Capítulo 12

— Você está quinze minutos atrasado e sabe que não suporto atrasos. Cora disse indo na direção de gael e acertando um tapa em seu rosto, Lena viu e ficou chocada com tal ato, já Guster riu e Natalie nada disse, Oliver veio tentando acabar com o constrangimento e o silêncio mortal que ficou no local.

— Cora, hoje é um dia festivo, vamos acalmar nossos nervos.

Ela se virou e foi sentar em sua cadeira.

— Comecem esse casamento, o quanto antes começar, mais rápido irá terminar.

Ela disse e todos os empregados começaram a correr como barras tontas a terminarem seus serviços, Oliver estendeu o braço para Lena que segurou estranhamente.

— Vá para sua posição Gael, não faça sua mãe se irritar novamente.

Gael passou e não olhou nos olhos de Lena, ela se compadeceu de seu noivo, parece que nem tudo são flores de dentro do castelo.

A marcha nupcial tocou fazendo Lena e Oliver andar, Gael estava lá na frente olhando para ela sem ter um pingo de emoção.

— Me desculpa por isso querida, mas já que está entrando na família, saiba que se não pisar nas regras de Cora ela nunca, jamais irá pisar no seu pé, saiba que Cora é assim e sempre será.

Lena estava com a boca seca, ela umedeceu seus lábios com a língua numa tentativa de não se abalar ainda mais com tudo.

Em um dado momento seu olhar se cruzou com o de Gael, ele a analisava, suas feições, sua roupa, ele viu que não haviam jóias de família, não havia ninguém ao seu lado, a pobre e miserável Lena Marques era como ele.

— Cuida dela meu filho.

Oliver disse e Gael sorriu, um sorriso que não chegava aos olhos e Lena notou.

— Oi... Ela disse tentando acalmar seu coração, a beleza dele era realmente encantadora, mas seus olhos não tinham vida, isso ela não notou naquele dia.

— Vamos começar padre.

Gael disse se virando, Lena abaixou o buquê e ouviu em silêncio tudo que o padre falava sobre o amor, o casamento e a união.

Um dia ele sonhou em se casar, ela sonhou com um belo casamento no campo, com rosas e uma música suave ao fundo, sonhou que seu pai a levaria para o altar, nesse sonho ela sabia quem era seu pai, sua mãe estava viva e ele se amavam muito, sonhou que seu avô estaria do seu lado, foi o único sonho feliz que ela teve durante todos esses anos.

Mas a realidade era essa, não havia, pai, nem mãe e muito menos seu avô, somente um casamento frio e sem amor.

— Lena Robinson, aceita Gael King como seu legítimo esposo?

Ela se assustou ao ouvir seu nome.

— Sim, aceito.

Ela disse seu coração pesou, se ela correr ainda dá tempo de desistir, não desistir era um erro, e erros ela não pode se permitir a fazer, seu avô depende dela, a liberdade depende dela.

— Gael King, aceita Lena Robinson como sua legi....

— Sim aceito. Gael cortou o padre que olhou para ele sem reação.

— Temos aqui um noivo com pressa... Ela brincou para que o clima que já não estava agradável não piorasse.

— Então, pelo poder a mim concedido pela igreja matriz e por Deus eu ia considero, marido e mulher, senhor e senhora King, podem se beijar.

Natalie estava radiante, sua salvadora seria sua cunhada, mas ela também estava triste, porque Lena não havia dito a ele sobre sua situação, ela olhou para sua mãe q ué estava impaciente e percebeu, claro foi por isso que ela queria ficar a sós com Lena naquele dia, ela ofereceu a Lena uma posição na família, sua mãe era mesmo a melhor mulher do mundo.

— Pode beijar a noiva. O padre disse novamente, Gael se levantou, e olhou para Lena, ela era muito bonita, uma espécie rara na terra, seus olhos verdes, suas sardas vermelhas contrastando com seu cabelo vermelho, ela era alta, porte de modelo, Gael balançou a cabeça, Lena não era importante para ele, Gael iria ficar casado enquanto a conveniência for aceita pela família.

Já Lena, se encantou com ele, não só sua beleza, mas ele foi gentil com ela aquele dia.

Gael chegou perto, o cheiro almíscar de seu perfume chegou junto, fazendo Lena suspirar involuntariamente, já Gael sentiu o cheiro de rosas que de alguma forma mexeu com ele.

Os dois estavam frente a frente, um olhando dentro dos olhos do outro.

Gael abaixou a cabeça, ele ainda era mais alto que ela, chegou bem próximo ao ouvido de Lena e disse.

— Não espere de mim amor eterno, não espere de mim o dinheiro da família, se casou comigo por conta disso, esqueça pois não tenho, viu como sou tratado e você será da mesma forma.

Ele foi ríspido e grosso, Lena ficou parada em estática, Gael beijou seus lábios, foi estranho porque a boca dele era macia, os lábios dele eram quentes, o hálito tinha gosto de menta.

Para ele não foi do jeito que pensou, Lena tinha os lábios frios, mas o calor emanava de dentro dela, havia resquícios de café e algo temperado com menta e eucalipto, não foi ruim, foi bom, mas era o bom que ele não queria.

Uma salva de palmas e ele retirou os lábios dos dela, eles se encararam por alguns segundos, mas logo o contato foi quebrado por Jeremy que veio com o fotógrafo.

— Senhor e senhora King a foto dos casais e a família.

Lena vou a família se posicionar e ao lado dela não havia ninguém.

— Já que os pais da senhora King faleceram podem ficar ao lado dos dois, sem ter o lado da família. Jeremy falou quando viu que Lena estava sozinha e tímida, pobre garota, ela entrou em um ninho de cobras e dragões, seu patrão não estava no momento certo para se casar e ela, coitada, era somente uma pessoa que precisa de um dinheiro para salvar seu avô, uma nobre pessoa de coração,mas infelizmente não havia um tostão para ser nobre no mundo.

— Eu fico do lado dela, vem Lurdes assim ficamos as meninas. Natalie falou arrastando sua cunhada, todos se posicionaram e as fotos foram tiradas, não haveria imprensa, nem soltariam nenhuma nota desse casamento, era como se Gael não fosse um King, era como se Gael não merecesse ele achava melhor assim, sem o rosto dele nas manchetes era mais fácil ficar nas sombras.

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