Postura e defesa

  Depois da noite que tivemos June ficou na cama do quarto dela e nem dormi esperando que ela acordasse, queria conversar com ela, mas como precisou de um remédio para dor ficou grogue e não me respondia mais.

Amanheceu e fiquei ao seu lado, não queria que ela pensasse que eu não estaria ali após tirar sua virgindade, não queria que ela pensasse que era mais uma, quando o sol entrou na janela ela deu sinais de que iria acordar, minha mãe já passou aqui e assim que me viu sua reação foi rir e erguer as mãos para os céus, ela me disse que estava na minha cara e eu era o único que queria esconder.

Bom dia, aconteceu alguma coisa? — questionou ela surpresa em me ver ali.

Preciso falar com você sobre ontem, sobre a situação com o banheiro — quando ouviu isso ela ficou claramente incomodada, não tinha choro nem vergonha, foi a primeira vez que vi o ódio nos seus olhos.

Ontem eu não sei o que me deu, não tinha força para reagir, mas isso não aconteceria hoje não — reclamou tentando levantar, fui até ela e a ajudei a sentar, me pareceu que se olhando ela foi lembrando da noite que tivemos e suas bochechas vermelhas e um leve sorriso me mostraram que ela tinha gostado.

June, eu quero cuidar de você, quero que esse tempo que está aqui seja o início de tudo que viveremos, ontem na festa, preciso que me diga certinho o que aconteceu OK — falei ajudando ela a ir ao banheiro fazer sua higiene, não existia arrependimento da minha parte e precisava entender se da dela sim.

Cheguei com sua mãe e fiquei no salão como você viu, eu não bebi nada além de dois copos, um que a Clara me deu dizendo ser inferior e o que os empregados tomavam e um que o Dr. Marcelo me deu, mas, na verdade no primeiro gole o efeito já foi negativo, eu não deveria ter bebido mais, fui imprudente e causei uma grande confusão — falou secando a mão e abrindo o roupão sem pudor algum, enquanto analisava a marca e aquilo ali me incomodou, me sentia culpado por essa marca e mesmo sabendo que elas pagaram a dor ficaria.

Dói? — questionei.

Um pouco, mais para abaixar, se não tocar não dói — respondeu.

Me diga, o que sentiu que te fez perceber que os efeitos eram negativos? — perguntei.

__ Minha coordenação motora ficou miníma, me lembro do que a ruiva disse, da risada e deboche da mais gordinha e da menina que estava no canto parecendo coagida, mas não conseguia responder, não conseguia me defender e me doeu isso, nunca mais vou beber, esse seu mundo não é para mim — falou parecendo triste.

 Enquanto ela se vestiu fiquei admirando seu jeito, sua doçura e leveza, mesmo nessa situação a escutei elogiando o sol que fazia na rua e perguntando como a minha mãe estava com tudo isso, então achei melhor falar o que estava pensando naquele momento.

June...

  Ele pensou que eu não lembraria, se entregou a mim e eu a ele, foi reciproco e tenho certeza que ele carrega o mesmo sentimento que eu, não vou ser a menina submissa que chora e lamenta, não serei a donzela em perigo, ontem quando aquilo aconteceu eu não estava em meu juízo perfeito e com certeza reagiria na mesma moeda o que as desgraçadas fizeram.

Preciso te contar o que quero e o que tenho certeza que aconteceu, esse tempo que você está aqui fez bem para minha mãe e para mim, não posso negar que você dominou minha cabeça em tempo record e sei que uma joia nós perdemos se não proteger, eu acho que você foi drogada, e acredito que Clara está envolvida, gosto da ideia de te ver se proteger e quero que seja a minha rainha, quero que fique aqui comigo e que me deixe te amar, pode parecer cedo demais June, mas sinto que nosso encontro fora marcado pelo destino e agradeço até pelo mal que me aconteceu, pois foi graças a ele que pude ficar com você, June case comigo? — falou ele e fiquei sem reação, ele está me pedindo em casamento? Não acredito nisso.

Eu quero sim, se você tem certeza disso, nossos sentimentos são iguais, mas eu sou diferente, me permita então fazer da forma certa — respondi e ele me olhou aparentando nervosismo, foi a primeira vez que o vi com esse olhar.

Então? — questionou esperando o que mais eu diria.

Quero que vá na minha casa e me peça em namoro — falei e ele negou.

Não vamos namorar, a cena de ontem deixou claro o quanto você valia para mim e te deixar nos seus pais seria o mesmo que condenar você e eles a morte — respondeu me deixando apreensiva.

Eu corro riscos né? — questionei buscando apenas uma confirmação verbal e ele assentiu.

OK, pulamos o namoro, podemos noivar então, um jantar de noivado e casamos em 6 meses — falei e ele me analisou, só foi aí que percebi que as suas mãos rodeavam a minha cintura.

Porque tanto tempo? — questionou.

Usaremos este tempo para nos conhecermos melhor, considere um teste drive — falei e ele riu, depois respondeu todo safado.

O melhor teste drive foi ontem — falou.

Certo, mas não disfarça, podemos casar em seis meses, façamos um jantar e você pede oficialmente minha mão ao meu pai, pode ser? — questionei e ele bufou, mas aceitou, foi como se questionasse o motivo do poderoso líder espanhol precisar de uma permissão.

Aceito, quero você ao meu lado e cumprirei suas exigências, mais alguma coisa? — questionou zombando.

Sim, aprender a me defender, o mínimo que seja — falei e ele balançou a cabeça que sim, ali já estava vidrado em minha boca e beijando meu pescoço, enquanto a sua mão percorria o mesmo caminho da noite anterior, a minha intimidade.

Carlo não, precisamos descer e ver essa história da droga, e ver se a sua mãe nos aprova, é importante para mim — falei e ele sacudiu a cabeça, mas assentiu.

__ Vamos lá, apresentar a nova senhora Lopez desta casa — falou ele me puxando pela mão.

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