Rastros de Sangue

A lua cheia estava alta no céu, sua luz pálida iluminando as ruas de Londres como um farol em meio à escuridão. A cidade, com sua arquitetura antiga e becos estreitos, parecia um labirinto de sombras onde o perigo espreitava a cada esquina. Alexandra e Ethan caminhavam lado a lado, seus passos ecoando pelas pedras irregulares do calçamento enquanto seguiam as pistas deixadas pelos recentes assassinatos que haviam abalado a cidade.

“Essas mortes... algo está errado,” murmurou Ethan, seus olhos âmbar atentos a qualquer movimento ao redor. Ele estava em alerta máximo, seus instintos de lobisomem farejando o ar em busca de qualquer sinal de ameaça.

Alexandra assentiu, os olhos vermelhos brilhando intensamente na escuridão. “O modus operandi é estranho,” ela concordou, sua voz suave, mas carregada de tensão. “Os corpos foram encontrados drenados de sangue, mas não de uma forma que indique apenas um ataque de vampiro.”

Eles haviam passado os últimos dias tentando desvendar o mistério das mortes recentes. Todas as vítimas tinham marcas de mordidas, mas algo não encaixava. O padrão de ataque, a forma como os corpos foram deixados – tudo parecia indicar algo mais sinistro, mais calculado.

“É como se alguém quisesse que parecesse um ataque de vampiro,” disse Ethan, franzindo o cenho. “Mas há algo mais nisso, algo que não estamos vendo.”

“Alguém quer incriminar minha espécie,” respondeu Alexandra com um tom de amargura em sua voz. “E eu vou descobrir quem está por trás disso.”

Enquanto caminhavam, os dois chegaram a uma área mais isolada da cidade, um bairro decadente onde o silêncio era quase ensurdecedor. As casas estavam abandonadas, as janelas cobertas de tábuas e grafites, e as ruas estavam vazias, exceto pelos resíduos espalhados pelo vento.

“Esse é o último lugar onde uma das vítimas foi vista com vida,” disse Alexandra, apontando para um beco escuro. “Ela estava voltando do trabalho quando foi atacada.”

Ethan olhou para o beco, um arrepio percorrendo sua espinha. Havia algo estranho naquele lugar, uma sensação de mal-estar que ele não conseguia explicar. “Você sente isso?” ele perguntou, sua voz baixa e tensa.

“Sim,” Alexandra respondeu, seus olhos se estreitando enquanto ela se concentrava. “Há algo errado aqui.”

Ela se aproximou da entrada do beco, abaixando-se para examinar o chão. “Há rastros de sangue aqui,” disse ela, passando os dedos sobre uma mancha escura no asfalto. “Estão frescos, mas não são da vítima que morreu aqui.”

Ethan se agachou ao lado dela, farejando o ar. “Há um cheiro estranho,” disse ele, seu nariz captando um odor que não reconhecia imediatamente. “Não é humano... nem vampiro.”

Alexandra franziu o cenho, olhando para o sangue no chão. “Poderia ser um híbrido?” ela perguntou, a ideia passando por sua mente.

“Talvez,” Ethan respondeu, sua mente correndo com possibilidades. “Mas se for, estamos lidando com algo muito mais perigoso do que pensávamos.”

Enquanto os dois continuavam a investigar o beco, um som suave ecoou atrás deles. Ethan se levantou imediatamente, virando-se para encarar a escuridão. “Estamos sendo observados,” sussurrou ele, os músculos tensos enquanto seus sentidos se aguçavam.

Alexandra também se levantou, os olhos vasculhando as sombras. “Mostre-se,” ordenou ela, sua voz firme e carregada de autoridade.

Por um momento, houve apenas silêncio, o tipo de silêncio que antecede uma tempestade. Então, de repente, uma figura emergiu das sombras. Um homem alto e magro, com um sorriso sinistro no rosto, se aproximou deles. Ele usava um manto escuro que se movia como uma extensão de sua própria escuridão.

“Vocês são mais rápidos do que eu esperava,” disse o homem, sua voz gotejando sarcasmo. “Achei que teria mais tempo para brincar.”

“Quem é você?” exigiu Ethan, dando um passo à frente, seu corpo pronto para atacar se necessário.

O homem riu, um som baixo e ameaçador. “Alguém que gosta de ver as coisas pegarem fogo,” respondeu ele, seus olhos brilhando com uma malícia perigosa. “Essas mortes são apenas o começo. Eu só estava esquentando.”

Alexandra deu um passo à frente, seus caninos se alongando em um reflexo instintivo de ameaça. “Você é o responsável por tudo isso?” ela perguntou, sua voz cheia de veneno.

“Responsável? Talvez,” disse o homem, encolhendo os ombros. “Mas eu prefiro pensar em mim como um catalisador. Um iniciador de caos.”

Ethan rosnou baixinho, seus olhos âmbar fixos no homem. “Por quê? Por que matar pessoas inocentes e incriminar os vampiros?”

O homem sorriu novamente, mas agora havia algo de insano em seu olhar. “Porque é divertido,” ele respondeu, rindo histericamente. “E porque a guerra entre vampiros e lobisomens é inevitável. Estou apenas acelerando o processo.”

Antes que Ethan pudesse reagir, o homem desapareceu em um piscar de olhos, dissolvendo-se nas sombras. Ethan tentou segui-lo, mas a escuridão do beco parecia devorá-lo, impedindo qualquer tentativa de perseguição.

“Maldito,” rosnou Ethan, seus olhos ainda procurando o homem nas sombras.

Alexandra colocou a mão no ombro dele, sua expressão sombria. “Vamos encontrá-lo,” disse ela, sua voz firme. “Ele cometeu um erro ao nos subestimar.”

Ethan assentiu, sentindo a raiva borbulhando dentro dele. “E quando encontrarmos, ele vai pagar por cada morte.”

Eles saíram do beco juntos, mais determinados do que nunca a descobrir a verdade por trás dos rastros de sangue. A noite ainda era jovem, e o mistério estava longe de ser resolvido, mas Alexandra e Ethan sabiam que, juntos, eram uma força a ser temida.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!