Capítulo 6: Tempestade de Desafios

O clima de euforia que envolvia Layla e Henrique durante os encontros secretos começou a criar uma bolha de felicidade em torno deles. No entanto, a vida no reino seguia seu curso, e as responsabilidades e expectativas de ambos não poderiam ser ignoradas para sempre.

Layla estava ciente de que, a cada dia, sua mãe se tornava mais preocupada com seu comportamento. A rainha dos mares sentia que sua filha estava se distanciando, e o instinto materno a alertava para que algo estava errado.

Uma manhã, enquanto Layla nadava entre os corais coloridos, absorvendo a beleza do mundo marinho, foi surpreendida pela presença de sua mãe, que apareceu repentinamente entre as algas. A rainha, com sua cauda reluzente e sua presença majestosa, emanava um ar de autoridade que Layla não conseguia ignorar.

— Layla, — começou a rainha, sua voz serena, mas firme. — Precisamos conversar.

Layla parou, o coração acelerado. — Mãe, o que houve?

— Tenho percebido que você não tem estado presente ultimamente. Você se afastou de suas responsabilidades e de seus amigos. — A rainha a observava com preocupação, seus olhos penetrantes buscando a verdade.

— Eu estou bem, mãe. Só estou... — Layla hesitou, sabendo que qualquer palavra poderia levantar suspeitas. — Apenas explorando o oceano.

A rainha arqueou uma sobrancelha, não convencida. — Você sabe que o nosso povo precisa de você. E há rumores de que os humanos estão se aproximando de nosso território. Isso não é um bom momento para distrações.

Layla sentiu um frio na espinha. Os rumores sobre os humanos sempre foram uma fonte de tensão entre as sereias, especialmente em tempos de incerteza. — Eu sei, mãe, mas...

— Não! — interrompeu a rainha, sua voz elevada. — O que você sabe não é suficiente. Precisamos ser cautelosos. Não podemos nos permitir arriscar nossa segurança por causa de um capricho.

Layla sentiu um aperto no coração. A sensação de ser desconsiderada apenas aumentava seu desejo de lutar por Henrique. — Mãe, não é apenas um capricho! Eu conheci alguém. Alguém especial.

A rainha olhou para sua filha, a expressão mudando de preocupação para choque. — Alguém? Quem é?

— Ele é... — Layla hesitou, lembrando-se das advertências de sua mãe sobre os humanos. — Ele é humano, mãe.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. A rainha respirou fundo, o olhar de desaprovação se transformando em um semblante de tristeza. — Layla, você não pode se envolver com um humano. Isso é contra nossas leis. E mais importante, é perigoso.

— Eu sei, mas ele é diferente! — Layla implorou, a emoção tomando conta dela. — Ele não é como os outros. Ele se importa comigo. Ele me entende.

— Não importa! — A rainha exclamou, a voz agora elevada e cheia de autoridade. — Você está colocando toda a nossa espécie em risco por causa de um romance.

Layla estava em conflito. Sabia que sua mãe tinha razão em muitos aspectos, mas não conseguia ignorar o que sentia por Henrique. — Mãe, eu não quero desistir dele.

— Você não tem escolha! — A rainha a encarou com um olhar de determinação. — Se você continuar a se encontrar com ele, terá que arcar com as consequências. Você sabe o que isso significa.

As palavras da rainha atingiram Layla como uma onda forte. Ela não sabia se estava mais assustada com as ameaças ou com a ideia de perder Henrique. — O que você vai fazer?

— Eu vou reforçar as patrulhas nas áreas mais próximas à superfície. Se os humanos se aproximarem demais, não hesitaremos em nos protegê.

Layla sentiu o coração apertar. Sua mãe estava decidida, e a perspectiva de Henrique em perigo a aterrorizava. — Mãe, por favor! Ele não é uma ameaça.

— Ele é um humano! — A rainha insistiu, a frustração evidente em sua voz. — Não posso permitir que você continue se envolvendo com ele. Se isso não parar, não posso garantir sua segurança, nem a do nosso povo.

Layla sentiu-se completamente perdida. A raiva e a tristeza se misturavam dentro dela. Ela amava Henrique, mas sabia que, se não parasse de se encontrar com ele, estaria arriscando a segurança de ambos. Com lágrimas nos olhos, respondeu: — Então você me força a escolher entre você e o que sinto por ele.

— Isso não é sobre escolhas, Layla. É sobre proteger nosso lar.

Com essas palavras, Layla sentiu que o mundo que havia construído com Henrique estava desmoronando. Sabia que precisava tomar uma decisão, mas o medo de perder seu amor a consumia. Ela se despediu da mãe, a mente tumultuada enquanto nadava para longe.

As horas seguintes foram um borrão. Layla nadou sem rumo, os corais e as criaturas ao seu redor se misturando em um emaranhado de pensamentos confusos. As conversas que teve com Henrique, as promessas de um futuro juntos e a alegria de seus momentos se tornaram sombras do que poderia ser.

Quando finalmente chegou à praia onde se encontraria com Henrique, ela estava consumida pela indecisão. O coração batia em seu peito como se estivesse prestes a explodir. O amor que sentia por ele era intenso, mas agora havia uma sombra de dúvida pairando sobre eles.

Henrique a viu se aproximar, e o sorriso em seu rosto rapidamente se desfez ao notar a expressão preocupada dela. — Layla, o que aconteceu? Você está pálida.

Layla respirou fundo, tentando reunir coragem para contar a verdade. — Henrique, precisamos conversar.

— O que houve? — Ele perguntou, a preocupação evidente em seus olhos.

— Minha mãe descobriu sobre nós. — A confissão saiu como um sussurro, mas o impacto foi devastador.

Henrique olhou para ela, os olhos se estreitando. — E o que ela disse?

Layla hesitou, sabendo que a resposta poderia mudar tudo entre eles. — Ela está furiosa. E se você continuar se encontrando comigo, pode haver consequências sérias.

O rosto de Henrique se contorceu de dor. — Você quer dizer que ela vai tentar nos separar?

— Sim. Ela não aceita que eu esteja com um humano. Ela disse que se continuar me encontrando com você, não posso garantir a sua segurança nem a minha.

Henrique ficou em silêncio, a intensidade da situação o atingindo como uma onda violenta. Ele olhou para o mar, o reflexo da lua agora coberto por nuvens escuras. — E o que você quer fazer?

Layla sentiu lágrimas escorrem pelo rosto. — Eu não sei, Henrique. Eu não quero perder você, mas também não posso arriscar sua segurança.

Henrique caminhou em direção a ela, tomando suas mãos. — Layla, não posso simplesmente desistir. O que estamos construindo é real. Não posso imaginar minha vida sem você.

— Mas minha mãe não vai desistir facilmente. E se ela descobrir que você está me procurando?

— Eu não posso me esconder. Não posso viver com medo. — Henrique disse, sua voz firme. — Se precisarmos ser cautelosos, então seremos, mas não podemos deixar que isso nos impeça de lutar pelo que temos.

Layla olhou nos olhos dele, sentindo a força de suas palavras. Era verdade que o amor deles era especial, mas as circunstâncias eram tão complicadas. Ela queria lutar por ele, mas a ideia de colocar Henrique em perigo a aterrorizava.

— Então, o que fazemos agora? — Ela perguntou, buscando uma solução.

Henrique a puxou para mais perto, olhando-a nos olhos. — Vamos ter que ser mais inteligentes. Precisamos ser estratégicos. Se mantivermos nossos encontros em segredo e tivermos um plano, talvez possamos evitar qualquer problema.

Layla assentiu, a determinação crescendo dentro dela. — Você está certo. Não posso deixar que minha mãe decida por mim.

Os dois passaram o resto da noite discutindo como poderiam evitar a detecção. Layla contou a Henrique sobre as patrulhas que sua mãe havia mencionado, e juntos traçaram um plano para se encontrarem em locais mais seguros e menos propensos a serem vistos.

Quando o sol começou a nascer, Layla sentiu que tinha tomado uma decisão. Estava disposta a lutar por seu amor, independentemente das consequências. A cada palavra trocada, a esperança crescia entre eles.

Entretanto, a sombra da incerteza ainda pairava sobre eles. Layla sabia que enfrentar a rainha e as tradições de sua espécie não seria fácil, mas estava disposta a lutar pelo que acreditava. Henrique e Layla estavam determinados a navegar as águas turbulentas que se aproximavam, desafiando as marés e o destino que os esperava.

Naquele dia, Layla e Henrique juraram um ao outro que não desistiriam, independentemente do que o futuro reservasse. E assim, enquanto o sol surgia no horizonte, a promessa de um amor proibido começava a brilhar mais intensamente, refletindo uma determinação que os guiaria em

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