Sozinha será?

Após as duas mulheres partirem em viagem para o orfanato Nova Esperança, Madson, chorando, entrou no prédio. Na recepção, havia uma jovem sentada atrás do balcão, concentrada em algo no celular. Por um instante, a jovem tirou os olhos do aparelho e viu Madson entrando no prédio e se sentando em uma das poltronas do local. A garota da recepção não sabia quem era aquela menina que entrara ali, então decidiu chamá-la.

— Ei, você aí! — disse a moça.

Mad não escutou, imersa em seu choro pela despedida recente. A recepcionista se levantou e foi até onde Madson estava.

Ela se aproximou e tocou suavemente no braço da menina, chamando sua atenção.

— Aqui não pode ir entrando assim sem ser moradora, garota.

Madson virou-se em direção à pessoa que a tocava.

— Desculpe, eu… eu só precisava de um lugar para me sentar um pouco.

A recepcionista, percebendo o estado emocional de Madson, suavizou o tom.

— Tudo bem, mas você precisa me dizer quem você é e por que está aqui. Posso ajudar de alguma forma?

Madson respirou fundo, tentando controlar o choro.

— Meu nome é Madson. Eu acabei de me despedir de duas pessoas muito importantes para mim. Eu sou nova aqui no prédio, cheguei hoje no final da tarde.

— Sinto muito pela sua despedida — disse a recepcionista, sentando-se ao lado dela com um tom gentil. — Deve ser difícil estar em um lugar novo e passar por isso. Você quer conversar sobre o que aconteceu?

Enxugando as lágrimas, Madson olhou para a recepcionista com um olhar agradecido.

— Obrigada por perguntar. Eu me despedi das duas pessoas mais importantes da minha vida: Tia Ana e Dr. Mona. Elas são a única família que eu tenho, e agora estou sozinha.

— Madson, eu entendo que você está se sentindo sozinha agora, mas saiba que não precisa passar por isso sozinha. Podemos ser amigas. Aliás, deixa eu me apresentar: sou Aisha LeBlanc, tenho 24 anos e sou moradora daqui.

— Obrigada, Aisha. Eu realmente aprecio sua gentileza. Acho que seria bom ter alguém com quem conversar.

— Claro, Madson. Que tal fazermos um tour pelo prédio? Assim, você pode conhecer melhor o lugar e talvez se sentir mais em casa.

— Eu adoraria isso.

Aisha se levantou e estendeu a mão para Madson, ajudando-a a se levantar. As duas começaram a caminhar pelo prédio, com Aisha mostrando as áreas comuns e explicando um pouco sobre os vizinhos.

— Aqui é a sala de convivência. Às vezes, organizamos noites de jogos ou pequenas festas aqui. É uma ótima maneira de conhecer as pessoas — disse Aisha.

— Parece divertido. Eu nunca participei de algo assim antes — respondeu Madson.

— Você vai adorar. E se precisar de qualquer coisa, meu apartamento é o 303. Pode bater na porta a qualquer hora.

Madson descobriu que sua nova amiga morava ao lado do seu.

— Sério? Que coincidência! Moro no 302. Acho que vou me sentir mais segura sabendo que você está por perto.

— Que bom! Assim podemos nos ver com mais frequência. Continuemos o tour.

As duas continuaram caminhando pelo prédio, e Aisha mostrou a Madson a lavanderia e o terraço, onde havia uma vista incrível da cidade.

— Este é o terraço. Às vezes, gosto de vir aqui à noite para relaxar e olhar as estrelas. É um lugar tranquilo para pensar — explicou Aisha.

— É lindo aqui. Acho que gostarei de vir aqui também — comentou Madson.

— Fico feliz em ouvir isso. E se precisar de companhia, é só me chamar.

Enquanto desciam do terraço, Aisha percebeu que Madson estava começando a se sentir mais à vontade.

— Madson, você tem algum passatempo ou algo que goste de fazer no seu tempo livre?

— Gosto de música, toco violão e gosto de escrever. É algo que sempre me ajudou a relaxar.

— Que legal! Talvez você possa tocar alguma música algum dia desses, né? Eu adoraria ouvir.

— Claro, eu adoraria tocar alguma música. Obrigada por ser tão gentil comigo, Aisha.

— Não precisa agradecer. Estou feliz em ajudar. E lembre-se, você não está sozinha. Passaremos por isso juntas.

As duas voltaram para a recepção, e Aisha deu um abraço reconfortante em Madson antes de se despedirem.

— Se precisar de qualquer coisa, estarei no 303. Boa noite, Madson.

— Boa noite, Aisha. Obrigada por tudo.

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