Dia de festa.

Hoje sábado teremos a festa aqui, a Sra. Lopez marcou salão e compras, eu me sinto constrangida de receber coisas dela, mas ela realmente me trata como uma filha e o Sr. Carlo disse que poderia receber o que ela quisesse me dar, que esse contato comigo estava tratando as dores dela do passado.

Está animada meu bem? — perguntou ela.

Sim, nunca fui no salão, não sei ao certo — respondi.

  A nossa casa está sendo arrumada e daqui vamos direto no horário da comemoração, agora vamos aproveitar, sabe? Queria muito ver você cacheada, vamos fazer? — questionou e assenti, chegamos no salão e quando Julio abriu a porta para mim vi como o lugar era luxuoso e olhando para minhas roupas percebi como aquilo não era para mim.

Alfredo querido, boa tarde meu amor — falou ela para o homem que nos recebeu na porta.

Boa tarde meu amor, até que enfim voltou a ativa né, a festa de hoje está sendo considerada a mais esperada dos últimos tempos, todas querem um pedaço do delicioso Carlo Lopez — ele falou e ela riu.

Sim, agora que aquele maldito queima no fogo do inferno eu sou uma nova pessoa, e só vou ter paz quando minha nora for formalmente apresentada a sociedade — falou e ele me olhou.

É ela? — questionou ele.

Não, não sei, eu adoraria, mas parece que ela e o Carlo se odeiam — respondeu ela achando graça.

Entendi, amor e ódio, ai que legal, vamos lá que arrumar essa preciosidade vai ser a maior honra da minha vida — falou ele e fiquei aliviada, sei lá, mas saber que ela não se importaria em ter alguém como eu na sua vida como nora ascendeu um pico de esperança em mim.

Alfredo, vamos tentar cachos, ela vai ficar linda e já pedi que trouxessem os vestidos para fazermos a prova aqui — falou ela e achei inacreditável o poder que eles têm, fecham um dos maiores salões da cidade, trazem as roupas no lugar que querem, organizam festas imensas em uma semana, que luxo tudo isso.

Menina, você é uma verdadeira preciosidade, olha isso — falou ele me virando no espelho, eu não acreditei, ficou tão natural aquele cabelo que diria que nasci assim.

Meu Deus June, ficou incrível, acho que hoje não é só uma festa, é um divisor de águas, olha essa maquiagem, esse cabelo, minha filha você está divina — falou ela e fiquei envergonhada, mas me olhando no espelho realmente me senti linda.

Carlo...

 Hoje é a festa aqui na mansão e minha mãe saiu levando June junto, depois do nosso encontro no quarto evitei o contato, eu não quero me casar com ela, mas uma noite eu preciso ter, está praticamente impossível estar ao lado dela sem poder sentir seu gosto, nem na boate não estou indo, tentei algumas vezes, mas é oficial, não consigo mais pensar em outra pessoa.

Tudo certo aqui? — perguntei ao soldado.

Tudo sim, os convidados chegarão as 20, Julio levou sua mãe e a senhorita June ao salão e elas avisaram que já estão a caminho — falou ele.

__ Vou me preparar, receba os convidados e mantenha a segurança impecável — falei e subi, já passavam das 19 horas e enfrentaria isso somente para ver minha mãe feliz.

Pouco tempo depois o soldado me avisou que a casa já estava cheia, aqui de cima avistei minha sala cheia, meninas da máfia que querem virar esposas, pais que querem virar sogros, meninas obrigadas ou não, meninas que ficam até com soldados, mas os pais acham que são puras, fora os homens, que vem a essas festas procurando esposas, procurando sexo e muitas vezes encontram, mas nada ali me interessa, de longe avisto minha mãe e quando ela avisa com a música que estava começando desço a escada já sendo cercado por muitos pais.

Meu capo que alegria — falou um deles — trouxe minhas filhas para te conhecer, meninas direitas e da máfia, de família como tem que ser — finalizou.

Não respondi, apenas peguei um copo de bebida e comecei a circular, alguns aliados vieram até mim e falávamos de assuntos da máfia quando eles começaram a olhar para trás de mim:

Meu Deus, quem é aquela delicia — falou um e bufei.

Essa eu não conheço, mas com certeza vale uma excelente noite de sexo — falou o outro e foi impossível não virar procurando a dona de tamanha beleza que arrancou suspiros dos meus homens.

Caralho — foi a única coisa que disse antes de ir até ela, June estava deslumbrante e me deixou alucinado com aquele vestido preto justo com uma leve transparência na barriga.

June, está linda — falei e ela sorriu envergonhada.

Sua mãe insistiu que deveria ficar, mas não vou envergonhar ninguém, não se preocupe — falou e neguei.

Envergonhar? Você é a beleza da festa, já tem vários homens mostrando interesse — falei e ela respondeu:

É mulheres também pelo que notei.

__ Carlo, me apresenta essa joia — falou Eduardo se aproximando e logo o Dr apareceu também, enquanto estive perto ele manteve distância, mas bastou que eu me afastasse para que ele se aproximasse me deixando puto.

Filho, pode vir comigo, é urgente — falou minha mãe e me afastei.

Esses senhores têm boas famílias e querem oficializar casamentos, você não tira os olhos da June, mas se não pretende casar com ela a deixe curtir a noite e conhecer pessoas — falou minha mãe, acho que já perceberam meu interesse nela, mesmo que eu negue ou tente esconder.

Mãe, eu te avisei, me deixe curtir a noite em paz, não vou assumir casamento com ninguém hoje, então tire isso da sua cabeça, e June é inocente demais, tenho medo que a machuquem — falei e ela negou, quando voltei a me aproximar da festa percebi que não fora só ela quem percebera meu interesse, não encontrei June e nem algumas meninas, meu coração me fez perceber que algo estava errado e assim que fui procurá-la encontrei ela amarrada no banheiro.

June, quem fez isso? — perguntei soltando suas mãos, ela estava apavorada e assustada, provavelmente souberam que ela era a enfermeira e julgaram que não teriam consequências em fazer isso, mas vão ver que não se mexe com ninguém dentro da minha casa.

Estou bem, eu quero ir embora, me deixe ir — falou chorando e minha mãe chamou Eduardo e Julio até ali.

Quero todos os convidados desarmados e sentados, cada pessoa que está aqui essa noite, ninguém tocará nela e sairá impune — dei a ordem e peguei ela no colo saindo para subir e deixá-la no seu quarto.

Não me deixe aqui, elas vão voltar — falou amedrontada e me perguntei o que a fizeram para que ficasse assim.

Está tudo bem, não se preocupe que ninguém vai te fazer mal, e quem fez vai morrer, isso não vai ficar assim, mas fica calma que ficarei aqui com você — falei e ela ficou deitada chorando.

__ Vai lá filho, faça justiça, eu cuido dela — falou minha mãe percebendo que ela dormia, beijei sua testa sem pensar em mais nada e fui fazer o que meu coração mandava.

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