Voltando para casa

 Voltar para casa quebrado foi a pior coisa da minha vida, estava completamente desolado, Kalita me enganou por dois anos, o sentimento que me dominou foi de raiva, ódio das mulheres, ódio da vida, vou liderar os meus com punhos de ferro e não me casarei tão cedo, não a menos que seja estritamente necessário.

  __ Bom dia, como está minha mãe? — questionei entrando no quarto e a enfermeira abaixou logo a cabeça.

__ Está bem Sr. Estável — ela falou.

__ Mãe, você é a única mulher que vale a pena, a única que vou me importar, de resto todas são lixos, sem valor, estou a partir de hoje com meu coração fechado e nunca mais vou me abrir — falei e levantei, que bom que ela não ousou falar nada, desci e fui tomar café e não voltaria ali mais, não hoje com a minha cabeça do jeito que está.

 __ Estava na mesa quando Suzan desceu e me cumprimentou e perguntou me estragando o apetite:

__ Trouxe seu amor?

__ Não existe amor, você teve sorte, mas isso não existe para todos, meu coração está fechado para isso — falei e ele perguntou preocupado:

__ O que aconteceu?

__ Vi que a puta Italiana era só isso, uma Puta, vou dominar a Espanha e nada mais, não vou me casar, as mulheres não merecem confiança — respondi furioso e quando Laura desceu e me cumprimentou sai sem falar nada, não queria direcionar minha raiva a pessoa errada e que não merecia e no estado que estava faria isso, fui para a empresa trabalhar e deixar minha cabeça fria, no carro tomei algumas bebidas, não é a mistura perfeita bebida e problema, mas quem liga.

 Cheguei na empresa e tinham homens ali da era do meu pai, eu colocaria tudo em seu lugar hoje, Suzan daqui a pouco deve estar aqui também e resolverei essa merda.

  Começamos a reunião:

__ Estamos a caça do meu pai, Arthur foi expulso do comando e agora terá que responder pelo seu ato, tentou matar minha mãe e colocou uma amante dentro de casa, meu irmão Suzan casou-se com a menina Mansur e foi o próprio Don que me colocou no comando, não aceitarei nenhum traidor, então digam agora, todos estão comigo? — perguntei.

__ Ora, acredite que não cogito esconder seu pai e eu mesmo o denunciarei se for necessário, mas agora que assumiu o comando deveria se preocupar com uma noiva, posso te oferecer minha filha — ele falou e furioso bati na mesa, não era hora e não queria pensar em casamento, isso me traz a tona o que Liz me fez.

__ Sou extremamente capaz de achar uma esposa se esse fosse o meu desejo, mas não é, então não me diga que sua filha é a opção perfeita, pois não é — falei de pé e todos assentiram.

__ Quem for pego apoiando ou escondendo meu pai pagará com a vida, agora vão embora — falei e todos saíram, virei de costas e peguei minha bebida, quando virei ele ainda estava ali sentado, eu sabia que Suzan não me deixaria em paz.

__ Precisamos falar sobre isso, não precisa aguentar tudo sozinho, eu encontrei o amor e — eu ia completar quando ele me cortou disse:

__ Agradeço a sua atenção, mas não é necessário que você se preocupe com minha vida pessoal, não vou me casar e nem falar sobre a Itália e suas putas — falou e aquilo me incomodou então gritou:

__ ENTENDO SUA RAIVA.

Logo me acalmei e ele também, para não romper um laço com meu único irmão era necessário.

__ Sei que não é fácil, não imagino e entendo o que mudou sua impressão, mas Laura e a família são Italianas e não quero que ela se sinta ofendida com suas insinuações, ela abriu mão da vida na casa dela para cuidar da nossa mãe, já ficou chateada com sua brusquidão mais cedo, então não haja como um completo babaca, pois se ferir ela vai me ferir e romper algo entre nós — foi difícil ouvir isso, não queria brigar com ele nem com a família Mansur, me desculparei com minha cunhada e reconheço o que ela está fazendo pela minha mãe:

__ Sinto muito, não vou ofender sua mulher, sei que ela não é culpada, ontem meu coração foi quebrado e a confiança também, não sei se confiarei em alguém, mas ela não tem culpa, me desculparei quando voltar para casa — disse e o abracei,não tínhamos frescuras entre nós e ele retribuiu aparentemente mais calmo, logo a porta foi aberta bruscamente e tiramos a arma da cintura, era meu soldado e pela sua cara algo estava errado.

__ Sr. a senhorita Laura se afogou, levaram ela para o hospital, não sabemos ainda o que aconteceu, ninguém viu nada — nesse momento foi desesperador, ver Suzan desesperado igual já o vi em outras situações.

__ Calma irmão, não vai ser nada — percebi que o amor doía em diversas formas, se ele a perdesse seu coração se partiria da mesma forma que o meu.

  Chegamos no hospital e a Laura ainda dormia, então Suzan conversou com o médico, soldados e com a família dela que estava no telefone, logo ela acordou e vimos que graças a Deus, não era nada grave.

__ Como aconteceu? — Suzan perguntou para a esposa e o soldado respondeu:

__ Fui até a portaria, a empregada avisou que estavam com um presente direcionado a Sr.ᵃ Laura, eu sei que ela não sabe nadar e ela não entraria na água, quando cheguei a portaria peguei um pacote, era uma cesta de doces e flores da associação de esposas, estava inspecionando e voltei, ela estava na piscina e não se debatia, estava sozinha na hora — ele disse e para nosso espanto ela respondeu:

__ Não foi um acidente, tentaram me matar, mas ninguém fará nada, esse problema resolverei sozinha, estou me sentindo bem, será que podemos ir embora?

Foi impossível não fazer cara de espanto, alguém tentara matar minha cunhada.

__ Suzan, por favor, em casa conversaremos, eu não sou uma menina, sou uma mulher e não foi nenhum homem se quer saber, resolverei isso eu mesma assim que chegar em casa — falou e assentimos, aproveitei  a deixa para me desculpar:

__ É o sangue quente combina com sangue quente, dominado irmão, e cunhada é bom ver que está bem e desculpe pelo meu comportamento mais cedo.

__ Tudo bem, todos têm problemas, agora chamem o médico — falou e Cristóvão saiu,aproveitei e sai do quarto também.

  Com a alta dada fomos para casa e eu queria ver este desenrolar, ela foi primeiro ver nossa mãe e subimos logo atrás.

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