Que tipo de pessoa ele é

  Acabei não conseguindo dormir e fiquei no meu quarto, Sr.ᵃ Laura me disse que poderia comer o que quisesse na casa e em determinado momento tive fome, era o nervoso da situação que me dominava e me fazia querer comer igual um elefante.

  Ai que droga, estou com fome, acho que esse horário estão todos dormindo — com o patrão fora de casa e as empregadas dormindo eu achava isso, mas me arrependi de ter descido a escada.

  Ouço um barulho alto vindo do escritório, eram gemidos? Estava na ponta da escada quando a porta do escritório se abre, ali dentro estavam ele e uma empregada? Não é difícil imaginar o que estavam fazendo e senti minhas bochechas queimarem de vergonha, abaixei a minha cabeça e fui em direção à cozinha como se não tivesse acontecido nada, logo a menina passou atrás de mim e não pude deixar de reparar no sorriso de orelha a orelha que ela carregava.

 Fiquei um pouco na cozinha esperando o tempo de não ter mais ninguém ali e como estava de hobby fiquei envergonhada e passei mais ou menos 40 minutos ali sentada no balcão da cozinha.

Está tarde, preciso dormir, preciso subir — falei sozinha e sai da cozinha, eu parecia a pessoa que tinha sido flagrada e não a enfermeira que não fez nada, vejo que a sala está escura e parece estar vazia, foi impossível não respirar aliviada, mas a sensação durou pouco, quando escutei aquela voz grossa meu coração quase saiu pela boca.

O que faz acordada Senhorita June? — questionou ele me fazendo levar um susto.

Ai meu Deus, que susto — respondi com o peito pulando e o coração acelerado, olhei para a escuridão e ele saiu da poltrona vindo lentamente até mim, quando se aproximou pude sentir o cheiro forte de álcool que ele tinha, com certeza está embriagado.

Vim comer alguma coisa, estava aguardando você subir para poder ir, não queria atrapalhar nada — falei sentindo minhas pernas bambas pela proximidade, ele parecendo sentir minha tensão soltou um pequeno sorriso de lado que me fez molhar a calcinha na hora.

Está com medo de mim mocinha? — perguntou ele e só então percebi que estava colada na parede com ele na minha frente.

Não, só não quero acabar como uma presa sua, não é difícil imaginar o que estava fazendo ali com a moça e isso me faz perceber o que nós mulheres somos para você — falei tentando me desvencilhar dele que fez uma pequena pressão sobre mim me deixando maluca, eu não tinha sentido isso com homem nenhum, nunca tive tempo nem para pensar nessas coisas e agora parece que ele dominou totalmente a minha cabeça.

Você não deveria usar essas roupas, acho que teria alguns soldados para matar se te vissem assim — falou ele deslizando o dedo pela costura do meu hobby indo até a minha mão.

Estou com roupa de dormir e fiz errado, me desculpe, me deixe subir, não sei qual é o tipo de pessoa que você leva para os cantos, mas eu não sou assim — falei e abaixei para sair daquela situação e subi as escadas correndo, mas na tentativa de sair daquela situação acabei virando meu pé e caindo, ele logo veio correndo até mim e disse:

Porque você correu? Acha que sou o quê? Eu não machuco mulheres, machucou seu tornozelo, está inchado, vem, vou te levar até seu quarto e chamar um médico — falou me pegando no colo e me senti uma boba por correr, afinal porque foi que eu corri?

Carlo...

  Quando percebi que a imagem da June não saia da minha mente acabei fazendo uma besteira, fodi com a empregada dentro do escritório, e me arrependi na hora, mandei que ela saísse do escritório e fui em direção à sala, mas para minha completa perdição June estava na beira da escada parada, ela foi em direção à cozinha e Clara a empregada foi na mesma direção, June usava um hobby branco que cobria só metade da coxa deixando a minha imaginação correr solta, sentei-me na poltrona e esperei que ela voltasse, no momento que passou parecendo procurar por alguém para que pudesse subir rápido, quando a surpreendi vi que estava tensa com nossa proximidade, seu cheiro e seu olhar fixado ao meu estavam fazendo meu coração disparar, estava prestes a fazer uma loucura quando ela se desvencilhou e saiu correndo, na escada a cena que desenrolou me deixou tenso, ela tropeçou e caiu machucando seu tornozelo e pé.

Porque você correu? Acha que sou o quê? Eu não machuco mulheres, machucou seu tornozelo, está inchado, vem, vou te levar até seu quarto e chamar um médico — falei a pegando no colo, fui até o quarto e a pus na cama, peguei o telefone e pedi que um médico viesse ali.

Precisa trocar essa roupa, não quero que algum homem te veja usando esse hobby — falei e tirei minha camisa a entregando.

Coloque, ela é larga e vai cobrir seu corpo — falei e ela negou.

Não quero sua roupa, estou de Hobby e estou coberta, pode me deixar, não quero dar trabalho — falou chorosa e ajoelhei na frente da cama aproximando meu rosto do dela.

__ Desculpe se te passei essa imagem, não sou esse tipo de homem e sinceramente você tem tomado demais a minha mente, mas não ultrapassarei nenhum limite seu, amanhã se estiver bem eu te libero para ir para a sua casa ficar com a sua família, passar o dia descansando — falei e ela ainda chorosa assentiu.

 Logo bateram na porta e o médico entrou, assim que a viu na cama sorriu de um jeito diferente.

Boa noite Dr, essa é June a enfermeira da minha mãe, caiu na escada e está com o tornozelo muito inchado — falei incomodado pelo jeito que ele a olhava.

Boa noite querida, vou cuidar de você — ele falou e me imaginei estourando seus miolos,mas segurei a onda.

Ele começou a examinar e com uma máquina portátil viu que não tinha osso quebrado, a forma como ele passava os dedos no tornozelo dela e subia até seu joelho me incomodou muito e mesmo sem querer me manifestar eu o fiz.

Então? — falei e ele pareceu cair em si, levantou e me disse:

Foi uma luxação, mas está tudo bem, uma semana sem exercícios e nem pode trabalhar, repouso absoluto para a melhora ser contínua, semana que vem a quero no meu consultório para avaliar sua melhora — falou e assenti, mas ela não iria sozinha não, eu não sou louco e conheço um homem que deseja uma mulher, mas essa ninguém tocará.

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