Capítulo 19

Pensei a noite toda no que dizer ao duque… E… nada… ainda não tenho ideia do que quero, é que, mesmo que eu negue, sei que ele também mexe comigo, mas é algo físico, apenas algo carnal, porque sei que ele é alguém proibido, mas tudo o que vem junto com ele me desagrada, não quero ter uma vida como as mulheres desta época.

Acho que vou aproveitar a viagem que o duque fará ao palácio, para pensar bem nas coisas, talvez estando longe, eu possa saber o que realmente quero. O melhor é ficarmos longe um do outro.

- Lady Aurora, o senhor duque precisa da senhora em seu escritório.

- Já vou.

[Por que não me surpreende que nada saia como eu quero?]

- Bom dia, senhor, o senhor mandou me chamar.

- Sim, Lady Aurora, como você sabe, devo viajar para o palácio em três dias. Portanto, informo que deverá me acompanhar.

- O quê? Não, por quê? [Ah, não! E agora como faço para não me atirar nele quando estivermos sozinhos?]

- Não estou perguntando, é uma ordem real, ao que parece o médico Jacob, esteve falando de seus avanços com Cris para os reis, visto que outras majestades também estarão presentes.

- Acho que uma vez, o médico mencionou, que a irmã mais nova do reino vizinho também tinha dificuldades de comunicação, mas senhor, eu não quero ir.

- É uma ordem.

[Cada vez que eu voltar a pensar em ter algo a mais com esse homem, devo me lembrar do quão rabugento e mandão ele é]

- Entendo, talvez seja uma oportunidade para que, assim que meu treinamento termine, eu possa viajar para conhecer novos reinos.

- Pode ser uma boa oportunidade, ao que parece você sempre buscou escapar de casa.

- Não tenho problemas em estar em casa, mas prefiro não ficar desocupada e poder ajudar as pessoas.

- Bem, faltam apenas 10 semanas para que vá embora.

- Sim senhor, eu irei, embora espere continuar vendo o jovem Cris.

- Não vai. Se você for embora, não verá mais ninguém desta mansão.

[Ele é meu chefe, ele é meu chefe, ele é meu chefe]

- Entendo senhor, em três dias irei ao palácio e voltarei para terminar meu treinamento, não quero que me mande para a fronteira por dizer mais alguma coisa.

- O que está insinuando Lady Aurora?

- Nada senhor, com licença, tenha um ótimo dia.

- Lady Aurora! Vi você mostrando a língua para mim pelo reflexo da janela.

- Eu jamais faria isso, senhor.

[Ai, esse homem é insuportável, como é que eu sequer pensei em ter algo a mais com ele?! Talvez eu devesse procurar alguém mais normal, com um temperamento melhor, ou deveria visitar meus irmãos no exército, talvez lá, eu encontre um soldado, alto, másculo, com olhar profundo, mãos grandes, voz grave, costas largas… Droga! Estou descrevendo o maldito duque, é melhor eu ir ver as crianças, preciso deixar tudo organizado para minha viagem]

- …

- Jovem Cris, em três dias, preciso ir ao palácio ver Sua Majestade, voltarei assim que estiver desocupada, gostaria que eu lhe trouxesse algo?

- …

- Bem, me avise, de qualquer forma, trarei alguns doces cítricos para você experimentar.

Um pequeno sorriso se desenhou no rosto do menino, o que me fez esquecer tudo o que estava acontecendo.

Preparei tudo e os três dias se passaram, era hora de partir.

- Jovem Cris, se cuida muito… (sussurrando) atrás dos livros brancos eu deixei uma surpresa.

- Se cuida muito, Aurora, tente não falar na frente dos reis e me traga uma espada de presente, lembre-se que falta pouco para o meu aniversário.

- Por que eu não deveria falar na frente dos… Ah! Entendo, tentarei me comportar.

- Lady Aurora, já é hora.

Cris se aproximou de Aurora e pegou sua mão suavemente, colocando-a em seu próprio rosto, ela olhou para ele surpresa no início, mas imediatamente o acariciou.

- Eu também vou sentir sua falta, pequeno.

Cris se deixou acariciar por alguns momentos e depois se moveu se despedindo com um aperto de mão do duque.

- Vamos, George, me informe de qualquer novidade.

- Sim senhor, tenha uma boa viagem e que os Deuses o protejam, Lady Aurora… por favor, não se esqueça que a senhora também está representando todos que trabalham no ducado.

- Entendo, eu também sentirei sua falta Sr. Callum

Assim partiram, compartilhando uma carruagem, em um silêncio absoluto.

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