Capítulo 03

...— Reflexões Solitárias —...

Amir estava sozinho em seu escritório. Caminhava de um lado para o outro, como se isso pudesse ajudar a organizar seus pensamentos. Desde que as fotos dele com Penélope Arrieta apareceram na internet, sua mente não parava de trabalhar, estava inquieto, pensando em como resolver esse problema.

Penélope era uma modelo lindíssima, com um corpo de tirar o fôlego. Amir a conhecera durante uma viagem de negócios a Dubai, e aquela noite com ela foi apenas diversão. Penélope era atraente e divertida, mas nada mais que isso. Para Amir, aquilo não significava nada além de uma fuga momentânea da rotina. Mas, aparentemente, o mundo não via dessa forma. As pessoas estavam sempre prontas para julgar suas ações, e ele sabia que aquilo não ajudaria na sua reputação, especialmente agora que um casamento estava prestes a acontecer.

Ele parou em frente à janela, olhando para a cidade de Al-Hazan. Lá fora, tudo parecia normal. As luzes da cidade brilhavam, e as pessoas continuavam com suas vidas. Mas, dentro do escritório, Amir sentia um turbilhão de emoções. A pressão de ser um líder, um filho obediente e, agora, um noivo relutante, estava começando a pesar sobre ele.

Amir pensou em Milla, sua noiva prometida. Ele nunca quis se casar, ainda mais com alguém que mal conhecia. O casamento significava dividir sua vida, seu espaço, sua rotina. Ele sempre foi um homem independente, acostumado a fazer as coisas do seu jeito, sem se preocupar com os desejos de outra pessoa. A ideia de ter que compartilhar sua intimidade com uma esposa era algo que o incomodava profundamente.

— Como vai ser isso? — ele se perguntou. — Dividir meu quarto, minha cama... Eu nunca precisei dividir nada com ninguém.

Só de pensar em ter uma mulher invadindo seu espaço pessoal, Amir já sentia um incômodo crescente. Ele estava acostumado com sua rotina, seu silêncio, suas noites de descanso sem interrupções.

Ele suspirou e voltou a andar pelo escritório. Seus passos ecoavam pelo espaço, mas sua mente continuava agitada. Ele começou a pensar no que significaria ter filhos. Uma criança pequena, chorando pelos cantos, gritando no meio da noite, atrapalhando seu sono. Para Amir, o sono era sagrado. Ele acreditava que precisava estar sempre descansado para tomar as melhores decisões, manter sua aparência impecável e, acima de tudo, preservar sua paz de espírito.

— Uma criança chorando pelos cantos... Como vou lidar com isso? — ele se perguntava, frustrado. — Crianças são irritantes. — completou.

A ideia de ser acordado no meio da noite por um bebê chorando o irritava profundamente. Ele sabia que, como sheik, teria que ter herdeiros, mas nunca havia parado para pensar no quanto isso poderia bagunçar sua vida organizada e tranquila.

Amir parou em frente à sua mesa e olhou para os papéis espalhados por ela. Tudo estava no lugar, exatamente como ele gostava. Sua vida sempre foi baseada na ordem, no controle e na disciplina. Mas, com o casamento se aproximando, ele começava a sentir que estava perdendo o controle da própria vida.

Ele se sentou na cadeira, apoiando os cotovelos na mesa e enterrando o rosto nas mãos. O que deveria ser apenas um compromisso familiar agora parecia um peso enorme em seus ombros. A pressão de sua mãe, a expectativa de um casamento perfeito, o peso de ser o sheik... Tudo isso estava começando a afetá-lo de uma maneira que ele não esperava.

— Será que estou fazendo a coisa certa? — ele pensou, pela primeira vez duvidando de suas próprias decisões.

Amir sempre foi confiante, certo de si mesmo, mas agora, diante da perspectiva de um casamento arranjado, ele começava a ter dúvidas.

Ele sabia que sua mãe estava apenas tentando fazer o melhor para ele, garantindo a continuidade da linhagem e mantendo as tradições. Mas, para ele, isso tudo parecia uma prisão. Ele estava acostumado a ser livre, a fazer o que quisesse, quando quisesse. Casamento, filhos, responsabilidades... Tudo isso parecia uma carga enorme para ele carregar sozinho.

Amir levantou a cabeça e olhou novamente para a janela. A noite já havia caído a muito tempo sobre Al-Hazan, e as luzes da cidade brilhavam intensamente. Ele sabia que, independentemente de seus sentimentos, o casamento iria acontecer. Sua mãe já havia decidido, e Milla também não tinha escolha. Era o destino deles, traçado desde o nascimento.

Mas, no fundo, Amir não conseguia se livrar do sentimento de que estava prestes a perder algo valioso: sua liberdade, sua paz, sua vida como ele sempre conheceu. Ele sabia que precisava encontrar uma maneira de conciliar suas responsabilidades como líder com seus desejos pessoais. Mas, naquele momento, tudo parecia fora de alcance.

— Eu vou encontrar um jeito de lidar com isso — ele murmurou para si mesmo, tentando se convencer.

Mas as dúvidas continuavam a rondar sua mente, como sombras que ele não conseguia afastar.

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Comments

Luciana Santos

Luciana Santos

acredito q ele vai se apaixonar por ela

2025-01-16

0

Juliana Vicentina da Costa Nerys

Juliana Vicentina da Costa Nerys

Nisso ele tem razão, concordo com ele.

2024-12-09

0

Francieli Santos

Francieli Santos

Milla vai abalar as estruturas do sheik

2025-03-03

1

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