As semanas se passaram desde o encontro de Layla com Henrique, e a jovem sereia não conseguiu afastá-lo de sua mente. A cada noite, enquanto as estrelas brilhavam sobre o mar, ela se lembrava do rosto dele, do sorriso que iluminou seu semblante ao reconhecê-la e da conexão inexplicável que se formou entre eles. Era um desejo que a consumia e, mesmo sabendo dos perigos que isso representava, Layla se viu cada vez mais atraída pela ideia de se encontrar com ele novamente.
No fundo do oceano, sua mãe, a rainha das sereias, notou a mudança no comportamento da filha. Layla estava mais distante, frequentemente perdida em pensamentos, e seu coração parecia estar em conflito. A rainha decidiu que era hora de confrontá-la. Em um momento de tranquilidade, enquanto Layla observava os corais coloridos e as criaturas marinhas que nadavam ao seu redor, a rainha se aproximou.
— Layla, minha filha, o que está acontecendo com você? — perguntou a rainha, sua voz ressoando como um trovão sob as ondas. — Você não tem mais interesse nas tradições do nosso povo.
Layla hesitou, sabendo que a conversa seria delicada. Ela amava sua mãe e seu reino, mas não podia ignorar os sentimentos que a consumiam. — Mãe, eu... eu conheci alguém — disse finalmente, a voz tremendo.
A rainha franziu o cenho, a preocupação refletida em seus olhos. — Alguém? O que você quer dizer? Você sabe que não pode se envolver com humanos, não é? Eles são perigosos e imprevisíveis.
— Eu sei! — interrompeu Layla, sua frustração transbordando. — Mas ele não é como os outros. Ele se chama Henrique. Ele é... ele é um príncipe. Eu o salvei de se afogar.
A rainha suspirou, a gravidade da situação evidente. — Layla, você não entende as consequências. A vida humana é cheia de riscos, e o amor entre uma sereia e um humano é condenado. Não podemos nos misturar. Isso trará apenas dor.
— Eu não posso evitar o que sinto! — Layla disse, sua voz se elevando. — Desde que o conheci, não consigo parar de pensar nele. Eu quero saber mais, quero estar perto dele!
A rainha a olhou com tristeza. — Você deve esquecer esse amor antes que ele se torne mais forte. A única maneira de proteger você e nosso povo é evitar qualquer contato.
Layla sentiu seu coração apertar. A luta interna era intensa. Ela não queria desobedecer sua mãe, mas a ideia de abrir mão de Henrique era insuportável. — Mãe, eu... — começou, mas a rainha a interrompeu.
— Layla, eu não posso permitir que isso aconteça. Não posso ver você se machucar. — A rainha virou-se, indo embora, deixando Layla sozinha em seus pensamentos. O peso da decisão a pressionava, mas a força de seus sentimentos por Henrique a impelia para a superfície.
Determinada a se encontrar com ele, Layla decidiu que precisava vê-lo novamente. Era um risco, mas sua necessidade de estar perto dele superava o medo das consequências. Naquela noite, quando a lua iluminava o céu com seu brilho prateado, Layla nadou até a praia, seu coração acelerando a cada braçada.
Ao chegar à costa, transformou sua cauda novamente em pernas e vestiu a túnica que havia feito com algas. Caminhou pela areia, sentindo a adrenalina pulsar em suas veias. A praia estava calma, e as ondas sussurravam segredos à medida que ela se aproximava do local onde se encontraram pela primeira vez.
Henrique estava sentado em uma rocha, olhando para o mar, perdido em pensamentos. A visão dele fez o coração de Layla disparar. Ela hesitou, mas a necessidade de vê-lo superou o medo. Com um passo hesitante, ela se aproximou.
— Henrique! — chamou, sua voz suave como o vento.
O príncipe virou-se rapidamente, e seu rosto iluminou-se ao vê-la. — Layla! Você voltou! — Ele se levantou, claramente surpreso e feliz. — Eu pensei que não a veria novamente.
— Eu precisava vir — disse Layla, sua voz tremendo. — Eu não consegui parar de pensar em você.
Henrique sorriu, um sorriso que fez o coração de Layla derreter. — Sente-se comigo. Eu estava pensando em como a vida aqui é tão diferente do que você deve conhecer.
Os dois se sentaram juntos na rocha, e Henrique começou a falar sobre seu dia, as aventuras que teve e os desafios que enfrentou como príncipe. Layla escutou com atenção, fascinada. A maneira como ele falava sobre seu reino, suas responsabilidades e os sonhos que tinha a encantavam.
— Às vezes, sinto que não pertenço a este lugar. As pessoas esperam muito de mim, mas eu só quero ser livre, viver aventuras — confessou Henrique, olhando para o horizonte.
Layla sorriu, entendendo exatamente o que ele sentia. Ela também se sentia presa em sua vida sob as ondas. — Eu sei como é. Às vezes, desejo poder explorar o mundo, conhecer lugares que nunca imaginei.
— Então, por que você não vem comigo? — Henrique perguntou, seu olhar intenso fixo nela. — Você poderia me mostrar seu mundo, e eu poderia lhe mostrar o meu. Seríamos livres juntos.
Layla sentiu um frio na barriga. O que ele estava propondo era impossível. Os riscos eram altos, mas a ideia de estar ao lado dele, vivendo aventuras, a atraía irresistivelmente. — Eu adoraria, mas... — Ela hesitou. — Você não entende o que isso significaria para mim.
— O que você quer dizer? — ele questionou, preocupado.
Layla olhou para o mar, lutando contra a tempestade de emoções dentro de si. Se ela revelasse sua verdadeira identidade, as coisas mudariam para sempre. Mas, ao mesmo tempo, sentia que não podia esconder a verdade para sempre. — Eu sou diferente, Henrique. Eu não sou como você.
— Então, me diga quem você é. Eu quero conhecer você de verdade, Layla. — Henrique estava decidido, seus olhos fixos nos dela com uma intensidade que a fez sentir um calor inexplicável.
Era agora ou nunca. Layla respirou fundo, sua mente correndo a mil por hora. — Eu sou uma sereia. Eu vivo no mar.
Henrique ficou em silêncio por um momento, a revelação pairando no ar entre eles. A incredulidade começou a se formar em seu rosto. — Uma sereia? — ele repetiu, como se estivesse tentando processar a informação.
Layla viu a confusão em seus olhos e apressou-se a explicar. — Eu sei que parece loucura, mas é verdade. Eu sou uma criatura do mar. O que sou não pode ser mudado. — Ela falou com fervor, sua voz se entrecortando.
Henrique piscou algumas vezes, incapaz de formar palavras. Layla sentiu o medo tomando conta dela. E se ele a rejeitasse? E se as histórias que ouvira sobre humanos se revelassem verdadeiras? Mas, ao invés de afastar-se, Henrique deu um passo em direção a ela.
— Isso é... incrível! — exclamou, um sorriso se formando em seus lábios. — Então você realmente pode nadar nas profundezas do mar, entre peixes e corais? Isso é como algo de uma lenda!
— Sim, mas não é seguro. Eu não posso ficar muito tempo na superfície, e não posso ficar perto de humanos como você. — Layla disse, a tristeza pesando em seu coração. — Minha mãe não permitiria.
— Eu não me importo com o que as pessoas pensam. O que importa é o que sinto por você. — Henrique declarou, sua voz cheia de convicção. — Nós poderíamos encontrar uma maneira de fazer isso funcionar.
Layla sentiu um calor tomar conta dela. Mas, ao mesmo tempo, uma parte dela se rebelava contra essa ideia. Sabia que não era tão simples. Os mundos de ambos eram diferentes demais, e havia regras que não poderiam ser quebradas. — Henrique, você não entende os riscos. Se minha mãe souber que estou aqui, posso perder tudo. Minha vida no mar, minha família...
— Mas e nós? — Henrique interrompeu, sua frustração evidente. — Não podemos ignorar o que temos. Eu não posso deixar você ir. Vamos encontrar uma maneira de estar juntos.
A sinceridade em sua voz fez o coração de Layla se acelerar. Ela queria acreditar nele, queria se entregar a esse amor. Mas a realidade estava sempre presente, como as ondas que vinham e iam. — Se você se arrisca, eu também vou me arriscar. Mas precisamos ser cautelosos. — Layla finalmente respondeu, um novo brilho nos olhos.
— Vamos fazer isso juntos — Henrique declarou, seu olhar determinado. — Não importa o que aconteça, estarei ao seu lado.
Enquanto o sol começava a se pôr, tingindo o céu com cores quentes, Layla se sentiu tomada por uma mistura de esperança e medo. Ela sabia que estavam prestes a entrar em um território desconhecido, onde os sentimentos poderiam ser intensos, mas as consequências poderiam ser devastadoras.
Layla e Henrique passaram a se encontrar com frequência ao longo das semanas
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 30
Comments
Ezanira Rodrigues
Serão desafios enormes a setem transpostos.
2025-02-26
0
Mininha
Eu não entendi por que esse livro tem escrito que está finalizado, e a autora continua postando novos capítulos....
2024-10-18
0