Prólogo

Cancún - México.

Αnο 2017

Rebeca

O meu nome é Rebeca, completo 18 anos no próximo mês.

O meu pai Emílio me criou sozinha já que a minha mãe Liz, faleceu no parto.

Desde que me entendo por gente, o meu pai trabalhava em uma mansão como mordomo. Ele conta que foi nesse trabalho que conheceu a minha mãe que era copeira.

Mesmo após o falecimento dela, o meu pai continuou a trabalhar no mesmo lugar.

Mas quando eu tinha seis anos,o dono da mansão que trabalhávamos, precisou se mudar para o exterior. Ele então indicou o meu pai para trabalhar como assistente pessoal na mansão da sua sobrinha que havia acabado de ficar viúva.

A atual patroa dele, se chama Mariana e é ex-modelo. Segundo relatos dos outros empregados, dona Mariana casou-se muito jovem e mesmo com dois filhos pequenos, continuou a exercer a profissão. Porém, quando o seu marido faleceu, ela resolveu se aposentar para se dedicar aos filhos que estavam sofrendo com a morte do pai e passou a dirigir a produtora que herdou do marido.

Devido a sua inexperiência com a empresa e as demandas da mansão, precisou de um assistente pessoal. Então contratou o meu pai graças a indicação do seu tio.

Dona Mariana é uma pessoa maravilhosa e com um coração enorme. Sempre nos tratou muito bem e desde que chegamos à sua casa, ela passou a custear os meus estudos.

Moramos nos fundos da mansão em uma casinha que apesar de pequena, é até bonitinha para ser chamada "Casa de empregada". Dois quartos, sala, cozinha e um pequeno banheiro.

Ela tem dois filhos que são os meus melhores amigos: Mártin tem 20 anos, cursa faculdade de Publicidade e Propaganda. Ele é doce, gentil e muito bonito. Está sempre me protegendo e me dando conselhos. As minhas amigas zombam dizendo que ele é apaixonado por mim. Apesar de também desconfiar disso, tento não lhe dar esperanças. Para mim, Mártin é como um irmão mais velho. Não consigo vê-lo com outros olhos. Além dele, Dona Mariana é mãe de uma menina: Valentina. Ela tem a minha idade e além de ser simpática e alto astral, é linda! Parece uma modelo assim como a mãe. Ela também é uma irmã para mim.

Desde pequena, eu gostava de fazer vestidos para as minhas bonecas com retalhos de roupas velhas que eu não usava mais. Vendo a minha habilidade, quando fiz 15 anos, o meu pai me deu de presente uma máquina de costura doméstica e Dona Mariana pagou um curso completo de corte e costura para mim.

Assim, juntei o útil ao agradável: Como já queria procurar um trabalho para ter o meu próprio dinheiro, fiz do presente do meu pai, o meu novo ofício. Passei a cobrar para fazer pequenos reparos e consertos em roupas de amigas e conhecidas. Quando dei por mim, já estava desenhando e confeccionando roupas em um pequeno ateliê que montei no meu quarto. Sim! Continuei juntando dinheiro e comprei outras máquinas que me ajudassem a fazer grandes produções.

Acho que foi assim que comecei a me apaixonar pelo mundo da Moda. Decidi que quero ser estilista e graças à patroa do meu pai que irá pagar a minha faculdade, poderei realizar esse sonho.

Valentina também adora Moda, mas diferente de mim, a sua paixão é por sapatos e bolsas. Ela desenha modelos maravilhosos!

Por esse motivo, escolheu cursar a mesma faculdade que eu.

Como fomos criados juntos, Mártin, Valentina e eu, somos inseparáveis desde crianças. Estudo no mesmo colégio que os dois desde o primeiro ano do fundamental. Apesar de ter seus amigos e ser mais velho, ele sempre deu um jeitinho de ficar próximo a nós duas, mesmo quando terminou o Ensino Médio há dois anos.

Foi no nono ano do Ensino fundamental que conheci o Lorenzo. Ele havia acabado de entrar em nosso colégio, mais precisamente na minha sala após ser expulso da escola anterior.

Com o seu jeito descolado e brincalhão, além de ser o mais velho da classe, logo se tornou o popular. Além de lindo, Lorenzo tem um sorriso sedutor e um porte de galā que faz todas as meninas da escola suspirarem.

Aproveitando-se do sucesso que faz, cada dia ele está com uma garota diferente.

Desde que o vi pela primeira vez, senti algo diferente só não sabia o que era. Só sei que era uma sensação que nunca havia experimentado antes. Era só ouvir a sua voz que sentia borboletas no estômago. Mas como sempre fui tímida, evitava-o o máximo que podia.

A nossa primeira aproximação surgiu em um trabalho de Lingua Espanhola dificílimo que fomos sorteados para fazer juntos.

 Graças a mim e a minha habilidade na matéria, a nossa nota foi a melhor da sala e ele conseguiu os pontos que precisava para não ficar de recuperação. Ficamos amigos e apesar de não vivermos grudados, estávamos sempre conversando, ainda mais depois que o seu melhor amigo Andrey começou a namorar a Valentina.

 Tive a certeza de que estava apaixonada, a primeira vez que vi Lorenzo beijando uma garota desconhecida na festa da minha outra amiga Jazmin. Não consegui disfarçar o mal-estar e fingindo uma dor de cabeça, peguei um Uber e fui sozinha para a casa onde curti todas as dores no meu cotovelo enquanto chorava abraçada ao travesseiro.

Passei vários dias isolada da turma e evitando falar com o Lorenzo. Porém eu não consegui me manter afastada por muito tempo. Percebi que havia algo errado quando aproximadamente uma semana depois do episódio da festa, ele estava calado e parecia triste. Muito preocupada, não resisti e no intervalo perguntei o que havia acontecido. Então ele desabafou contando sobre alguns problemas que estava enfrentando com o pai. Após escutar e aconselha-lo, Lorenzo parecia bem melhor.

Flashback on

Quando nos despedimos, ele pegou minha mão e disse:

- Obrigado, Beca Você é uma menina muito especial. A melhor amiga que alguém poderia ter

- Imagine, Lorenzo... Sorrio sem graça com o fato dele ter me chamado pelo apelido - Eu só fiquei preocupada. Nunca havia te visto assim.

- Obrigado - Ele respondeu - Você foi a única pessoa que me fez sorrir hoje. Após dizer isso, me deu um beijo no rosto fazendo minhas bochechas corarem.

Flashback off

Sim! Eu estava apaixonada, mas não tinha coragem de assumir. Preferi ficar na minha por um tempo com medo de que ele risse ou zombasse de mim.

 Certo dia, Lorenzo entrou na sala com os olhos inchados de tanto chorar e eu o escutei contando para Andrey e Guilhermo que após a formatura ele iria se mudar com a família para fora do pais.

Fiquei arrasada e vi que eu teria que esquecê-lo para sempre.

Agora estou sofrendo, pois cada dia que passa fica mais próxima a partida dele.

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