Capítulo 16

Quando me encontrei com o resto das moças, todas estavam com uma cara de cansaço e ressaca.

- Aurora, você está bem? Você se deu muito mal com o duque.

- Sim, estou castigada, mas ele não me expulsou. Embora eu esteja ameaçada e com o compromisso de me comportar bem. É como prisão domiciliar.

- Você viu a Rose?

- Não, acabei de sair do escritório do duque, vou comer alguma coisa e irei procurar o jovem Cris. Mas por que essas caras?

- Não é bom você se meter em problemas.

- Entendo, [isso é o mesmo que me dizer para me meter, raio, vou morrer por fofoqueira] Rose, agora mesmo, elas estavam me perguntando... O que aconteceu com o seu rosto? Quem foi?

- Não é nada, por favor, deixem para lá.

- Rose, ninguém pode levantar a mão para você e deixar seu rosto assim.

- Foi minha culpa, estou na mansão para ensinar etiqueta, não para ficar bêbada.

- O quê? Sinal vermelho! Você é uma excelente professora, bonita, amável, distinta, elegante, você não muda por aproveitar uma noite com suas amigas.

- Sinal o quê? Aurora, não somos tão corajosas quanto você. Você é a única que responde ao duque e não treme diante dele ou abaixa o olhar, você não tem medo de falar com seus pais e seus irmãos te amam. Nem todas nós temos essa sorte.

- Vamos resolver isso juntas.

- Não é necessário, para mim saber que todas vocês estão preocupadas e que gostam de mim já é suficiente. Agora vou procurar uns livros na biblioteca, não me esperem para o jantar.

- Marta, me diga quem bateu nela.

- Foi o irmão dela, ele é guarda e viu como outros soldados olhavam para elas dançando e pelo quão bêbada ela estava.

- Entendo até certo ponto a raiva dele, mas nada, nada, justifica a violência.

- Aurora, lembre-se que se você se meter em problemas, estará fora da mansão.

- Eu sei. Mas você me conhece há apenas alguns meses e sabe que não vou ficar quieta.

Voltei para a mansão do duque.

- Por favor, pode dizer ao senhor que preciso que ele me receba, será rápido.

- ...

- O duque disse que pode entrar.

...

- O que a senhorita Aurora deseja? Não fui claro há pouco?

- Sim, senhor. Mas preciso de um favor.

- Um favor? Não creio que esteja na melhor posição para pedir favores.

[Agora devo apelar para o ego e para a inteligência dele, vejamos o quanto aprendi com Franz]

- Senhor, embora tenhamos tido algumas diferenças, eu o considero um homem justo e íntegro, um protetor dos fracos e um exemplo para as novas gerações [muito bem, parece que está funcionando] Por isso preciso da sua ajuda e humildemente preciso do seu conselho.

[creio que esta mulher está aprendendo]

- Fale, o que quer.

- Uma amiga, foi agredida no rosto pelo irmão, ambos são trabalhadores do ducado e não sei como ajudá-la.

- ...

- Considero que é injusto, senhor.

- Bem, senhorita Aurora, essa é uma disputa familiar, não podemos interceder.

- Mas o senhor pode falar com seus homens para que isso não se repita. O senhor é um exemplo para eles, o que o senhor ensinar a eles, farão, suas ações são o reflexo deste ducado [direto no seu ego e no orgulho].

- Verei o que posso fazer.

- Mas, senhor, se o senhor o repreender diretamente, ele pode tomar represálias e isso seria pior para ela.

- Descuide, sua amiga não terá problemas, mas deve saber que... me deverá um favor e o cobrarei algum dia.

- Dever-lhe um favor?

- É isso mesmo.

- Está bem, senhor, se o senhor resolver tudo e minha amiga não for agredida novamente, nem nenhuma mulher da mansão, eu lhe dou minha palavra que cumprirei com o que for [dinheiro impossível, ele é muito rico... algo sexual, jamais, ele é muito certinho e me odeia...]

[Eu te tenho em minhas mãos, mulher]

- muito bem. Algo mais?

- Não, senhor, nada mais. Muito obrigada, tenha um bom dia.

...

[Muito bem, já sei como lidar com ela/ele] pensaram ao mesmo tempo o duque e a enfermeira em treinamento.

...

Três dias depois, o mordomo chamou todos os empregados ao salão.

- Boa tarde a todos, eu os chamei para dar duas notícias.

Primeiro, qualquer agressão física ou verbal entre funcionários da mansão será considerada uma agressão direta ao duque, já que todos somos o reflexo direto do ducado.

Segundo, pelo casamento do jovem Cristian e da senhorita Marta, receberão um bônus adicional em seu salário no final do mês, além de que poderão usar o segundo pátio para a recepção.

Todas as pessoas que trabalhamos no ducado ficamos felizes com as notícias, mas em minha mente eu sentia que tinha assinado um tratado com o próprio demônio.

[ai, Aurora, no que você foi se meter!]

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