Capítulo 20

Viajamos o dia todo, só paramos para comer, foi muito solitário, o duque se dedicou a revisar papéis e eu só a olhar pela janela. Paramos para comer, mas ninguém falava comigo, só o cocheiro, um senhor de idade, que me contou que tinha uma filha de idade parecida com a minha e que logo seria avô.

- Sei que será um avô muito bom, Senhor Leonidas.

- Assim espero, com as viagens não tenho podido passar muito tempo com meus filhos. Agora ela está casada e meu filho mais novo está no exército.

- Meus irmãos também estão no exército, faz tempo que não os vejo.

- Pois bem, minha senhora, soube que lhe restam semanas para voltar para casa.

- Sim, espero vê-los em breve.

Continuamos a viagem e ouvi um burburinho de gente, música e risos. Pela janela vi um festival, já estávamos na capital, mas ainda faltavam horas para chegar ao palácio.

- Lady Aurora, o que faz?

- Amanhã devemos nos apresentar no palácio, aproveitarei para ver o festival. Senhor Leonidas! Pode parar!

[Ao que parece, o Senhor Leonidas não me ouviu porque só parou em frente a uma pousada.]

- O Senhor Leonidas não me deixou no festival.

- Sinto muito, minha senhora.

- Não se preocupe.

Entramos na pousada e uma senhora simpática nos recebeu.

- Vão querer os seus quartos?

- Eu virei depois, espero alcançar algo do festival.

Saí do lugar e não muito longe, encontrei dois guardas do ducado.

- Olá, também vieram conhecer o festival?

Não responderam nada. Ao que parece estavam lá para me vigiar, não pareciam muito confortáveis, por isso o passeio não durou muito tempo.

Quando voltei, encontrei o duque na entrada da pousada, ao que parece tinha saído para comer.

Aproximei-me da senhora da pousada e perguntei por um quarto e ela disse-me que não havia mais nenhum.

Olhei para o lado e lá estava o duque a olhar para mim com uma cara de... mmm... confusão?

[nossa, às vezes esqueço que estou num romance, e aparecem estes clichês, agora certamente vou ter que dividir o quarto com o duque... terei que seguir o enredo... vou-me sacrificar hahaha]

Enquanto estava absorta nos meus pensamentos, não me apercebi em que momento o duque se foi, deixando-me sozinha na recepção da pousada, sem um lugar para passar a noite.

Entretanto, com o duque...

Que droga! Certamente aquela mulher vai querer ficar comigo, não há mais ninguém fora dos seus quartos... Devia deixá-la entrar... mas, não quero ter obrigações e depois ter que falar com os pais dela, será melhor que eu fique no sofá e ela na cama. Levantar-me-ei antes do amanhecer, assim a reputação dela não será afetada e não terei problemas no futuro com a família dela.

Na recepção da pousada...

- Minha senhora, se procura o duque, ele já se retirou para o seu quarto.

- É o que parece.

- A única opção que lhe posso oferecer é um quarto para plebeus, é humilde mas está limpo.

- Se não há problema. A senhora saberá a que horas partirão amanhã as pessoas que vieram comigo?

- Pediram o pequeno-almoço às 5:30 para saírem às 6 da manhã, certamente querem chegar ao meio-dia ao palácio.

- Poderia indicar-me como poderia ir a partir deles, por favor?

- Bem, há umas donzelas que trazem tecido, que saem às 5 da manhã.

- Perfeito, tentarei ir com elas.

No quarto do duque...

Certamente, a qualquer momento ela vai aparecer... as horas foram passando e o duque ficou sentado, adormecido a olhar para a porta.

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