Capítulo 12: O Encontro

O brilho da lua iluminava as Cavernas do Coral, criando um cenário mágico para o tão esperado encontro entre humanos e sereias. Layla flutuava entre as rochas, sua excitação crescendo a cada momento. As águas estavam calmas, e a suave música do mar misturava-se com as batidas ansiosas de seu coração.

Henrique e Clara estavam próximos da entrada da caverna, seus rostos iluminados pela luz prateada da lua. Layla sentiu um impulso de nadar até eles, mas, ao mesmo tempo, a expectativa do que estava por vir a mantinha ancorada em seu lugar.

— Eles estão a caminho. — Clara disse, olhando para a praia distante. — Devemos nos preparar.

Layla assentiu, e as sereias que a acompanhavam começaram a se agrupar ao seu redor. Todas estavam lindas, com suas caudas brilhando sob a luz da lua, suas vozes suaves e melodiosas ecoando entre as rochas.

— Lembrem-se, — Layla começou, sua voz firme, — este é um momento importante. Vamos mostrar a eles quem realmente somos. Vamos nos apresentar como amigas, não como monstros.

As sereias assentiram, cada uma delas compreendendo o peso da responsabilidade que tinham sobre seus ombros. Elas estavam prestes a desafiar séculos de desconfiança e medo, e Layla não podia deixar de sentir uma onda de orgulho por estar ao lado delas.

Na praia, os amigos de Clara estavam reunidos, todos com expressões misturadas de ceticismo e curiosidade. Luísa estava no centro do grupo, seu olhar fixo na direção do mar, uma expressão desafiadora em seu rosto.

— Isso é loucura! — Luísa exclamou, cruzando os braços. — Você realmente acredita que essas histórias de sereias são verdadeiras?

Clara respirou fundo, tentando manter a calma. — Não se trata apenas de acreditar em histórias. Trata-se de ver a verdade. Layla é real, e ela merece que a escutemos.

— Se for uma armadilha? — Luísa perguntou, os olhos estreitos. — Você realmente vai arriscar tudo por uma história?

Clara sentiu a frustração aumentar. — Eu não vou arriscar a vida de ninguém! Apenas confie em mim.

— Confiança? Não posso confiar em algo que nunca vi. — Luísa respondeu, sua voz carregada de desdém. — Se eu não ver uma sereia com meus próprios olhos, não vou acreditar.

Antes que Clara pudesse responder, uma onda se ergueu no mar, e as sereias começaram a emergir das águas. O espetáculo foi deslumbrante: as caudas brilhavam sob a luz da lua, refletindo as cores do arco-íris, enquanto as sereias nadavam graciosamente em direção à costa.

Layla sentiu o coração acelerar ao avistar os humanos na praia. As sereias começaram a se posicionar, formando uma linha na água, e Layla se adiantou, determinada a dar o primeiro passo.

— Bem-vindos! — Layla chamou, sua voz clara e melodiosa. O som ecoou na brisa da noite, chamando a atenção de todos. — Nós somos sereias, e viemos até vocês em paz.

Os humanos se entreolharam, a surpresa estampada em seus rostos. Clara se adiantou, acenando para os amigos, enquanto Luísa permanecia em silêncio, visivelmente confusa.

— Layla! — Clara gritou, sua voz cheia de entusiasmo. — Essa é Layla. Ela é uma sereia real!

Os amigos de Clara começaram a murmurar entre si, alguns parecendo incrédulos, outros maravilhados. Luísa observou, mas sua expressão estava sombria, e Layla sabia que precisaria conquistar sua confiança.

Layla respirou fundo e continuou: — Viemos aqui para mostrar a vocês que não somos uma ameaça. Somos seres que sentem, amam e sonham, assim como vocês.

As sereias ao seu redor começaram a cantar, uma melodia suave e hipnotizante que preenchia o ar. Era um canto que falava de amor e amizade, uma demonstração de que as sereias não eram criaturas malignas, mas sim guardiãs do mar.

— O que vocês querem de nós? — um dos amigos de Clara perguntou, sua voz trêmula.

— Queremos apenas que nos conheçam. — Layla respondeu, sua determinação clara. — Queremos construir uma ponte entre nossos mundos.

Luísa permaneceu em silêncio, observando a cena. A imagem de Layla e suas amigas, dançando sob a luz da lua, a fez questionar o que havia aprendido ao longo dos anos. As sereias não eram apenas lendas. Elas eram reais, e estavam ali, diante de seus olhos.

Layla percebeu a hesitação em Luísa e decidiu que era hora de se aproximar. — Você tem medo, não é? — Layla perguntou, sua voz suave. — Eu entendo.

Luísa franziu a testa, desafiadora. — Por que deveríamos acreditar em você? Por que deveríamos confiar que você não está aqui para nos enganar?

— Porque eu sou como você. — Layla respondeu, sua voz cheia de sinceridade. — Eu tenho amigos, sonhos e medos. Não sou diferente de você.

As palavras de Layla pareciam penetrar na armadura de Luísa. As sereias continuaram a cantar, a melodia criando um ambiente acolhedor, mas Luísa ainda estava hesitante.

— O que você quer dizer com isso? — Luísa perguntou, sua voz um pouco mais suave.

— Quero dizer que a verdadeira beleza da vida está em conectar-se com os outros, independentemente de quem eles sejam. Nós, sereias, queremos aprender sobre o seu mundo, assim como você pode aprender sobre o nosso.

Um dos amigos de Clara, chamado Rafael, se aproximou, seus olhos brilhando de curiosidade. — O que você faz aqui no mar?

— Nós protegemos os oceanos, cuidamos de seus habitantes e celebramos a beleza do mundo subaquático. — Layla respondeu, sorrindo. — Temos muito a ensinar, e muito a aprender.

Enquanto Layla falava, o clima começava a mudar. Os humanos pareciam mais receptivos, e a hesitação de Luísa começava a se dissolver sob a luz da lua. Clara olhou para os amigos, esperançosa.

— Vamos ouvir o que elas têm a dizer. — Clara pediu, sua voz cheia de emoção. — Essa é uma oportunidade única.

Os amigos de Clara começaram a se aproximar da água, a curiosidade superando o medo. Luísa ainda estava distante, mas seu olhar estava fixo em Layla, como se estivesse tentando entender o que estava acontecendo.

Layla olhou para Henrique, que estava ao seu lado, sua presença trazendo conforto. Ele sorriu para ela, transmitindo confiança.

— E se nós mostrássemos algo mais? — Henrique sugeriu, um brilho nos olhos. — Um pouco da nossa cultura, quem sabe?

Layla se virou para as outras sereias, seu coração acelerando com a ideia. — Sim! Podemos mostrar a vocês nossas danças e canções, algo que reflete a beleza de nosso mundo.

Com o consentimento das sereias, Layla começou a liderar uma dança suave nas águas, suas amigas se juntando a ela em movimentos fluidos. As caudas brilhantes se moviam como se fossem uma só, e a música do mar se tornava mais intensa, envolvendo os humanos em sua magia.

Os olhos dos humanos estavam fixos nas sereias, fascinados pela beleza do espetáculo. A hesitação e o medo começaram a se dissipar, dando lugar à admiração e à alegria.

Luísa assistiu à cena, seus sentimentos em conflito. A dança era hipnotizante, e a beleza daquelas criaturas a fez questionar tudo o que pensava saber. O medo que antes a dominava começou a ser substituído por uma curiosidade crescente.

Com um movimento hesitante, Luísa se aproximou da água. — Isso é... incrível. — Ela disse, sua voz suave.

Layla parou de dançar e olhou para Luísa, um sorriso se formando em seu rosto. — Venha! Não tenha medo.

Luísa hesitou, mas então deu um passo à frente, a água tocando seus pés. A conexão entre os mundos estava começando a se formar, e Layla sentiu a esperança crescendo dentro dela.

— Nós somos amigas do mar e queremos que vocês sejam nossos amigos também. — Layla disse, estendendo a mão.

Com isso, a magia da noite parecia tomar conta de todos. A música, as danças e as risadas se entrelaçavam, criando um laço que unia duas culturas que, por tanto tempo, permaneceram separadas.

E assim, sob a luz da lua, Layla e suas amigas sereias deram o primeiro passo para um futuro novo e esperançoso, onde a amizade e a compreensão poderiam florescer entre os mundos.

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