Capítulo 15

Acordo com a cabeça a girar, boca seca e algumas imagens da noite anterior a invadir a minha mente.

[Droga, agora o duque vai mesmo matar-me, capaz de me acusar de libertina ou assediadora, se o fizer, dou-lhe um soco ou seduzia-o e aproveito-me, para que ele chore com razão hahaha... raio, se o fizer ele vai apresentar queixa na academia e ainda faltam três meses para terminar o meu estágio e não quero deixar o Cris, apesar de só ter podido exercer os meus conhecimentos médicos com o pessoal da mansão, aquele menino conquistou um pedacinho do meu coração]

...

- George, diz ao nosso pai que queremos vê-lo com urgência.

- Jovens mestres, neste momento, Sua Excelência encontra-se a resolver algumas dificuldades.

- Apenas informa-o, ele sabe que não o visitamos com frequência, por isso é importante.

- Já vou senhor.

Quando os rapazes entraram, o duque estava com a testa franzida, as olheiras eram evidentes e o cheiro a álcool era notório.

- Bom dia, pai.

- Meninos, não é um bom momento.

- Não te preocupes, pai, só viemos falar de negócios. Acreditamos que vamos tirar-te um problema de cima.

- Estou a ouvir. [Espero que seja rápido, ainda tenho de pensar bem que castigo dar àquela enfermeira rebelde]

- Queremos, ou seja, o meu irmão quer ser o único e exclusivo chefe da Aurora, ele tem o seu próprio dinheiro e quer que lhe vendas o contrato dela.

- Se eu vos explicar, minha senhora professora, que a escravidão foi abolida há alguns anos, porque se não o fez, não sei para que a estou a pagar.

- Ela não seria uma escrava, apenas é provável que, como sempre, a responsabilizes por tudo e a expulses da mansão. Por isso é melhor que o Cris seja o seu chefe direto. Além disso, já até pensamos no castigo que lhe será aplicado.

- Que castigo seria esse?

- Casá-la. Ela tem recusado todos os pedidos de encontros dos jovens da vizinhança, por isso vamos casá-la com algum guarda do ducado, assim ela não sairá daqui.

- Não podem obrigá-la a casar.

- Mas, pelo que temos visto e sabemos de ti e dos nossos tios, o casamento é um contrato que os pais, ou seja, os seus chefes, acordam.

- O casamento é... mmm... deixem-me resolver isso. E sobre o vosso pedido, creio que não poderei aceder. Aquela menina precisa de mão firme. George! Diz à Lady Smith para vir cá e vocês vão estudar.

- Até logo, pai.

(Cris): - Não a despedes.

...

[Ai não! Caiu a lei.... bom enquanto durou... Os que vão morrer saúdam-te]

- Lady Smith, entre, Sua Excelência aguarda por si.

- Pois.

- Bom dia, senhor, sobre o que aconteceu ontem...

- Então lembra-se do que aconteceu ontem?

- Muito pouco, senhor, peço desculpa se disse algo que o incomodou.

[Disse e fez] - Como saberá, as suas ações terão consequências.

[Já valeu a pena...]

- O seu estágio será prolongado por mais três meses.

- Três meses? Mas, senhor...

[Olhar fulminante]

- Serão três meses, senhorita.

- Além disso, terá de incluir treino físico e de combate básico na sua rotina. [Se um dia ela for embora, será bom que saiba defender-se, especialmente se não sabe beber]

- Desculpe senhor, mas eu estou a treinar para curar e ajudar, não para atacar ninguém.

- Fá-lo-á e não quero queixas. Se não, sofrerá mais consequências pelos seus atos. E por último.

- Mais?

[Olhar fulminante]

- Se repetir alguma ação como a de ontem à noite ou realizar algum ato fora das normas da mansão, cancelarei o seu estágio e a sua vaga na academia. Entendeu?

- Sim senhor.

[Saí dali a correr, antes que ele inventasse mais castigos, nem nas minhas duas vidas tinha sido castigada assim, maldito duque rabugento, mas pelo menos sobrevivi mais um dia]

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