O nascimento de Liz

Dia seguinte...

Rebeca

Estou no horário de intervalo da faculdade. Me dirijo ao refeitório, peço um suco e um sanduíche na cantina e enquanto espero o meu lanche ficar pronto,ligo o celular e faço algumas pesquisas para um trabalho da faculdade que preciso entregar.

Meu pedido chega e quando estou pra guardar o aparelho, me detenho ao ver uma noticia que me faz perder o chão.

Não... Não...

Começo a chorar desesperadamente e deixo o meu celular cair na mesa. Mártin que neste exato momento está entrando no refeitório, corre até mim:

- Rebeca? O que você tem? - Pergunta apreensivo.

Eu não consigo falar e aponto para o celular. Ele então entende o motivo do meu desespero: Um site de fofoca aleatório que aparece no meu feed, mostra uma foto do Lorenzo beijando uma garota e na legenda:

"Novo casal? Herdeira de Gregório Sanchez flagrada aos beijos com herdeiro de Enrico Borelli "

- Canalha! - O loiro pragueja indignado - Choro inconsolavelmente enquanto ele me abraça - Oh minha linda, não fica assim. Esse idiota não merece...

- Por que ele fez isso comigo, Mártin? - Pergunto.

De repente uma dor aguda me atinge e um líquido morno escorre entre as minhas pernas.

- Aaaaai!!!! - Grito de dor

Mártin me olha assustado ao se dar conta do que aconteceu:

- Rebeca! A sua bolsa estourou!

Outra dor:

- Aaaai! Mártin, me ajuda! Vai nascer!

Ramiro aparece na cantina e o loiro diz ao amigo:

- A Rebeca está em trabalho de parto - Ele me pega no colo - Vou levá-la ao hospital. Avisa na sala dela, por favor.

- Tá bom. Vou pedir para a sua irmã recolher as coisas dela. Vai com cuidado e manda noticias - Ramiro diz. Mártin assente e corre comigo no colo até o carro.

Sob os olhares curiosos e apreensivos de todos da faculdade, estou me contorcendo com as contrações. Mas a dor do parto não é nada perto da dor que sinto no coração.

Lorenzo

Minha cabeça dói. Eu nunca havia bebido assim. Abro os olhos aos poucos até me acostumar com a luz.

Pego o celular e confiro as horas: 13:00

Caraca! Dormi tanto que perdi o horário da faculdade. Sorte que hoje não tenho nada importante. Olho ao redor. Que lugar é esse? Estou completamente nu. Tento recapitular as cenas de ontem:

A boate, bebidas, Marjorie...

Marjorie!

Olho para o lado e vejo a loira despida envolvida em um lençol dormindo ao meu lado.

Estou na suite dela!

O que eu fiz? Passo as mãos pelo cabelo atordoado. De repente o meu celular vibra. Algumas chamadas dos meus amigos e várias dos meus pais. Resolvo ignorar, afinal não estou afim de sermão.

Marjorie se mexe na cama e abre os olhos aos poucos sorrindo.

- Bom dia gatinho... - Diz com a voz sonolenta.

- Boa tarde, Marjorie - Digo seco - Olha acho que ontem bebemos demais, eu não sei nem como vom parar aqui.

- Tsc, tsc - Ela nega - Eu não! Você bebeu. Começou a me beijar desesperadamente e quando vi, já estávamos na cama. Você foi incrível. Tirando o fato de ter me chamado de Rebeca.

Não pode ser! Me desespero e começo a me vestir rapidamente.

- Ah, você já vai embora? - Ela se levanta ainda enrolada no lençol e me abraça pelas costas - Fica mais um pouco, gatinho...

Eu me desvencilho e digo segurando as suas mãos:

- Marjorie, você é linda, mas essa noite foi um erro. Eu... eu amo outra garota.

- Sei, a tal de Rebeca - Ela faz uma careta - Meu bem, eu prometo te fazer esquecer essa fulana em um piscar de olhos. Só me dá uma chance - Se agarra a mim me beijando.

Me solto delicadamente e de repente tenho um sobressalto.

- A gente se preveniu, né? - Pergunto.

- Claro, gatinho - Ela ri - E você acha que com esse corpinho, eu vou correr o risco de engravidar e acabar com a minha carreira de modelo? Eu tomo pílula e mesmo bêbado, você se lembrou da camisinha - Ela pisca.

Pelo menos uma coisa que presta, os meus amigos de Milão me ensinaram: A andar sempre com camisinhas na carteira e não me esquecer de usá-las quando me deitar com alguma garota.

Mesmo com a insistência da loira para que eu fique, pego as minhas coisas e saio rapidamente da suíte.

Rebeca

Descemos do carro e entro no hospital carregada por Mártin que caminha até a recepção.

Após o meu amigo me anunciar, os enfermeiros trazem uma cadeira de rodas e um deles chama Mártin e pede que ele o acompanhe.

Pra onde estão levando o meu amigo? Eu não quero ficar sozinha...

                     (...)

Já na sala de parto e com a camisola do hospital, estou deitada me contorcendo de dor, quando o meu amigo entra usando avental, touca, luvas e máscara.

Ele se coloca atrás de mim olhando os meus olhos e fazendo carinho no meu rosto me passando segurança.

- Eu estou com medo, Mártin - Digo ofegante - Se acontecer alguma coisa comigo, cuida da minha filha por favor...

- Não vai acontecer nada, linda. Fica tranquila... - Sorri - Já já a nossa bebê estará aqui.

Conforme o tempo passa, a dor fica mais forte. Até que vem uma dor aguda e grito com toda a força do mundo.

De repente, escuto o som que me emociona: O chorinho da minha Liz.

Olho para Mártin que sorri com os olhos marejados e diz:

- Ela é linda, Beca! Assim como você...

Após realizarem os primeiros cuidados, uma enfermeira me entrega ela toda enroladinha e com o celular de Mártin, tira uma foto de nós duas juntas. Nossa primeira foto...

Mais tarde, já no quarto, recebo a visita do meu pai, da Valentina e da Dona Mariana. Eles trazem as malinhas preparadas dias antes.

Quando o horário de visitas termina, todos vão embora, porém o meu pai fica comigo no hospital para me auxiliar nos primeiros cuidados com a Liz. Apesar de toda a tensão do dia, eu não poderia estar mais feliz. Amamento a minha pequena enquanto admiro-a incansavelmente. Ela parece uma bonequinha.

 Após Liz dormir, aproveito e durmo também para repor as energias.

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