Capítulo 15: A Tempestade Se Aproxima

A ansiedade nas Cavernas do Coral era palpável. As sereias se reuniram em torno de Layla, suas expressões refletindo preocupação e dúvida sobre a colaboração com os humanos. A ideia de unir forças era nova e cheia de incertezas.

— Nós precisamos acreditar que eles estão do nosso lado. — Layla disse, tentando acalmar as sereias. — Eles não são todos iguais. Alguns já mostraram disposição para nos proteger.

— E se os caçadores chegarem antes de termos a chance de agir? — Mara perguntou, seus olhos cheios de temor. — O que faremos se eles tentarem capturá-las?

Layla respirou fundo. — Precisamos preparar um plano de contingência. Se os humanos nos ajudarem a proteger nosso território, talvez possamos evitar qualquer conflito direto.

Naquela noite, Layla e as sereias discutiram várias estratégias, traçando linhas de defesa e identificando os locais onde poderiam se esconder. Elas sabiam que a comunicação entre os mundos era vital e que precisavam estar prontas para agir a qualquer momento.

Ao amanhecer, Layla decidiu que era hora de se reunir com Henrique e Clara para discutir os próximos passos. Ela nadou rapidamente até a costa, onde sabia que eles estariam esperando.

Quando chegou, encontrou Henrique e Clara examinando mapas da região, planejando como poderiam patrulhar a costa e identificar qualquer atividade suspeita. A expressão de determinação nos rostos deles fez Layla sentir-se esperançosa.

— Estou aqui! — Layla chamou, saindo da água com um sorriso. — O que vocês estão planejando?

Henrique olhou para ela, seu olhar sério. — Estamos tentando mapear as áreas onde caçadores podem estar, mas precisamos da sua ajuda. Você pode nos avisar sobre qualquer movimentação no mar?

— Claro, — Layla respondeu, sua voz firme. — Posso fazer isso. Se algo acontecer, eu serei a primeira a avisá-los.

Os três passaram a manhã discutindo detalhes sobre como se comunicariam e quais sinais usariam para alertar uns aos outros. A colaboração era nova, mas havia um forte desejo de manter a paz e proteger os dois mundos.

No entanto, enquanto a manhã avançava, nuvens escuras começaram a se acumular no horizonte. A atmosfera estava pesada, e o vento soprou mais forte, anunciando a chegada de uma tempestade.

— Isso não é bom, — Clara comentou, olhando para o céu. — Se houver uma tempestade, pode dificultar ainda mais a nossa comunicação.

— E pode ser um sinal de que algo está prestes a acontecer, — Henrique acrescentou, franzindo a testa. — Precisamos nos preparar para o pior.

Com o clima mudando rapidamente, Layla decidiu que era hora de voltar para o mar e avisar as outras sereias sobre a situação. Ela se despediu de Henrique e Clara e mergulhou nas águas, sentindo o frio da correnteza começar a subir.

Assim que chegou às Cavernas do Coral, encontrou as sereias reunidas, discutindo em voz alta. Layla se aproximou rapidamente.

— Precisamos nos preparar! — ela exclamou. — Uma tempestade está se aproximando, e isso pode ser um sinal de que os caçadores estão por perto.

As sereias se entreolharam, a preocupação crescendo entre elas. Mara foi a primeira a falar. — O que devemos fazer?

— Vamos nos esconder em locais seguros e preparar um sinal para os humanos. Se percebermos alguma movimentação estranha, precisamos avisá-los imediatamente.

As sereias começaram a se dispersar, algumas se dirigindo a cavernas mais profundas, onde poderiam se esconder da tempestade e de qualquer caçador que se aproximasse. Layla, no entanto, decidiu ficar perto da entrada da caverna, onde poderia ver a costa e manter contato com os humanos.

Com o vento aumentando e as ondas começando a se agitar, Layla sentiu a adrenalina correr por suas veias. Ela sabia que a situação era grave e que precisava estar alerta.

Enquanto a tempestade se aproximava, ela olhou para o céu e percebeu que as nuvens estavam se acumulando rapidamente. O som do trovão ecoou à distância, e o mar começou a agitar-se de forma inquietante.

Layla respirou fundo, seu coração acelerando. Ela se concentrou, tentando usar suas habilidades de sereia para sentir qualquer movimento na água. Se os caçadores estivessem se aproximando, ela precisava saber antes que fosse tarde demais.

De repente, um movimento chamou sua atenção. Nas águas escuras, uma sombra surgiu, rapidamente se aproximando da costa. Layla sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

— Caçadores! — ela gritou, sua voz ecoando pelas cavernas.

As sereias começaram a se reunir, a ansiedade no ar se intensificando. Mara e as outras estavam visivelmente nervosas, e Layla percebeu que precisavam agir rapidamente.

— Nós devemos nos esconder, mas também devemos avisar os humanos! — Layla ordenou, sua voz firme. — Se os caçadores chegarem à costa, não teremos tempo a perder.

Com um rápido movimento, Layla nadou para a superfície, utilizando sua conexão com as ondas e a correnteza para se mover rapidamente em direção à praia. Ao chegar perto da areia, avistou Henrique e Clara, que pareciam estar se preparando para enfrentar a tempestade.

— Layla! — Clara gritou, correndo para ela. — O que aconteceu?

— Caçadores! — Layla exclamou, a urgência em sua voz. — Eles estão se aproximando. Precisamos agir agora!

Henrique e Clara trocaram olhares alarmados. — O que devemos fazer? — Henrique perguntou, sua expressão de determinação misturada com medo.

— Precisamos reunir o maior número de pessoas que pudermos. — Layla disse. — Se os caçadores aparecerem, eles não devem ter chance de nos pegar.

Clara assentiu, sua determinação renovada. — Vamos alertar todos! Podemos nos reunir na praça central e planejar como proteger as sereias.

Com isso, os três correram em direção à cidade, cada passo marcado pela pressão crescente da tempestade. O vento uivava em seus rostos, e gotas de chuva começaram a cair, aumentando a sensação de urgência.

Ao chegarem à praça central, Layla e os humanos encontraram algumas pessoas reunidas, já cientes da tempestade iminente. Clara subiu em uma caixa, chamando a atenção de todos.

— Pessoal! Precisamos da sua ajuda! — ela gritou. — As sereias estão em perigo. Caçadores se aproximam, e precisamos nos unir para protegê-las!

As pessoas começaram a murmurar, e a desconfiança voltou a pairar no ar. Pedro foi um dos primeiros a questionar.

— Você está dizendo que precisamos ajudar seres que sempre consideramos perigosos?

— Não se trata de ver as sereias como inimigas. — Layla interveio, sua voz firme. — Estamos todos em perigo. Se não nos unirmos agora, poderemos perder muito mais do que apenas uma amizade.

A multidão começou a se agitar, e Henrique, percebendo a hesitação, decidiu se juntar à conversa. — Todos nós temos um interesse em proteger nossas casas e nosso futuro. Se os caçadores chegarem, eles não virão apenas atrás das sereias, mas também atrás de nós.

Gradualmente, o murmúrio foi se transformando em apoio. Clara, percebendo que a determinação estava crescendo, pediu que todos se reunissem.

— Vamos formar grupos e patrulhar a costa. Precisamos ficar juntos e preparados para qualquer coisa. Se os caçadores aparecerem, precisamos agir como um só.

Com a determinação renovada, as pessoas começaram a se dispersar, formando pequenos grupos. Layla sentiu um alívio ao ver que estavam dispostos a lutar, não apenas pelas sereias, mas por sua própria segurança.

Enquanto se preparavam para a patrulha, o céu escureceu ainda mais, e o trovão ressoou alto, fazendo o chão tremer. O mar, antes calmo, agora estava agitado, e Layla sabia que a tempestade não era apenas meteorológica, mas também uma tempestade de incertezas e perigos que se aproximavam.

Com a chuva começando a cair em torrentes, Layla e Henrique se juntaram a um grupo que se dirigia à costa. A atmosfera estava carregada de tensão, e cada passo parecia levar ao desconhecido.

Aos poucos, o som das ondas se intensificou, e Layla percebeu que as condições estavam se deteriorando rapidamente. O vento soprava com força, e as gotas de chuva pareciam agulhas em suas peles.

— Temos que nos apressar! — Henrique gritou sobre o barulho do vento. — Se eles chegarem, precisamos estar prontos!

Layla acenou, seu coração batendo rápido. O medo começava a se instalar, mas a determinação de proteger seus amigos e seu lar era mais forte.

Quando chegaram à costa, o cenário era desolador. As ondas se erguiam em enormes cumes, e o céu estava preenchido com relâmpagos. A tempestade parecia estar em seu auge, mas Layla sentia que os caçadores não estavam longe.

Então, ao longe, Layla viu uma embarcação se aproximando. A silhu

eta era familiar. Seu coração disparou. Era um barco de caçadores.

— Eles estão aqui! — Layla gritou, a voz cortando o vento.

A notícia espalhou-se rapidamente, e as pessoas começaram a correr para se esconder. Layla e Henrique permaneceram firmes, determinados a não deixar que os caçadores chegassem às sereias.

— Temos que fazer algo! — Henrique gritou, olhando para Layla com um misto de preocupação e coragem.

— Vamos nos dividir! — Layla sugeriu. — Algumas pessoas devem ir para a cidade e alertar os outros, enquanto nós ficamos aqui e tentamos impedir que eles se aproximem da costa.

Com essa estratégia em mente, o grupo começou a se dispersar. Clara e outros se dirigiram de volta para a cidade, enquanto Layla e Henrique se preparavam para enfrentar os caçadores.

O barco se aproximava, e Layla sentiu seu coração acelerar. Ela sabia que o tempo estava se esgotando. Se não conseguissem deter os caçadores, suas vidas e as vidas de suas amigas sereias estariam em risco.

Enquanto as ondas se quebravam contra as rochas, Layla sentiu uma força interior crescer. Era hora de lutar por tudo o que acreditavam. Com Henrique ao seu lado, ela se preparou para enfrentar o que estava por vir.

A tempestade rugia ao seu redor, e Layla soube que, independentemente do que acontecesse, elas lutariam juntas. Se precisassem proteger suas vidas e seu lar, não haveria outro caminho senão seguir em frente.

A aproximação do barco fez o adrenaline subir. Layla e Henrique se posicionaram na beira da praia, prontos para se defender. A tempestade ao seu redor não era nada comparada à tempestade de emoções que estavam enfrentando.

— Vamos ficar juntos! — Layla gritou para Henrique, seu coração batendo forte. — Nós conseguimos!

A determinação deles ressoava na praia, um eco de coragem contra as ondas. E assim, enquanto o barco de caçadores se aproximava, Layla e Henrique se prepararam para a batalha que definiria não apenas o futuro deles, mas também o destino de ambos os mundos.

Era a hora da verdade, e a tempestade rugia, refletindo a batalha interna entre amizade, amor e a luta pela sobrevivência.

Os caçadores estavam chegando, e a maré estava prestes a mudar.

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