Somos irmãos

Foi a porra de uma revelação louca, foi dificil imaginar o que apesar do intenso amor que tínhamos nós não eramos irmãos, June assumiu seu posto e a outra menina poderia voltar só a noite então June ficou o dia todo com ela, é bom que diante dessa situação ela apoia minha mãe que ficou abalada demais.

Hoje Alice chegou e assim que nos viu com sua mãe ficou aliviada, Laura e os outros deram licença para que Suzan conversasse com as duas, já era tarde e todos tinham jantado, os familiares da minha cunhada iriam embora e quando a enfermeira levou minha mãe para o quarto envergonhada com toda a situação e a outra assumiu, eu prestava atenção no assunto do meu irmão, mas no momento que June cruzou meu campo de visão em direção à cozinha sem o uniforme percebi que pretendia ficar de pé e pronto, minha mente não me deixou ter concentração alguma mais.

Fiquei esperando que ela voltasse para subir e dormir, mas como não aconteceu fui até a cozinha, não a vi ali, mas com a porta aberta vi que ela estava sentada no jardim e Julio ao seu lado, ele está claramente interessado nela e a tonta não percebe, vou resolver isso antes que ele acabe seduzindo essa menina.

Soldado, não quero que se aproxime dela — falei a puxando pelo braço e a pondo atrás de mim.

Sinto muito senhor, eu não iria a desrespeitar, gosto da companhia e só isso — falou ele e ela pediu que a soltasse.

Me solta, você não tem esse direito — falou choramingando e a soltei, ela saiu correndo e ele esperou minha ordem para sair.

Não o quero perto dela, a menina é direita e não tem permissão de namorar aqui dentro, se afaste para não morrer — falei mais uma vez em alto e bom-tom e saí, eu iria atrás dela e a faria entender que ela não pode namorar.

 Na sala estavam apenas meu irmão e Alice então fui direto ao segundo andar, encontro ela falando com Laura e assim que me vê minha cunhada se afasta, vou até ele e digo que venha até meu quarto imediatamente ela assentiu e vou direto resolver e aplacar esse sentimento dentro de mim.

Entrei no quarto e ela estava de pé, parada com a cabeça baixa.

Escute menina, você não pode namorar ninguém, não pode se envolver com homem algum, não foi para isso que você foi contratada — falei sério e alto, percebi que ela deu um passo para trás, dessa vez a sensação de que ela tinha medo de mim me assustou, eu não queria isso e tentei me acalmar.

Me desculpe, eu faço o meu trabalho, não interfere em nada se eu conversar ou não com alguém, sei das minhas obrigações e estou no meu horário de folga, me desculpe senhor e pode me demitir por isso, mas não pode mandar em mim — ela disse e fiquei furioso, quando a infeliz se virou para sair tive um surto e a joguei na cama.

O que é isso seu louco, me solta eu vou gritar — ela ameaçou gritar, mas tapei sua boca com a mão e a encarei mais uma vez inebriado pelo seu cheiro.

Escute aqui garota, você fará o que eu mandar — me perdi encarando seus olhos amedrontados e seu perfume invadiu a minha narina me imaginando beijando aquela boca e fazendo-a minha.

  A soltei e me afastei, assustado pela intensidade que meu corpo a desejava, e ela se levantou assustada pelo baque e disse:

Eu quero ir embora — enxugou uma lágrima e me senti mal por isso — se precisar devolvo o restante do valor — finalizou e aguardou minha ordem.

Não vou te liberar, somente com a minha mãe 100% recuperada e a outra enfermeira pediu para sair, minha mãe está acostumada com você — menti que a outra menina sairia porque não podia ficar assim, deixá-la ir, mas por quê? Ego? Não sei ao certo, mas não posso deixá-la ir.

Posso ir? — perguntou e assenti, abri a porta e a vi ir para o último andar, seu quarto era ali ao lado da minha mãe, onde será que ela iria?

Carlo? — chamou Suzan e abri a porta.

O que aconteceu com a enfermeira? Ela foi até a Laura pedindo para ir embora, o que aconteceu? — questionou meu irmão e fiquei furioso.

Ela não vai, por favor, não se envolva nisso — fui categórico e ele ergueu as mãos em sinal de rendição e sorriu.

Tira esse sorriso debochado do rosto, é só pela nossa mãe — falei e ele logo ficou sério.

Eu não tenho mãe, Margot é a minha mãe, Sr.ᵃ Lopez nunca me amou, pouco me auxiliou nos momentos que precisei, foi para isso que vim aqui, estou voltando para a Itália hoje ainda — falou, eu não entendia como ele perdoava a mulher que matou seu filho com um abortivo mesmo que obrigada e não perdoava a nossa mãe, mas tentava pelo menos não medir uma dor que eu não sentia.

Tudo bem irmão, nos veremos quem sabe logo né — falei e ele me abraçou, fui com ele até a sala onde ja tinham as malas da Laura e algumas coisas da Margot e Alice, vi que June veio até Laura que balançou a cabeça em negativa e me senti aliviado, que caralho estou fazendo? June me olhou com raiva e subiu novamente, que subiu a outra enfermeira desceu e a avisei que estava dispensada, ela não entendeu nada, mas foi embora e subi ao quarto para avisar minha mãe.

Mãe como se sente? — perguntei e June baixou a cabeça.

Bem filho, fui até a sala já, caminhei, estou comendo e me sentindo forte, aliviada pelo fim do seu pai e com a companhia dessa moça querida logo estarei 100%, acho inclusive que logo poderei voltar as minhas obrigações e recuperar muito do tempo perdido, pena que Suzan não me perdoou — falou minha mãe.

Dê o tempo que ele precisa, de recuperar o que passou com a Margot, de digerir tudo, ele está magoado, mas isso passa — falei e avisei que ia sair, ela assentiu e chamei June ao corredor mais uma vez, ela relutou, mas usando um tom de voz firme logo veio.

__ Me desculpe por mais cedo, falei ao seu pai que você viria trabalhar, me sinto responsável por qualquer coisa que acontecer — falei e ela só acenou com a cabeça, pediu licença e voltou para o quarto mais fria o possível

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