A atmosfera na sala de conferências estava carregada de expectativa. Os cientistas se reuniram novamente, desta vez para assistir a gravações de interrogatórios realizados com Void e Étienne. As telas na frente deles exibiam as imagens, e a atenção de todos estava voltada para os dois prisioneiros, cujas histórias agora se entrelaçavam de maneira intrigante.
Primeiro, a gravação de Void começou a ser exibida. Ele estava sentado em uma cadeira, com uma expressão serena, mas seus olhos traíam uma mistura de cautela e determinação. Os cientistas faziam perguntas, mas suas respostas eram curtas e evasivas.
“Você pode nos dizer mais sobre o soldado?” perguntou um dos cientistas.
Void balançou a cabeça lentamente. “Ele… é do passado. Não… não é uma ameaça.”
A simplicidade de suas palavras deixava muito a desejar, mas a maneira como ele falava, com uma calma quase enigmática, intrigava todos na sala. Apesar de sua reclusão, Void deixava transparecer que havia um vínculo forte com Étienne, algo que ele não estava disposto a explorar mais a fundo em palavras.
Em seguida, a gravação de Étienne foi exibida. Ele estava visivelmente nervoso, as mãos tremendo enquanto falava em um francês apressado. A barreira linguística complicava a compreensão de suas palavras, mas a paixão e a intensidade estavam claras em sua expressão.
“Eu… não sei como cheguei aqui! Estava lutando… na batalha… e então… tudo mudou!” disse Étienne, sua voz cheia de desespero. “Eu só quero voltar! Minha vida, minha família…”
Os cientistas tentaram fazer perguntas, mas a mistura de emoções e o fluxo acelerado de suas palavras tornavam difícil captar a essência de suas respostas. A frustração começou a surgir entre os presentes, que se esforçavam para entender o que significavam suas palavras.
Dr. Kade observava atentamente, um sorriso astuto se formando em seus lábios. “Ele parece estar em estado de choque. Precisamos de um intérprete, mas também devemos considerar como usar essa vulnerabilidade a nosso favor.”
Dra. Isadora manteve o olhar fixo na tela, pensativa. “Void pode não estar revelando muito, mas seu comportamento sugere que ele se preocupa com Étienne. Precisamos descobrir a natureza desse vínculo. Se eles estão conectados de alguma forma, isso pode ser a chave para entender o que estamos lidando.”
Enquanto os cientistas discutiam, Void, no pátio, sentia o peso da situação. Ele sabia que cada palavra que proferia, cada silêncio que mantinha, estava sendo analisado. A necessidade de proteger Étienne crescia em seu coração, mas ele também sabia que, quanto mais tentasse se manter longe dos olhares curiosos, mais atenção atrairia.
O interrogatório de ambos os prisioneiros havia revelado mais do que apenas informações; havia despertado um interesse profundo e uma tensão palpável dentro do reformatório. As linhas entre amizade e manipulação estavam prestes a se borrar, e as consequências dessa interação poderiam ser devastadoras.
Enquanto a discussão sobre os interrogatórios prosseguia, a porta da sala de conferências se abriu com um rangido. Um cientista entrou, ofegante e visivelmente cansado, segurando um punhado de folhas em suas mãos. Todos os olhares se voltaram para ele, curiosos sobre a razão de sua chegada repentina.
“Desculpem a interrupção”, ele disse, tentando recuperar o fôlego. “Mas eu fiz uma descoberta importante sobre Void. Eu consegui rastrear suas origens.”
Um murmúrio de expectativa percorreu a sala. Dra. Isadora inclinou-se para frente, sua atenção agora totalmente voltada para o novo cientista. “O que você descobriu?”
Ele folheou as páginas, a expressão de excitação misturada com um toque de preocupação. “Void vem do Clã Dinastia Blanca. Este clã é conhecido por sua diversidade, reunindo várias raças sob uma única bandeira. Embora não seja o mais estável, possui uma organização impressionante em alguns aspectos. A família de Void, os Shamisa, é uma das mais respeitadas dentro desse clã.”
Os cientistas trocaram olhares surpresos. A menção do Clã Dinastia Blanca despertou um interesse renovado. Era um clã com uma história rica, conhecido por suas complexas dinâmicas familiares e pelas habilidades únicas que seus membros possuíam.
“Se ele realmente vem desse clã, isso muda tudo”, comentou um dos cientistas. “O potencial de Void pode ser ainda maior do que imaginávamos. Precisamos entender as implicações dessa linhagem.”
“Sim”, concordou Dra. Isadora, seu olhar fixo no cientista. “Void pode ter habilidades ocultas que ainda não foram despertadas. Precisamos explorar isso com cautela. E se ele não estiver disposto a compartilhar informações, talvez possamos descobrir mais sobre sua família e seu passado.”
“Isso também pode explicar sua reclusão”, acrescentou Dr. Kade, um sorriso malicioso se formando em seus lábios. “Se ele vem de uma família poderosa, pode estar se protegendo de olhares curiosos. E isso nos dá uma vantagem.”
O cientista continuou, “Os Shamisa são conhecidos por sua habilidade em manipulação e controle, mas também têm um histórico de conflitos internos. Se Void se afastou de sua família, isso pode ser um sinal de que há mais em sua história do que parece.”
Com essa nova informação, a sala se encheu de murmúrios de especulação. A conexão de Void com um clã tão intrigante poderia ser a chave para desvendar não apenas suas habilidades, mas também seus segredos mais profundos.
No pátio, Void sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele sabia que seu passado estava prestes a ser exposto, e a ideia de sua linhagem ser discutida nas reuniões do reformatório o deixava inquieto. A última coisa que ele queria era que seu nome e sua família se tornassem objetos de estudo, especialmente agora que Étienne estava envolvido.
O que essa revelação significaria para seu futuro e o de seu amigo? As tensões estavam aumentando, e as peças do quebra-cabeça começavam a se encaixar de maneira inesperada, levando todos a um caminho que poderia mudar o destino do Reformatório Peixe Vermelho para sempre.
A tensão na sala de conferências era palpável enquanto a gravação do interrogatório de Void começava a ser exibida. Os cientistas se acomodaram em seus assentos, atentos às imagens que surgiam na tela. A sala estava em silêncio, exceto pelo suave zumbido dos equipamentos de gravação.
Void foi conduzido por um dos cientistas até uma sala sombria, onde uma câmera o aguardava. Ele parecia mais decidido, uma expressão de determinação em seu rosto. Sentou-se na cadeira, endireitando a postura enquanto olhava diretamente para a lente.
“Void, você está disposto a compartilhar informações sobre sua família e suas habilidades?” perguntou o cientista, sua voz firme, mas com um tom de expectativa.
“Sim”, Void respondeu, sua voz clara, mas com um leve tremor. “Fui expulso da minha família. Os Shamisa não me aceitaram porque meu teste de magia foi quase nulo. Minha aura… era como cinzas. Eu não tinha habilidades suficientes para pertencer a eles.”
Na sala de conferências, os cientistas trocaram olhares surpresos. O que Void estava revelando era profundo. A ideia de que ele havia sido rejeitado por sua própria família devido à falta de habilidades era um dado poderoso e trágico.
“Isso é significativo”, murmurou Dra. Isadora, suas sobrancelhas franzidas em concentração. “Ele pode ter mais ressentimentos do que imaginávamos. Isso pode afetar sua relação com Étienne.”
“E também explica sua reclusão”, acrescentou Dr. Kade, um brilho de interesse em seus olhos. “Uma história de rejeição como essa pode ser um ponto fraco que podemos explorar.”
O cientista continuou a fazer perguntas. “Como você se sentiu ao ser expulso? O que isso significou para você?”
Void hesitou, mas então respondeu: “Senti como se fosse um fardo. Eu nunca me encaixei. Sempre fui o estranho... o que não pertence. A rejeição me fez construir muros ao meu redor. É mais seguro assim.”
Os cientistas na sala observavam atentamente, suas anotações se acumulando. A revelação de Void sobre sua solidão e seu desejo de proteção ressoava entre eles, criando uma conexão emocional inesperada.
“Você tem algum contato com sua família atualmente?” perguntou o cientista, tentando extrair mais informações.
“Não. Eles não querem saber de mim”, Void respondeu, sua voz mais baixa, quase um sussurro. “E eu não quero voltar. Eu não sou como eles.”
Na sala de conferências, os cientistas começaram a murmurar entre si. A empatia por Void aumentava, mas também havia uma sensação de responsabilidade crescente. Se ele havia sido rejeitado por sua família, como poderiam garantir que não se tornasse um alvo de manipulação?
“Precisamos ter cuidado com como lidamos com ele”, disse um dos cientistas. “Void pode ser mais valioso do que imaginamos, mas sua fragilidade emocional pode nos levar a consequências não intencionais.”
O interrogatório prosseguiu, e Void respondeu a mais perguntas, cada vez mais aberto sobre sua vida e suas experiências. Ele falou sobre as dificuldades que enfrentou por ser diferente, sobre as dores da solidão e a luta interna para aceitar sua falta de habilidades.
“Você se considera uma ameaça?” perguntou o cientista no final.
“Não. Eu só quero viver em paz”, Void respondeu, com sinceridade. “E proteger quem me importa, como Étienne.”
Na sala de conferências, a gravação terminou, deixando um silêncio pesado no ar. A revelação de Void tinha mudado o jogo. A empatia que os cientistas sentiam por ele agora se misturava com a curiosidade e a preocupação. O que isso significaria para o futuro de Void e Étienne? O que eles poderiam fazer para protegê-lo, e ao mesmo tempo, explorar o que ele poderia oferecer?
A sala estava cheia de perguntas, e a resposta para cada uma delas parecia mais complicada do que nunca.
A atmosfera na sala de conferências estava carregada de expectativa após as revelações do primeiro interrogatório. Enquanto os cientistas se recuperavam do impacto das palavras de Void, a gravação continuou. O cientista que fazia as perguntas parecia concentrado, pensando cuidadosamente na próxima indagação.
Na tela, Void se inclinou para frente, sua expressão agora divertida. Ele arqueou uma sobrancelha e gesticulou com uma das mãos, como se estivesse prestes a compartilhar um insight valioso.
“A minha aura ou energia sendo cinza pode ser vista como negativa? Sim…” começou Void, dirigindo-se à câmera com um tom provocativo. “Mas, acreditem, eu acho que minha aura consegue se unir à de outra entidade. Vocês se lembram daqueles artefatos que possuem seres aprisionados? Aqueles que falávamos nas aulas de história do 8º ano?”
Os cientistas se inclinaram à frente, intrigados com a direção que a conversa estava tomando. Void continuou, sua voz carregada de um tom de brincadeira. “Quando esses itens são consumidos, há o risco de morte por não suportar a mana do ser selado. Mas eu consigo ingerir qualquer item sem sofrer essas consequências mortais!”
Na sala, um murmúrio de surpresa se espalhou entre os presentes. A ideia de que Void poderia manipular a mana sem enfrentar os riscos habituais era uma revelação impressionante. Dra. Isadora lançou um olhar significativo para Dr. Kade, ambos percebendo o potencial do que estavam ouvindo.
“E eu posso utilizar a mana dele, mas não as habilidades”, completou Void, recostando-se na cadeira e balançando-a suavemente, rindo levemente. Sua risada parecia quase como um alívio, como se estivesse se divertindo ao desafiar as expectativas.
Os cientistas na sala de conferências estavam em choque, processando a nova informação. “Isso pode mudar tudo”, murmurou um deles, enquanto outro anotava freneticamente. “Se Void pode absorver mana sem risco, isso significa que ele pode se tornar uma fonte de poder.”
“E se ele conseguir se conectar a seres poderosos, isso nos oferece uma vantagem estratégica”, acrescentou Dr. Kade, sua mente já fervilhando com as possibilidades de pesquisa.
Na tela, Void continuava a expor suas ideias, sua confiança crescendo a cada palavra. “Não sou uma ameaça, mas posso ser extremamente útil. Não consigo conjurar feitiços como outros, mas tenho a capacidade de potencializar a energia de quem está ao meu redor. Isso é algo que vocês devem considerar.”
A sala de conferências se encheu de murmúrios de excitação e curiosidade. A revelação de Void não apenas desafiava a visão que tinham dele, mas também abria novas possibilidades de investigação. O que antes era visto como uma fraqueza agora se transformava em uma força.
Dra. Isadora olhou para Dr. Kade, seus olhos brilhando com a ideia de explorar essa nova habilidade. “Precisamos realizar mais experimentos com Void. Se ele realmente pode se conectar a outros seres, isso poderá nos proporcionar uma compreensão mais profunda da magia e da mana.”
Enquanto a gravação se aproximava de seu clímax, Void fez uma última revelação que deixou os cientistas ainda mais intrigados. Ele se inclinou novamente para frente, sua expressão agora mais séria.
“Além disso,” começou ele, olhando diretamente para a câmera, “é possível que o ser aprisionado no item que eu consumi possa tomar controle do meu corpo. Mas isso só aconteceria se eu permitisse.”
Na sala de conferências, o ar ficou pesado com essa informação. Os cientistas trocaram olhares de surpresa e preocupação. A ideia de que um ser selado poderia ter a capacidade de dominar Void, mesmo que temporariamente, abria um leque de implicações éticas e estratégicas.
“Isso é algo que devemos considerar cuidadosamente,” comentou Dra. Isadora, seu tom agora mais grave. “Se Void tem a capacidade de permitir essa conexão, isso pode ser tanto uma vantagem quanto um risco. Precisamos entender melhor as dinâmicas envolvidas.”
Dr. Kade assentiu, seus olhos brilhando com uma mistura de fascínio e preocupação. “Isso nos dá uma nova perspectiva sobre o que significa ter controle sobre a mana. Se Void puder se conectar a entidades poderosas, isso pode alterar a forma como lidamos com esses seres selados.”
Void, percebendo a reação deles, acrescentou: “Eu posso escolher quando e como me conectar. Não sou um mero recipiente; eu tenho controle sobre isso. E essa é a chave para entender minha aura cinza. Não é apenas uma fraqueza, mas uma forma de adaptação.”
A gravação terminou, e a sala ficou em um silêncio reflexivo. Cada cientista estava perdido em seus próprios pensamentos, ponderando as implicações do que acabaram de ouvir. O futuro de Void, sua ligação com Étienne e as possibilidades que surgiam com essa nova habilidade estavam mais entrelaçados do que nunca.
Assim, a revelação de Void não apenas desafiava a percepção que os cientistas tinham dele, mas também lançava novas luzes sobre as complexidades da magia e do poder. O que antes parecia uma fraqueza agora se tornava uma oportunidade, e todos estavam ansiosos para explorar essas novas fronteiras.
[momento de interação]
Vocês acreditam que void possa se torna alguém do mal/mau em algum momento ou agora na história? E como isso correria na sua humilde opinião ou imaginação(pode se soltar aí a vontade que eu vou ler e poderá as ideias)
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Atualizado até capítulo 123
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