Capítulo 18

Na manhã seguinte, percebi que Cris tinha se levantado mais cedo do que eu e, embora não tenha expressado em palavras, sei que estava muito feliz em sair.

Fomos para a biblioteca, Cris, Paolo e Agustín, que eram os acompanhantes, e eu. Passamos o dia inteiro revisando os livros. Almoçamos no refeitório que ficava no terceiro andar, foi um dia muito agradável e o rosto de Cris refletia isso, até percebi que Paolo e Agustín também se interessaram pelo assunto.

- Aurora, já está tarde, deveríamos voltar para o ducado.

- Está bem. Agustín, você poderia, por favor, carregar os livros que o jovem Cris escolheu?

- Jovem Paolo, me acompanhe para pegar a cesta e as coisas do almoço.

Um corado Paolo Salvatierra me acompanhou. Soube que ele era primo da mãe de Cris, então aproveitei para perguntar sobre ela.

- Ela era muito sofisticada e bonita, não éramos próximos, apesar de nossos pais serem primos, mas me lembro que ela estava muito animada com a gravidez.

- Acho que a vida dos jovens mestres teria sido muito diferente se ela estivesse viva.

- Não sei. Os duques não eram como os protagonistas dos livros que você me emprestou. Eles eram amigos ou melhor, sócios. O casamento deles foi arranjado pelos pais quando foram apresentados à sociedade e, pelo que me lembro, só se viam quando a etiqueta recomendava.

[Bem, nunca imaginei o duque sendo romântico hahaha]

- Paolo, Aurora, o duque está lá embaixo e parece muito zangado.

[Enquanto descia as escadas, me perguntava se o duque alguma vez tinha sido feliz, acho que nunca o vi rir, na verdade, pouquíssimas vezes o vi relaxado ou calmo]

- Pode-se saber onde estava Lady Aurora?

- Estava pegando as coisas do almoço.

- Jovem Salvatierra, carregue as coisas na carruagem.

[Pare de olhar para Aurora]

[Por que ele parecia estar com ciúmes?]

Naquele momento, ambos se entreolharam com uma expressão de confusão.

- Está tudo pronto, senhor. Permita-me, Aurora, eu te ajudo.

- Vá para o seu cavalo. Suba, Lady Smith.

[Vou trocar o Salvatierra de escolta do Cris]

[Será que eu sou do agrado do duque?]

A viagem de volta ao ducado foi silenciosa, mas Aurora não conseguia tirar aquela pergunta da cabeça.

É tarde e ainda não consegui dormir, será que eu deveria tentar algo com o duque? Este corpo ainda é virgem e não me faria mal um pouco de ação. Mas, não quero nada formal, muito menos me tornar duquesa. Embora ter um amigo com benefícios seja algo que eu poderia aproveitar e que acabaria quando eu fosse embora daqui. Mesmo assim, nesta época, é muito malvisto, tenho certeza de que várias das moças da mansão nem sequer sabem o que é um 0rg4sm0.

…

No dia seguinte, Aurora descobriu que Paolo havia sido transferido para a fronteira do ducado, ninguém sabia por quê, mas ela percebeu que nenhum guarda se aproximava dela.

- Agustín, venha aqui, eu já te vi, não se esconda.

- Lady Smith, eu tenho que ir.

- Me diga o que está acontecendo, por que todos estão se escondendo de mim? O que eu fiz?

- Não, não é você… por favor, o que eu vou te contar, você não pode contar a ninguém. Eu não quero ser mandado para a fronteira.

- Entendo, não se preocupe.

- Sabemos que o Paolo foi mandado para a fronteira porque o duque descobriu que ele gosta de você, acreditamos que, como você é filha do assistente do ministro, certamente pediram para ele te proteger e por isso ele o mandou embora, além disso, ele mesmo disse que era proibido qualquer tipo de relacionamento informal entre funcionários, ou que nos aproximássemos de alguma senhorita que trabalhe na mansão.

- Bem, obrigada pela explicação, mesmo assim, considero isso injusto. Mas eu entendo, obrigada por me explicar.

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