O céu sobre Londres começava a clarear, tingindo o horizonte de um azul pálido, com traços de laranja e rosa à medida que a noite finalmente cedia lugar ao amanhecer. A cidade, ainda adormecida, era um contraste silencioso com o caos que havia se desenrolado nas horas anteriores. A batalha havia sido feroz, e o preço pago por ambos os lados deixara marcas profundas. Mas agora, com as sombras dissipando-se lentamente, havia um novo sentimento no ar — uma sensação de paz, mesmo que frágil, e um suspiro de alívio coletivo.
Alexandra estava de pé no topo de um antigo edifício, observando a cidade despertar sob os primeiros raios de sol. Seus cabelos negros esvoaçavam suavemente com o vento, e seus olhos, geralmente frios e calculistas, refletiam um cansaço que ia além do físico. Havia algo mais profundo, uma tristeza misturada com esperança, enquanto ela contemplava o futuro que estava por vir.
Ethan se aproximou por trás, seus passos quase inaudíveis sobre o concreto. Ele também estava exausto, tanto em corpo quanto em espírito, mas havia uma determinação inabalável em seu semblante. A batalha pode ter terminado, mas os ecos dela ainda reverberavam dentro dele. “Não achei que veríamos o amanhecer juntos,” disse ele suavemente, parando ao lado de Alexandra.
Ela virou-se para ele, um leve sorriso curvando seus lábios pálidos. “Nem eu. Muitas vezes, pensei que nossas sombras nos consumiriam antes de vermos a luz.”
Ethan observou-a por um momento, seus olhos intensos, capturando cada nuance de sua expressão. “Você foi incrível lá embaixo, Alexandra. Se não fosse por você... não sei se teríamos conseguido manter a paz.”
Ela desviou o olhar, a humildade tocando suas palavras. “Foi um esforço conjunto, Ethan. Todos nós lutamos por isso. Mas agora que a batalha terminou... o que acontece depois?”
Ele suspirou, virando-se para encarar o horizonte, onde o sol estava prestes a romper completamente a escuridão. “Depois... temos que reconstruir. Não apenas os clãs, mas também o que perdemos ao longo do caminho. Há cicatrizes que não podemos simplesmente apagar, mas podemos tentar curá-las, juntos.”
Alexandra assentiu, compreendendo a profundidade das palavras de Ethan. Havia tanto a ser feito, tantas feridas a serem remendadas. “Você acha que nossos clãs vão realmente aceitar a paz? Que vão aceitar... nós dois?”
Ethan voltou a encará-la, sua expressão se suavizando com um toque de ternura. “Eles vão precisar de tempo, assim como nós. Mas se conseguimos enfrentar o que enfrentamos, acho que podemos superar isso também. E quanto a nós... não me importo com o que os outros pensem. Quero estar com você, Alexandra. Seja como for, enfrentaremos juntos.”
Ela sentiu uma onda de emoção inundar seu coração, algo que há muito tempo havia tentado reprimir. Durante séculos, ela vivera na escuridão, temendo o que o amor poderia trazer. Mas agora, com Ethan ao seu lado, essa escuridão não parecia tão assustadora. “Eu também quero isso, Ethan. Mais do que qualquer coisa.”
Ele sorriu, um sorriso genuíno que iluminou o cansaço em seus olhos. “Então está decidido. Vamos criar um novo futuro, para nós e para os nossos. Juntos.”
A primeira luz do sol finalmente rompeu o horizonte, banhando-os em uma suave luz dourada. Alexandra fechou os olhos por um momento, sentindo o calor no rosto, algo que não experimentava há muito tempo. Era como se o amanhecer estivesse lavando as sombras de seu coração, trazendo uma nova esperança.
Ethan pegou a mão dela, entrelaçando seus dedos. “O que você acha de começarmos esse novo futuro com um café?” Ele brincou, tentando aliviar a tensão.
Alexandra riu suavemente, uma risada que era ao mesmo tempo, aliviada e cheia de novas possibilidades. “Café? Talvez você esteja ficando mais humano do que eu imaginava, lobisomem.”
Ele riu também, balançando a cabeça. “Eu só achei que, depois de tudo, um toque de normalidade seria bom para nós dois.”
Eles ficaram assim por um momento, de mãos dadas, olhando para o sol que subia no céu. Era um novo começo, um novo amanhecer, não apenas para eles, mas para todos que haviam lutado ao seu lado.
“Então, café?” Ethan perguntou novamente, desta vez com um sorriso travesso.
“Café,” Alexandra concordou, apertando sua mão com mais firmeza. “Mas só se for com você.”
Eles desceram do telhado juntos, deixando para trás as sombras que os haviam assombrado por tanto tempo. O futuro era incerto, mas o que importava era que, de agora em diante, enfrentariam tudo juntos. E enquanto caminhavam pelas ruas de Londres, a luz do amanhecer envolvendo-os em um manto de esperança, Alexandra sabia que, finalmente, havia encontrado um lugar onde pertencia. Ao lado de Ethan, no amanhecer das sombras, ela encontrou a paz que sempre procurou.
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Atualizado até capítulo 26
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