Eu estava andando de um lado para o outro na sala, tentando controlar a ansiedade. Blair nunca demorava tanto para atender ou muito menos ignorava minhas ligações. Já tinha tentado falar com ela umas vinte vezes pelo telefone fixo. Nada.
— Ela só deve estar se divertindo
falei para mim mesma, tentando me acalmar. Mas a preocupação insistia em crescer. Eu sabia que ela estava no baile, mas e se... não, eu estava exagerando. Ela sempre foi responsável, sabe se cuidar.
Só que essa certeza já não me acalmava mais.
Suspirei e me joguei no sofá, passando a mão pelos cabelos. Deixei o celular no hospital, o que me impedia de mandar mensagens. Precisava ir até lá? Parecia uma loucura.
Eu estava prestes a levantar novamente quando ouvi o barulho de um carro parando em frente à casa. Corri até a janela, o coração na garganta. Era o carro de Elijah? Posso pedir a ajuda de!
Não esperei nem um segundo. Saí porta afora, com o coração batendo mais rápido a cada passo. Quando cheguei à porta do passageiro, vi Blair dormindo, completamente apagada, enquanto Elijah olhava para mim com um sorriso cansado, mas divertido.
— Hailey...
Ele começou, abrindo a porta e saindo do carro.
— Antes de você me matar...
— O que aconteceu com ela?
Minha voz saiu mais alta do que eu esperava.
— Por que ela não atendeu o telefone? Eu estava desesperada!
Ele levantou as mãos, como quem tentava acalmar uma fera.
— Ela está bem, eu juro. Só... exagerou um pouco na bebida. Eu a trouxe para casa, ela está segura.
Olhei para Blair novamente, desmaiada no banco. Eu podia sentir a mistura de alívio e irritação me tomando. Passei a mão pelo rosto, tentando manter a calma.
— Você deveria ter me avisado. Eu pensei... pensei que algo grave tinha acontecido. Como encontrou ela?
Elijah deu um passo à frente, sua expressão ficando mais séria.
— Eu sei. E eu sinto muito por isso. Foi um erro não te ligar antes, mas eu estava mais preocupado em garantir que ela chegasse bem aqui. De verdade, Hailey, ela está bem.
Eu o encarei por alguns segundos, as palavras presas na garganta. Elijah tinha um jeito de me desarmar, mesmo quando eu estava pronta para explodir.
Suspirei, balançando a cabeça. Blair sempre foi meio imprevisível, mas eu não esperava por isso hoje.
— Vou levar ela para dentro.
Me abaixei para soltá-la do cinto, mas Elijah colocou a mão no meu ombro.
— Eu te ajudo.
Olhei para ele, percebendo o quanto ele estava sendo cuidadoso.
— Obrigada
murmurei.
Ele me deu um sorriso suave, aquele tipo de sorriso que me fazia sentir como se, de alguma forma, tudo fosse ficar bem.
- Eu lhe devo um pedido de desculpas, bom, na verdade dois. Atendi seu celular, ele estava na sala de café.
Disse e tirou do bolso da sua calça social, o aparelho e me entregou.
- E pelo meu irmão, Lucca, é o abobalhado que saiu com a Blair do baile, pelo que vi, ele gosta dela, mas acho que você pode conversar melhor com ela amanhã.
Eu cruzei os braços, tentando ignorar o quanto estar tão perto dele me deixava vulnerável.
— Bom, está perdoado... desta vez
disse, tentando quebrar a tensão com um sorriso.
Ele riu baixinho, passando a mão pelos cabelos.
— Fico aliviado de ouvir isso. Pensei que você ia me matar na entrada.
— Não me tente.
Eu ri, mas havia uma sinceridade ali que ele não deixou escapar.
Por um segundo, ficamos em silêncio. O tipo de silêncio que não era pesado, mas carregava a estranha sensação de algo não resolvido. Eu queria perguntar mais.,
- Eu vou indo, boa noite, Hailey. Descanse e não brigue muito com ela, vou tentar não matar meu irmão, sabe como é essa idade. Até amanhã, espero que nosso café esteja de pé!
Ele se aproximou e deixou um beijo no meu rosto. Paralisei no momento em que sua boca macia tocou a minha bochecha, e nossos olhos se encontraram por uma fração de segundos e vi um brilho em seus olhos, que pensei ter imaginado outras vezes.
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Atualizado até capítulo 113
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Comments
Carmen Borges de Oliveira
a história está muito interessante
2025-03-23
0
Maria Judite Cruz
cada capítulo melhor que outro, torcendo pra eles ficarem juntos logo.
2024-10-13
3