria a morte de seu avô.
— Bom, é assim que eu gosto, como dizia, sei sobre as suas dívidas, da doença do seu avô, da casa que ele trabalhou uma vida para pagar, sei tudo sobre você senhorita Marques e tenho uma solução, ou melhor, sinta-se honrada por isso, muitas pessoas não tem a sorte que você terá.
Lena olhou para a mulher a sua frente que falava e falava.
— O que a senhora quer dizer?
— Meu enteado Gael, está na idade de se casar, mas infelizmente ele não achou a escolhida até agora, aceita se casar com Gael e como forma de agradecimento pelo que fez com minha preciosa Natalie eu te aceito na família King.
A boca de Lena abriu e fechou, que coisa absurda essa mulher dizia.
— Senhora ...
— Eu sei, sou uma boa mulher não sou, estou fazendo minha caridade casando você,uma ninguém com meu enteado que por mais que me doa ele é um King.
A realidade era que, Cora nunca suportou Gael, ele era sempre um lembrete que Jackson King havia lhe traído com um atriz de quinta categoria, ele a obrigou a cuidar da criança e a fez chamar de filho, Cora odiava Gael com todas as suas forças, afinal quem ama uma criança que foi feita de uma traição.
— Mas senhora, Gael tem outras mulheres que ficariam honradas em se casar com ele. Lena disse em uma tentativa de acabar com a louca conversa.
— Ele pode até ter, mas eu te escolhi, amanhã de manhã esteja nesse endereço, estarei providenciando um contrato para você, se aceitar posso pagar tudo, todas as suas dívidas, todo o tratamento do seu avô, tudo, apenas se case com Gael e tenha um filho para acalmar meu marido, não importo como fará, apenas faça e terá tudo que um King tem.
James entregou um cartão para Lena, os detalhes em ouro chamava atenção.
— Não se atrase senhorita Marques, não costumo dar segundas chances para ninguém, se atrasou eu entregarei essas provas para a polícia e tenho certeza que sem você seu avô não conseguiria pagar o hospital e talvez, sabe se lá o que aconteceria com ele.
Cora disse saindo porta a fora, era surreal o que estava acontecendo.
Lena estava lá parada olhando para o cartão " Rua Albrey n° 302 sala 5 prédio Kings Choice"
— Que pena, pensei que sairia daqui algemada e presa... Ludmila entrou sorrindo e exalando arrogância.
— O que você quer Ludmila?
Lena disse e tentou passar por ela mas Ludmila arrancou o cartão da mão de Lena.
— Me devolve...
— Porque ganhou um cartão da senhora King, por acaso vai ganhar algum dinheiro, lembre-se se não pagar o ateliê até o final do mês eu te coloco na cadeia.
Lena chegou bem perto de Ludmila e olhou dentro dos olhos dela, pegou o cartão e disse:
— Eu estou pagando e com juros que você colocou, se continuar me intimidando, direi a todos que os vestidos de casamento mais chiques do ateliê foi eu que desenhei e criei, tenho provas e posso acabar com você...
Dizendo isso Lena saiu da sala e Ludmila ficou lá olhando para suas costas.
— Eu ainda vou acabar com você Lena Marques, escuta só, eu ainda vou acabar com você....
Alheia as últimas falas de Ludmila, Lena foi para o quarto da costura, honrando o que disse a dona Sara ela trabalhou nos últimos detalhes do vestindo de noiva de Natalie, que afinal saiu sem falar nada, pessoas ricas são esquisitas e complicadas.
Eram seis e meia da noite quando deixou o ateliê, tudo que ela havia feito estava agora sendo observado mais de perto por Ludmila que esperava ela sair, o ateliê ficou em silêncio e ela entrou na sala de costuras olhou o vestido e enfureceu.
— Vamos ver Lena quem vai rir por último, amanhã Natalie irá provar o vestido mas terá uma grata surpresa.
Ela pegou a tesoura e começou a trabalhar no vestido, ela rasgou e costurou todos os pontos errados, assim que Natalie colocar o vestido ele irá arrebentar todas as linhas e cairá, a família King colocará a culpa em Lena e Ludmila com uma linha e uma agulha resolverá o problema e encontrará a glória dos Kings.
Sem saber de nada Lena andava pelas ruas da cidade G, ela olhava para uma vitrine de uma loja e ali estava um dos seus modelos, um lindo vestido floral, ele era elegante e com cortes retos para acentuar o corpo de quem usasse, infelizmente ela o desenhou e vê deu sua criação para outros estilistas de renome na cidade, era triste não ser apreciada ou até mesmo saberem que eram duas criações, mas lhe rendia um bom dinheiro no final.
Lena sorriu.
— Um dia, eu vou ter uma loja e vou vender meus vestidos, sem me esconder, sem ser envergonhada. Ela disse, já era tarde da noite quando chegou até o hospital, o dia havia sido tão exaustivo.
— Boa noite vovô, como passou. João ainda dormia, Lena entristeceu, sabia que o tempo de seu avô estava apertado, havia se passado tanto tempo e a medicação não fazia efeito.
— Vamos vovô, acorde, o senhor precisa lutar daí também...
Ela sentou ao seu lado, abaixou a cabeça e chorou, uma batida na porta a fez limpar o rosto e sentar novamente.
— Boa noite.. Lena sorriu.
— Doutor Johansen.. O médico que acabou se tornando amigo de Lena entrou no quarto.
— Podemos andar um pouco Lena? Ele disse sem sorrir e isso fez o coração dela bater descompassado.
— Claro doutor, vovó já volto. Ela beijou atesta de seu avô e saiu acompanhada pelo médico amigo.
Os dois em silêncio caminharam até a pracinha do hospital, Lena olhou para o médico, ele deveria ter trinta e cinco anos, era de boa aparência sempre a tratou com respeito e cortesia.
— Doutor, pode falar, eu aguento... Ela disse olhando para suas mãos, doutor Johansen suspirou alto.
— Os remédios administrados no seu avô, infelizmente não estão surtindo efeito.
Por mais que Lena soubesse, seu coração doeu e lágrimas silenciosas começaram a sair de seus olhos.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 117
Comments
Rosilene Narciso Lourenco Lourenco
essa cobra 🐍 da Ludmila precisa ser desmascarada e pagar por tudo.
2025-03-01
0
Erlete Rodrigues
só levando porrada ‼️ será que no ateliê tem câmera ❓❓❓
2024-12-06
2
Fernanda Braz
Coita só tá levando rasteira 😔
2024-11-23
2