Capítulo 10: Revelações e Conflitos

A luz do amanhecer começou a iluminar o horizonte, trazendo consigo uma nova esperança e um novo dia. Layla e Henrique haviam passado a noite em vigília, sentados na entrada da caverna, discutindo o futuro e o que a presença de Clara significava para os dois mundos.

Layla observava o mar refletindo as cores suaves do céu, sua mente em turbilhão. Ela sabia que o equilíbrio entre sereias e humanos era uma questão delicada, mas a ideia de coexistência a intrigava.

— Você ainda está pensando em Clara? — Henrique perguntou, quebrando o silêncio que pairava entre eles.

Layla se virou para ele, vendo a preocupação em seus olhos. — Sim, estou. Ela parece genuína, e parece realmente disposta a manter nossa presença em segredo.

— Eu espero que sim. — Henrique disse, seu tom sério. — Mas não podemos confiar completamente. Os humanos podem ser imprevisíveis.

Layla concordou, mas não conseguiu afastar a esperança que começava a brotar em seu coração. — E se Clara for a chave para um entendimento maior? Se conseguirmos formar laços com os humanos de uma maneira que nunca foi feita antes?

— Isso é um grande "se". — Henrique respondeu, levantando uma sobrancelha. — Você realmente acha que eles estariam dispostos a ouvir?

— Eu quero acreditar que sim. — Layla respondeu, a determinação na voz. — O mundo está mudando, e talvez seja hora de as sereias também se adaptarem.

Henrique a olhou por um momento, a tensão entre eles se dissipando ligeiramente. — Eu admiro sua coragem, Layla. Mas precisamos ser cautelosos. O que acontece se outros humanos descobrirem sobre você?

Layla balançou a cabeça, a preocupação crescendo. — Eu sei. Precisamos pensar em um plano. Vamos nos encontrar com Clara novamente, e talvez possamos descobrir mais sobre o que seus amigos pretendem.

Enquanto Layla falava, um sentimento de urgência a invadiu. O tempo estava passando, e a possibilidade de um encontro entre os dois mundos pairava no ar, como uma tempestade prestes a eclodir.

Clara estava de volta à praia, longe de seus amigos, seus pensamentos girando em torno de Layla e Henrique. O que ela havia encontrado na caverna era mágico, mas também alarmante. As sereias eram reais, e agora que ela conhecia Layla, sentia a responsabilidade de proteger esse segredo.

— O que você está fazendo aqui? — uma voz interrompeu seus pensamentos. Era uma de suas amigas, Luísa, que a observava com um olhar curioso.

Clara hesitou, não sabendo se deveria contar a verdade. — Eu... estava apenas pensando.

— Pensando no que? Você ficou estranha desde que chegou aqui. O que aconteceu com você na água?

Clara decidiu que precisava ser honesta, pelo menos em parte. — Eu conheci uma sereia.

Os olhos de Luísa se arregalaram. — O que? Você está brincando, certo?

Clara balançou a cabeça, a emoção transbordando em sua voz. — Não, eu realmente conheci uma sereia. Ela é linda e muito gentil, mas também me disse que devemos ter cuidado.

— O que você quer dizer com “cuidado”? — Luísa perguntou, intrigada. — Sereias não são apenas lendas?

— Elas são reais, Luísa. E Layla, a sereia que conheci, me falou sobre os perigos que os humanos representam para elas. Se continuarmos a explorar suas águas, podemos causar um grande problema.

Luísa ficou em silêncio por um momento, processando a informação. — Mas o que você pretende fazer com isso?

Clara respirou fundo, sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros. — Eu não sei. Mas quero proteger Layla e sua espécie. Não quero que a curiosidade do nosso grupo coloque a vida dela em risco.

— Você está louca! — Luísa exclamou, o olhar de desdém claro em seu rosto. — Não podemos deixar que uma história de sereia nos impeça de nos divertir.

— Não é só uma história! — Clara respondeu, sua voz elevada. — É uma vida. E Layla merece nossa proteção.

Luísa cruzou os braços, a expressão de incredulidade. — Você não pode querer se meter nessa. As sereias são perigosas. E se a rainha delas descobrir que você está se envolvendo com uma?

Clara sentiu um frio na espinha ao pensar na rainha das sereias. — Eu não quero que nada aconteça a Layla. Ela é diferente, e se continuarmos a invadir suas águas, tudo pode piorar.

— Não me faça rir! Você acredita que uma sereia vai querer ser amiga de uma humana?

Clara olhou para Luísa, a frustração crescendo. — Não se trata de amizade. Trata-se de respeito. Layla merece nosso respeito.

Luísa revirou os olhos. — Faça o que quiser, mas eu não vou ficar aqui ouvindo suas fantasias. E se você não se juntar a nós, vou contar a todos sobre sua “sereia”.

O coração de Clara afundou ao ouvir as palavras de Luísa. Ela sabia que precisava ser cuidadosa. Se seus amigos descobrissem a verdade, a situação poderia se tornar perigosa para Layla e Henrique.

— Não faça isso, Luísa. — Clara suplicou, a voz tremendo. — Você não entende o que está em jogo.

— Então me diga o que está em jogo! — Luísa desafiou, olhando fixamente para Clara. — O que há de tão especial nessa sereia?

Clara hesitou, as palavras se formando em sua mente, mas hesitou em pronunciá-las. — Ela é diferente. Ela tem um coração bom.

— Certo, se você diz. — Luísa respondeu, sua desconfiança evidente. — Mas se você estiver errada, será a última a saber.

De volta à caverna, Layla e Henrique preparavam-se para o próximo encontro com Clara. Layla sentia um misto de ansiedade e esperança. Poderiam realmente encontrar uma maneira de coexistir? E se Clara não fosse a única a saber sobre as sereias?

— Está tudo pronto? — Henrique perguntou, sua expressão séria enquanto arrumava algumas conchas e pedras que haviam coletado para usar como proteção.

— Sim, mas não sei o que esperar de Clara e seus amigos. — Layla respondeu, sentindo a pressão crescente. — Eles podem não ser tão receptivos quanto esperamos.

— Precisamos nos lembrar de que não podemos forçar ninguém a acreditar. — Henrique disse, sua voz calma. — Mas se conseguirmos um diálogo, talvez haja uma chance.

Layla assentiu, sentindo a esperança florescer em seu coração. — Sim, e se Clara puder convencer seus amigos a nos ouvir, talvez possamos começar a construir algo novo.

Enquanto aguardavam, Layla não pôde deixar de pensar sobre os riscos que estavam assumindo. Cada escolha que faziam poderia afetar não apenas suas vidas, mas também a de todas as sereias.

O som de passos na areia os trouxe de volta à realidade. Clara apareceu, com uma expressão preocupada em seu rosto.

— Clara! — Layla a saudou, aliviada ao vê-la. — O que aconteceu?

— Eu não sei como dizer isso, — Clara começou, a voz tensa. — Luísa não acredita em você, e agora está decidida a contar a todos sobre a sereia que conheceu.

O coração de Layla disparou, e ela se virou para Henrique, que também parecia alarmado. — Isso não pode acontecer! Precisamos impedi-la.

— Eu tentei, — Clara disse, a frustração evidente. — Mas ela não está disposta a ouvir.

— O que vamos fazer? — Layla perguntou, a ansiedade crescendo.

— Precisamos encontrar uma maneira de mostrar a verdade a eles, — Henrique sugeriu, seu tom firme. — Se Luísa conseguir fazer os outros acreditarem que as sereias são apenas lendas, então estaremos em perigo.

— Mas como podemos fazer isso? — Layla questionou, preocupada. — Se nos revelarmos, pode ser um desastre.

Clara pensou por um momento. — E se fizermos um encontro entre humanos e sereias? Um lugar seguro onde possamos mostrar que somos amigos?

Henrique e Layla trocaram olhares, a ideia começando a tomar forma. — Isso pode funcionar. — Henrique disse, seu olhar intenso. — Mas precisaremos da ajuda de Clara para reunir as pessoas.

— Eu vou tentar, — Clara prometeu, a determinação em seus olhos. — Não posso deixar que Luísa estrague tudo.

Layla sorriu, sentindo uma onda de esperança. — Juntos, podemos encontrar uma maneira de criar um entendimento.

Mas ao mesmo tempo, a sombra do risco pairava sobre eles. O que aconteceria se tudo desse errado? Se a rainha das sereias ficasse sabendo?

Layla respirou fundo, consciente de que estavam prestes a entrar em um caminho desconhecido. Mas, com Henrique ao seu lado e Clara disposta a ajudar, sentia que havia uma chance real de mudar o curso de suas histórias.

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