Os dias que se seguiram foram um turbilhão de emoções para Layla e Henrique. Com o plano em mente, os dois se encontraram em locais cada vez mais discretos, longe do alcance de qualquer patrulha ou olhares curiosos. A tensão de estar juntos e ao mesmo tempo à sombra da desobediência aumentava a adrenalina em cada encontro, mas também criava uma nuvem de incerteza sobre o futuro deles.
Layla nadava em direção à costa, seu coração acelerado com a expectativa. Apesar da preocupação com a segurança, a ideia de ver Henrique a animava. O sol se punha, tingindo o céu de laranja e rosa, e ela sabia que, ao vê-lo, todas as dúvidas e medos se dissipariam temporariamente.
Quando chegou à praia, avistou Henrique sentado em sua rocha favorita, a expressão pensativa enquanto observava o horizonte. Ele se virou ao ouvir o som das ondas e, ao ver Layla, seu rosto se iluminou.
— Layla! — Ele exclamou, levantando-se e correndo até ela. — Eu estava começando a me preocupar.
Ela sorriu, aliviada. — Eu também, mas consegui escapar.
Os dois se aproximaram, e a conexão instantânea entre eles foi inegável. Henrique a envolveu em um abraço apertado, e Layla sentiu que o calor dele a envolvia, afastando qualquer sombra de dúvida.
— O que faremos hoje? — Ele perguntou, seu tom brincalhão retornando.
— Estava pensando em explorar aquela caverna ao norte. Ouvi que é linda, cheia de cristais que brilham sob a luz do sol.
Henrique assentiu, seu entusiasmo evidente. — Então vamos! Mal posso esperar para ver isso com você.
Os dois partiram juntos, rindo e trocando histórias enquanto caminhavam. Layla sentia que, apesar de todos os problemas, aqueles momentos eram verdadeiramente mágicos. O brilho dos cristais na caverna refletia a luz do sol em mil cores, e ela não podia deixar de se sentir maravilhada.
Dentro da caverna, os dois se sentaram em uma pequena clareira iluminada pelos raios de sol que filtravam através das rochas.
— É tão bonito aqui, — disse Layla, olhando em volta com admiração. — Isso me faz esquecer de tudo lá fora.
Henrique sorriu, observando-a com um olhar que fazia seu coração acelerar. — Você é a razão de eu estar aqui. Sem você, nada disso teria sentido.
Layla sentiu o calor subir às suas bochechas. A conexão que compartilhavam era intensa e verdadeira, mas a sombra da desaprovação da rainha ainda pairava sobre eles. Com um suspiro, ela se virou para Henrique. — Você se lembrou do que discutimos? Precisamos ser cuidadosos.
— Eu sei, — ele respondeu, sua expressão mudando para uma de preocupação. — Mas às vezes sinto que isso está nos afastando. Não posso viver uma vida onde temos que esconder nosso amor.
Layla mordeu o lábio, seu coração pesado. — Eu também não. Mas não posso deixar de pensar nas consequências. Minha mãe está sempre atenta, e se ela descobrir, pode ser muito perigoso para você.
Henrique franziu a testa, a frustração evidente em seu olhar. — E se não estivermos fazendo nada de errado? Você não deveria ter que escolher entre mim e sua família.
Layla sabia que ele tinha razão, mas a realidade era mais complexa. — Eu quero lutar por nós, mas precisamos ser espertos.
A conversa tomou um rumo tenso, e eles permaneceram em silêncio por um momento. Layla sentia que as palavras entre eles se tornavam mais pesadas, e o que deveria ser um momento de alegria agora era uma fonte de conflito.
Henrique se levantou, caminhando em direção à entrada da caverna, perdido em seus pensamentos. Layla o seguiu, seu coração apertando ao ver sua expressão de frustração.
— Henrique, eu não quero que você fique assim. — disse ela, segurando seu braço. — Eu amo você. Isso nunca foi uma questão.
Ele se virou, e seu olhar era intenso, quase triste. — Eu sei que você me ama, Layla. Mas parece que estamos sempre correndo de algo, como se nosso amor fosse uma vergonha.
— Não é vergonha. É cuidado. — Layla respondeu, tentando fazer ele entender. — Eu só quero garantir que você esteja seguro.
Henrique soltou um suspiro profundo. — E se eu não me importar com a segurança, Layla? O que se eu quiser apenas viver esse amor?
Layla ficou em silêncio, a intensidade de suas palavras a atingindo. O desejo de viver plenamente seu amor era algo que ela também compartilhava, mas a ideia de arriscar a segurança de ambos a deixava inquieta.
— Você sabe que eu não posso deixar de me preocupar. — respondeu ela, a voz mais suave. — Essa é a vida que temos. Eu não posso ser quem eu sou sem a sua segurança em primeiro lugar.
Henrique olhou para ela, a determinação se misturando à frustração. — Então, o que faremos? Ficaremos presos aqui, escondidos nas sombras, enquanto o que temos se esvai?
Layla mordeu o lábio, seu coração lutando contra a razão. A pressão estava aumentando, e a ideia de um futuro incerto a deixava desesperada. — Não, não queremos que isso aconteça. Precisamos ser astutos. Podemos nos encontrar em um lugar diferente, longe do castelo e dos olhares curiosos.
Henrique olhou para o chão, a raiva e a tristeza misturadas em seu olhar. — Eu não sei por quanto tempo poderei continuar assim, Layla.
O desespero se apoderou de Layla. A ideia de perder Henrique era insuportável. — Você precisa acreditar em nós. Podemos fazer isso funcionar, só precisamos ser cautelosos.
— E quanto tempo você acha que conseguimos manter isso em segredo? — Ele disse, seu tom desanimado. — Você está certa, não temos muito tempo antes que alguém descubra.
O clima entre eles estava pesado, e Layla sentiu o peso das expectativas sobre seus ombros. A realidade era que o tempo estava se esgotando e, a cada encontro, o risco aumentava.
Finalmente, ela decidiu que era hora de ser honesta. — Henrique, eu não quero que você se machuque por minha causa. Não posso deixar que isso aconteça.
Ele a encarou, a dor em seu olhar fazendo o coração dela apertar. — O que você quer dizer com isso?
— Se isso continuar assim, talvez seja melhor se afastarmos um pouco. — As palavras foram como lâminas afiadas, cortando a conexão que havia entre eles.
Henrique a olhou com incredulidade. — Você está sugerindo que terminemos?
— Não é isso! — Ela exclamou, desesperada para explicar. — Eu só quero garantir que você esteja seguro.
Ele balançou a cabeça, a frustração transparecendo. — Layla, você não pode simplesmente se afastar de mim. O que temos é raro, e você está disposta a jogá-lo fora por causa de medos que podem nunca acontecer?
Layla sentiu as lágrimas escorrerem por seu rosto. — Não quero perder você, mas não posso arriscar sua vida.
A raiva e a tristeza se misturavam entre eles, criando um abismo. O silêncio se instalou, pesado como um manto, e os dois permaneceram em pé, longe um do outro, perdidos em seus próprios pensamentos.
Finalmente, Layla respirou fundo, tentando reunir coragem. — Henrique, eu quero tentar, mas precisamos de tempo.
Ele a olhou, a dor ainda presente em seus olhos, mas havia uma pequena centelha de esperança. — Então, podemos continuar a nos encontrar, mas precisamos ser ainda mais cuidadosos.
Layla assentiu, a determinação retornando. — Sim, eu não quero desistir de nós.
E assim, os dois decidiram que não iriam se afastar, mas fariam o possível para proteger o que tinham. No entanto, Layla não podia ignorar a sensação crescente de que a tempestade estava se aproximando, pronta para desferir um golpe devastador sobre seu amor proibido.
Conforme os dias se passavam, Layla sentia que a pressão aumentava. As patrulhas nos limites do território marinho se tornavam mais frequentes, e a rainha parecia cada vez mais inquieta.
Uma noite, enquanto nadava de volta para casa, Layla avistou um grupo de sereias reunidas perto da superfície. Curiosa, ela se aproximou para ouvir o que estavam dizendo.
— Os humanos estão invadindo nossas águas! — uma sereia exclamou, seu tom alarmado. — Precisamos agir antes que seja tarde demais!
Layla ficou em choque. O medo a invadiu. O que isso significava para Henrique? Ele estava em perigo, e ela sabia que precisava avisá-lo.
Com o coração acelerado, Layla se apressou em direção à praia, determinada a encontrar Henrique e avisá-lo sobre a situação. Quando chegou, viu-o sentado na rocha, olhando para o mar.
— Henrique! — ela gritou, correndo em sua direção. — Precisamos conversar!
Ele se virou, a expressão preocupado
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Atualizado até capítulo 30
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