5 Blair

— Uma condição?

repeti, tentando não demonstrar o pânico que se espalhava pelo meu corpo. Lá vem.

Elijah assentiu, os olhos brilhando com um misto de diversão e seriedade.

— Exato. Você tira o perfil dela do aplicativo, desmarca qualquer outro encontro que tenha marcado... e eu conheço a verdadeira Hailey. Não essa versão que você criou por trás de uma tela, mas a mulher real. Sem mais jogos.

Engoli em seco. Era uma proposta justa, mas a ideia de revelar tudo para minha mãe.

E arriscar uma explosão épica, me fez querer fugir na mesma hora.

— E se ela não quiser te conhecer?

perguntei, minha voz está mais baixa do que eu gostaria. E se ela me matar antes mesmo de considerar essa possibilidade?

Ele sorriu, um sorriso que parecia desarmar qualquer preocupação.

— Então é isso. Respeitarei a decisão dela, mas quero ter a chance de conhecê-la melhor, sem as camadas de proteção que você colocou entre nós.

Suspirei, sentindo o peso da escolha diante de mim. Havia algo genuíno no jeito como Elijah falava. Ele não parecia o tipo de cara que queria só uma aventura rápida; ele parecia... interessado de verdade.

— Certo!

respondi, finalmente, cruzando os braços sobre a mesa.

— Mas saiba que minha mãe pode ser um pouco... difícil.

— Difícil como?

Ele ergueu uma sobrancelha, desafiador.

— Do tipo que vai te mandar embora na primeira resposta atravessada. Ela é forte, independente e não tem paciência para enrolação. Se você pisar fora da linha, ela vai perceber na hora.

Enquanto falava, uma sensação de orgulho crescia em mim. Minha mãe era incrível, afinal.

Elijah não se intimidou. Ele apenas sorriu de novo, desta vez com um toque de confiança que eu não esperava.

— Gosto de desafios. Parece que sua mãe e eu já temos mais alguma coisa em comum.

Meu coração acelerou, e eu me peguei torcendo para que, de alguma forma, isso desse certo. Se ao menos ela soubesse o quanto eu quero que isso funcione...

— Então é um acordo?

perguntei, estendendo a mão para selar o trato, ainda sem acreditar que eu estava realmente fazendo isso.

Ele olhou minha mão por um segundo antes de apertá-la firme, com aquele mesmo sorriso confiante.

- Certo!

...

Eu estava em casa, sentada no sofá com uma xícara de chá na mão, quando ouvi o som da campainha. Estranho, pensei, olhando para o relógio. Eu não estava esperando ninguém. Coloquei a xícara na mesa e fui até a porta, abrindo-a com cautela.

Do lado de fora, o entregador segurava um buquê de flores tão bonito que por um segundo eu quase esqueci de respirar. Rosas, lírios e margaridas estavam organizadas em uma explosão de cores vibrantes. Ele me estendeu o buquê com um sorriso educado.

— Para a senhora Hailey Miller.

— Obrigada

murmurei, pegando o arranjo e sentindo o peso leve, mas significativo. O perfume das flores me envolveu enquanto eu o trazia para dentro. Coloquei o buquê sobre a mesa e comecei a procurar por um cartão. Nada. Nem um bilhete, nem uma indicação de quem havia enviado.

Quem enviaria um buquê sem se identificar? Mas então, a resposta surgiu rapidamente em minha mente: Elijah. Ele tinha deixado bem claro no nosso encontro que queria conhecer minha mãe de verdade, e isso... isso parecia o tipo de gesto que ele faria. Sutil, mas marcante. Um primeiro passo cuidadoso.

Peguei meu celular e olhei a tela, pensando em enviar uma mensagem para ele, mas desisti.

Elijah estava se movendo de maneira cuidadosa e estratégica. E, por mais que isso me assustasse um pouco, também me deixava curiosa. Como minha mãe reagiria a esse homem que, até agora, parecia disposto a jogar um jogo muito mais profundo do que eu havia imaginado?

O primeiro passo havia sido dado. Agora, eu precisava decidir como ajudar a minha mãe a dar o dela.

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